O capim-Mombaça foi selecionado em 1990 pela EMBRAPA de Campo Grande (MS) e lançado em 1993 pelo Instituto Agronômico do Paraná. A proposta era desenvolver panicuns que pudessem ser estabelecidos por sementes — diferente do capim Colonião, que é estabelecido por mudas.
De origem africana, os panicuns estão adaptados a suportar elevadas taxas de lotação, uma característica desenvolvida em resposta à presença de grandes herbívoros naquela região. Essa adaptação foi fundamental e tornou-se uma grande aliada da pecuária brasileira. O capim-Mombaça, por exemplo, pode alcançar 6, 7 ou até 8 UA (unidade animal = 450 kg), quando manejado em sistema de lotação rotativa e adubado com nitrogênio durante o período das águas. Neste artigo, você vai descobrir mais sobre essa variedade. Boa leitura!
O que é o capim-mombaça e quais as suas características?
A cultivar Mombaça é uma planta cespitosa de porte alto (cerca de 1,7 m), com folhas largas (aproximadamente 3 cm) e eretas, que se curvam nas pontas. Suas inflorescências são do tipo panícula. As ramificações primárias na base da inflorescência são curtas, enquanto as secundárias são longas, ocorrendo apenas nas ramificações primárias inferiores.
Segundo Ongaratto e Romanzini (2021), existem duas frentes principais na adoção de tecnologias para a intensificação das áreas de pastagens:
- Tecnologias de processos: ajuste de lotação, diferimento de pastos e manejo por altura-alvo;
- Tecnologias de insumos: suplementação estratégica dos bovinos, controle de plantas invasoras, fertilização e calagem do solo, sobressemeadura com espécies de diferentes ciclos e irrigação.
Quando essas tecnologias são combinadas, é importante destacar que pastagens com alta massa de forragem e elevada taxa de acúmulo — cerca de 7 toneladas de matéria seca por hectare e aproximadamente 150 kg de massa de forragem por dia —, quando bem manejadas, podem sustentar altas taxas de lotação: de 6 a 10 unidades animais (UA = 450 kg de peso vivo) por hectare.
Dessa forma, o capim-Mombaça é altamente recomendado para sistemas de produção tecnificados, com lotação rotativa, nos quais o uso do MPasto Nitro é essencial.
Quanto tempo o capim-mombaça demora para crescer e qual é o seu teor de proteína?
De maneira geral, os pastos de capim-Mombaça levam de 45 a 90 dias para se estabelecer após o retorno das chuvas. Esse tempo de estabelecimento está relacionado principalmente a dois fatores: a condição do pasto e a fertilidade do solo. Pastagens degradadas tendem a demorar mais para se estabelecer, assim como solos que não foram devidamente corrigidos.
Por isso, o manejo ideal recomenda que, ao final da estação das águas, o capim-Mombaça seja roçado, deixando um resíduo entre 20 e 40 cm. Além disso, é fundamental que as adubações de correção e manutenção — especialmente as com fósforo (como MPasto Max, Super ou MPasto Base) — estejam em dia no início da estação chuvosa.
O teor de proteína bruta do capim-Mombaça segue o padrão das gramíneas C4, variando entre 8% e 12%. No entanto, quando há aplicação de nitrogênio (como o MPasto Nitro), esse teor pode aumentar significativamente, alcançando de 14% a 18% nas folhas pastejadas.
Como cultivar o capim-mombaça e quais as suas vantagens?
O capim-Mombaça deve ser semeado em áreas destinadas à prática de altas taxas de lotação — acima de 5 unidades animais (UA) por hectare. Recomenda-se utilizar de 4 a 6 kg de sementes por hectare, sendo que essa quantidade pode variar conforme a pureza e o teor de germinação das sementes.
A principal vantagem do uso do capim-Mombaça nos sistemas de produção está na sua alta capacidade de produção de massa de forragem e na elevada taxa de acúmulo — cerca de 7 toneladas de matéria seca por hectare e aproximadamente 150 kg de massa de forragem por dia. Esse desempenho pode resultar em um acúmulo total de 22 a 32 toneladas de matéria seca por hectare ao longo do ciclo.
Dessa forma, além de permitir altas taxas de lotação em sistemas de pastejo rotativo, o capim-Mombaça também é altamente indicado para a produção de silagem. Essa forrageira ganhou destaque e competitividade em relação à silagem de milho, especialmente após a instalação das indústrias de etanol no Centro-Oeste.
Desafios no manejo
O maior desafio no manejo do capim-Mombaça é sua estrutura entouceirada. Por isso, é fundamental ter cuidado: se a taxa de lotação não for adequada e o pasto alongar os colmos (talos), será necessária uma roçada corretiva para reestabelecer a estrutura ideal.
Com esse cuidado e a adoção do pastejo em lotação rotativa, o capim-Mombaça torna-se um grande aliado para alcançar altas taxas de lotação. Já foram observadas taxas de 6 a 10 unidades animais (UA = 450 kg) por hectare durante o período das águas, com ganhos médios diários entre 850 e 900 gramas por animal.
Estratégias de adubação com MPasto
Essas elevadas taxas de lotação só são alcançadas com a correção adequada da adubação do solo — assim como ocorre com outras espécies forrageiras. Conforme divulgado no Instagram do Nutrimosaic, no início da estação das águas é recomendada a aplicação de MPasto Max ou Super, juntamente com MPasto Base.
Ao longo da estação chuvosa, deve-se aplicar MPasto Nitro na saída dos piquetes, sempre fracionando a aplicação de nitrogênio para melhor aproveitamento. Um ponto importante em sistemas intensificados é o fracionamento do potássio, que é mais eficientemente absorvido pelos perfilhos nessas condições. Por isso, recomenda-se dividir a aplicação de MPasto Base entre o início e o meio da estação das águas.
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