Importância do manejo de pastagem para gado leiteiro

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Dentro dos sistemas de produção animal a pasto, o baixo consumo de forragem foi por muitos anos indicado como limitador do desempenho animal, devido ao seu “baixo valor nutricional”. Porém, ao longo dos últimos anos, diversos trabalhos demonstraram que as plantas forrageiras quando bem manejadas oferecem adequado valor nutritivo. Esses trabalhos indicam ainda, que o manejo de pastagem para gado leiteiro e o monitoramento da frequência e da intensidade do pastejo, quando controladas através da altura dos pastos, melhoram o desempenho dos animais.

Nesse sentido, o manejo de pastagem para gado leiteiro tem como principal objetivo identificar qual é o ponto ótimo entre as necessidades das plantas forrageiras manter sua área foliar e a melhoria e/ou aumento da produção animal por área.

Para que possamos otimizar a produção de leite com a utilização de pastagens, é necessário compreender a fisiologia das plantas forrageiras e suas características estruturais, tais como:

  • Relação folha:colmo;
  • População de perfilhos;
  • Produção;
  • Composição morfológica da massa de forragem
  • Compreender de que forma essas características poderão interferir no consumo de nutrientes pelos animais em pastejo ao longo do dia e, consequentemente influenciar a produção de leite/animal/dia.

Fatores que influenciam no crescimento das plantas forrageiras

De maneira geral, quando as condições de temperatura, luz, água, correção e adubação do solo estão adequadas, o desenvolvimento das plantas forrageiras acontece de forma acelerada e intensa. Nessas condições, temos um aumento significativo na produção de folhas verdes, o que permite um alto acúmulo líquido de forragem.

Em outras palavras, o crescimento é maior que a senescência e morte foliar. Além disso, é nessa fase de desenvolvimento da planta que teremos as maiores concentrações de nutrientes. Com o passar do tempo, o processo de senescência inicia-se devido a competição por luz no interior do dossel forrageiro e nas porções mais próximas do solo. Essa competição e baixa incidência de luz leva a planta ao alongamento de colmos com objetivo de aumentar a quantidade e qualidade de luz que chega até a superfície do solo.

Quando esse processo se inicia, normalmente o produtor percebe que a massa de forragem por hectare aumenta, no entanto, como ponto negativo desse processo temos uma queda considerável no teor de proteína bruta, e um aumento na fração fibrosa da planta, reduzindo sua digestibilidade.

Outro fator que devemos observar é o efeito negativo e limitante que os colmos tem sobre a profundidade do bocado dos animais em pastejo e consequentemente sobre o volumede forragem apreendida em cada bocado deferido.

Ou seja, pastagens com alta participação de colmos nos extratos superiores reduzem a capacidade do animal explorar a planta forrageira e aumentar a massa do bocado. Quando isso acontece, o animal passa maior tempo em busca de estações de pastejo que favoreçam o seu consumo, aumentando o seu gasto energético nesse processo.

Vantagens do manejo de pastagem para gado leiteiro

Em contrapartida, quando trabalhamos com metas de manejo de pastagem para gado leiteiro que permitem alta porcentagem de folhas verdes com baixa proporção de colmos, os animais aumentam a profundidade na qual exploram o dossel forrageiro, reduzem o número de bocados deferidos, apresentam bocados mais pesados e reduzem o tempo de busca por ambientes pastoris adequados.

Em outras palavras, quanto melhor for a forma com que a forragem é oferecida ao animal, maior será o potencial de consumo e desempenho produtivo por área.

O que podemos observar com os diversos trabalhos publicados envolvendo ferramentas de manejo de pastagem para gado leiteiro, é que toda planta possui um ponto ótimo para colheita, que correlaciona o índice de interceptação luminosa de 95%, a qual inibe o alongamento excessivo dos colmos e a senescência foliar, com uma determinada altura dos pastos para facilitar o manejo dentro da propriedades.

Assim, assegura-se dessa forma o elevado consumo de folhas verdes de alto valor nutricional e garante-se a persistência da forrageira no ambiente pastoril. A tabela abaixo traz a indicação de altura de entrada e saída de algumas das cultivares forrageiras mais utilizadas na pecuária leiteira.

Tabela 1: Indicação de altura de entrada e saída dos animais, levando em consideração o uso de 95% da interceptação luminosa do dossel forrageiro.

tabela
tabela 2

A observação e a utilização dessas alturas de manejo das pastagens são fatores extremamente importantes para assegurar um bom desempenho dos animais e também garantir que o crescimento e desenvolvimento das pastagem não seja prejudicada ao longo do tempo.

Como garantir um manejo eficaz de pastagem para gado leiteiro?

Para garantir que a pastagem permaneça com qualidade na área, o manejo de pastagem para gado leiteiro leva em consideração as características da planta além da intensidade e frequência da desfolhação.

A frequência da desfolhação é o nome que se dá ao intervalo entre duas desfolhações. Ou seja, o tempo entre o primeiro e o segundo pastejo em uma mesma área, no caso de sistemas intermitentes, ou o número de vezes que um perfilho é visitado em um determinado período de tempo, no caso de sistemas contínuos de produção animal.

Em sistemas de produção leiteira, o método de manejo de pastagem mais utilizado é o sistema intermitente ou sistema rotativo, como é popularmente conhecido. Assim, por muito tempo a orientação de manejo de pastagem desse sistema era feito com base em dias fixos para a entrada dos animais no piquete.

Ao longo do tempo e com o avanço dos estudos, constatou-se que esse tipo de manejo não explora de forma eficiente as pastagens ao longo do ano, devido as variações climáticas, principalmente umidade e temperatura, podendo ocorrer percas significativas em produção e desempenho animal, dando início ao uso de critérios de entrada e saída dos animais nos piquetes baseados na altura da planta.

O que a intensidade de desfolhação pode nos ensinar sobre manejo de pastegem para gado leiteiro?

A intensidade de desfolhação representa o quanto essa planta foi desfolhada, ou seja, é a razão entre a massa de forragem que foi removida pelos animais e a massa de forragem original (massa de forragem disponível no momento de entrada dos animais no piquete).

Em sistemas intermitentes a intensidade de desfolhação é definida pela altura pós pastejo. Desfolhas mais severas (menor altura após o pastejo) forçam o animal a remover maior proporção de folhas e colmos com menos digestibilidade.

Além disso, a maior remoção da área foliar por parte dos animais aumenta o tempo necessário para o rebrote reduzindo a frequência de desfolhação, aumentando a mobilização de reservas das raízes para repor o seu índice de área foliar.

Por outro lado, desfolhas mais lenientes, permitem que os animais consumam maior proporção de folhas jovens e mais nutritivas, potencializando a produção, além disso, com maior área foliar residual, o potencial de rebrota é maior consequentemente, a frequência de desfolhação é reduzida. De modo geral, a frequência de desfolhação irá variar de acordo com a velocidade de crescimento das plantas e também em função da intensidade do pastejo.

Como a adubação auxilia no manejo de pastagem para gado leiteiro?

Assim, a adubação das pastagens com produtos como o MPasto, da Mosaic, é uma alternativa para intensificar ainda mais a produção animal por área, uma vez que sob condições adequadas de umidade e temperatura, aceleram o ritmo de crescimento e desenvolvimento foliar e de novos perfilhos, sendo possível aumentar o número de animais por área, sem comprometer o desenvolvimento da planta.

Banner inclinado com rebanho no pasto verde e ao fundo um caminhão de leite e uma casa

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