Os pastos permanentes da região tropical brasileira, são a maior área cultivada do mundo (170 milhões de hectares, aproxidamente), o manejo de Panicuns (Mombaça, Zuri, Colonião, Paredão) e Brachiarias (Marandu, Piatã, Xaraés, Humidicola, Ruziziensis) compõe esse cenário de extrema importância a produção de proteína, ao Brasil e ao mundo (± 30% é exportada).
Uma vez que esses “pastos são permanentes e não eternos”, é necessário uma serie de cuidados com a estrutura do dossel, a fim de que, safra após safra, tenhamos bons resultados zootécnicos (taxa de lotação acima de 3 UA ha-1, ganho médio diário acima de 900 g dia, etc…)
Ao se manejar pastos permanentes de Panicuns e Brachiarias existem duas linhas de tecnologia que podemos adotar: de processos (roçadas, ajuste de lotação, diferimento de pastos) e de insumos (fertilização e calagem do solo, suplementação estratégica dos bovinos, controle de invasoras, sobressemeadura de espécies de diferentes ciclos, irrigação; Ongaratto & Romanzini, 2021).
O que é o manejo de roçada e por que é importante realizá-lo em pastos permanentes?
Antes de falarmos de roçada, vamos esclarecer que “pasto passado” representa a alongação dos talos, tornando-se o componente com maior porcentagem na massa de forragem (± 70% da matéria seca).
Assim, o manejo de roçada consiste em adequar a estrutura do pasto, ou seja, permitir que os perfilhos emitam folhas novas e por conseguinte, os bovinos colham essas folhas, onde estão os nutrientes de maior digestibilidade, e não os talos, de menor digestibilidade.
A seguir temos o exemplo de 3 pastos que não foram roçadas e não é necessário, contudo, o nível de nitrogênio e a taxa de lotação criou diferentes configurações de seus componentes (Tabela 1).

Quais são as melhores estratégias e períodos para manejo de roçada em pastos permanentes?
A roçada pode acontecer em qualquer momento do período de utilização dos pastos, cada momento tem seus prós e contras.
- Roçada no início da estação das águas: esse manejo deve ser feito em agosto, antes de voltar a chover, pois, no momento que volta a chuva, o pasto rebrota e devemos estar atentos ao fim do estabelecimento e início do pastejo, sem deixar que passe (alongue talos) novamente. A roçada nesse período (± agosto) deve ser feita com muito cuidado, pois, alguma fagulha pode provocar incêndios e suas consequências;
- Roçada no fim da estação das águas: essa prática consiste em roçar os pastos que passaram e não serão utilizados nos meses secos. Esse manejo (± maio) tem menor risco de queimadas e quando voltar a chover o pasto estabelece mais rápido; esse manejo é o mais indicado. Vale lembrar que a luz na base do pasto estimula novos perfilhos, ou seja, pastos mais densos, que irá refletir em maior taxa de lotação (4, 5 até 8 UA, conforme o nível de MPasto Nitro).
- Roçada no meio da estação das águas: representa erro na taxa de lotação. O conhecimento prévio da taxa de lotação do pasto é ponto fundamental no manejo, não cumprir e ajustar essa taxa de lotação irá deixar o pasto passar. É um atraso a produção animal, roçar os pastos, no meio da estação das águas, podemos perder de 60 a 90 dias de pastejo. E sim, independente disso, a roçada deve ser feita, pois, se não controlarmos a estrutura do pasto, vamos observar baixa taxa de lotação (1 UA ha-1) em toda estação, lembrando que o que paga a conta é o maior número de bovinos por hectare, ganho por área. Se não corrigirmos esse pasto passado, além do prejuízo na estação atual, acarretará problemas na próxima estação de águas: atraso no estabelecimento, baixa taxa de lotação, gmd abaixo do esperado.
Quais são as vantagens de usar MPasto no manejo de roçada em pastos permanentes?
Feito a roçada, ou seja, controlada a estrutura (talos na altura ideal), os perfilhos podem emitir as folhas. No início da estação das águas é necessário adubar com MPasto Max e/ou Super (fontes de fósforo) e MPasto Base (Potássio), pois esses elementos são fundamentais no desenvolvimento vegetal.
Aplicados esses elementos e conforme a taxa de lotação almejada pelo produtor, devemos aplicar MPasto Nitro. Ao se aplicar MPasto Nitro, este irá propiciar aumento de taxa de lotação (exemplo: de 2 UA´s pra 4, 5, 8 UA´s hectare).
Se não houver esse aumento de taxa de lotação, após a aplicação do nitrogênio, o pasto irá passar e teremos uma série de perdas:
- Fertilizantes;
- Folhas;
- Número de bovinos;
- Produção de carne;
- Dinheiro.
Já o correto momento de roçada (± maio) com aplicação de MPasto Max/ MPasto Super + MPasto Base (retorno das chuvas) + MPasto Nitro (conforme o objetivo de produção) e ajuste de taxa de lotação, permitindo que os bovinos colham as folhas mais digestíveis, teremos margem de 15 a 25%, na produção de arrobas de bovinos de corte.

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