O leite é um dos alimentos mais nobres, devido sua composição ser rica em proteína, gordura, carboidratos, minerais e sais minerais. Dá-se destaque comercial ao leite de origem bovina, resultante tanto de sua elevada produção quanto consumo. Nos últimos anos, tem se notado um aumento significativo de produtores saindo da atividade leiteira e uma redução do rebanho bovino de leite em vários estados brasileiros. Pensando em minimizar impactos de crise do setor e fazer com que a produção leiteira seja mais lucrativa, atenções devem ser voltadas para os diversos manejos realizados no sistema de produção, principalmente, o manejo sanitário. Cuidados com a base da produção de leite, a vaca e o ambiente, são primordiais para uma produção de leite saudável e reduzir enfermidades que acometem o rebanho, como por exemplo, a mastite bovina (geradora de problemas econômicos, de bem-estar animal nos rebanhos leiteiros e saúde pública).
Continue a leitura para entender mais sobre a mastite bovina e como preveni-la!
Quais são os diferentes tipos de mastite bovina, como eles afetam a produção e qualidade do leite, e quais métodos avançados de diagnóstico podem ser utilizados para identificação precoce e tratamento eficaz?
Mastite bovina é um processo inflamatório na glândula mamária, normalmente provocada pela infecção de vários tipos de microrganismos, principalmente as bactérias. Essa doença ocorre em todo o mundo e é considerada a mais importante dos rebanhos leiteiro devido as alta incidência de casos clínicos, alta incidência de infecções não perceptíveis a olho nu (denominadas de infecções subclínicas) e aos prejuízos econômicos causados.
São classificadas em dois tipos as mastites bovinas (clínica e subclínica):
– mastite clínica: se divide em leve (com alterações no leite, como grumos ou pus, leite aguado ou com traços de sangue); moderada (alterações no leite igual o de grau leve; no animal é observado inchaço, vermelhidão, edema e enrijecimento do quarto afetado) e aguda (os sintomas iguais aos dois anteriores, além de febre, perda de apetite, desidratação, depressão, pulsação fraca, olhos fundos, anorexia e morte do animal).
– mastite subclínica: esse tipo é possível identificar através de testes de campo ou laboratório, não ficando visíveis alterações no leite e nos tetos. Normalmente, se avalia a Contagem das Células Somáticas (CCS) maior do que 300.000.
Os agentes patológicos no leite e seus derivados em animais acometidos pela mastite resultam em prejuízos para os produtores rurais, para as indústrias beneficiadas com a matéria-prima e para os consumidores, que ficam sujeitos a problemas de saúde. As perdas econômicas mais relevantes estão relacionadas a redução na produção de leite, a diminuição da qualidade e o menor tempo útil da vida de prateleira do leite processado e seus derivados.
No leite, são várias as alterações físico-químicas observadas decorrentes da mastite bovina: modificações no pH (alcalino), menor extrato seco total (caseína, gordura, lactose), elevação de algumas enzimas, aumento de sódio e cloro, menor do cálcio e fósforo, fermentações anormais, sabor salgado, demora de coagulação. Se houver um diagnóstico da mastite na fase inicial e tratamento imediato, é possível que os tecidos internos do úbere sejam gravemente afetados, resultando na recuperação dos tecidos e evitando a disseminação da doença pelo rebanho.
A mastite subclínica pode ser diagnosticada através dos testes CMT (California Mastitis Test) para contagem do número de células somáticas no leite, podendo ter como resultado ‘negativo’, ‘suspeito’, ‘fracamente positivo’ e ‘fortemente positivo’ ou por cultura bacteriana na amostra do leite.
Mastite clínica é diagnosticada através da presença de grumos e/ou pus no leite com o de caneco de fundo escuro realizado com os três primeiros jatos de leite de cada teto para confirmação das alterações.
Para se tratar a mastite bovina clínica leve e moderada é pelo uso de antibióticos intramamários por 4 dias. Em casos avançados, deve-se fazer uso de antibióticos intramamário durante 4 ou 5 dias combinados com antibióticos sistêmicos. Em casos agudos de mastite, a recomendação é a aplicação de antibióticos sistêmicos junto de anti-inflamatório.
Para o tratamento de mastite subclínica é recomendado aplicação de antibióticos intramamários em vacas em lactação. Se já em fase avançada a DEL (dias em lactação/leite) recomenda-se a secagem do animal com o uso de intramamários para vacas secas.
Independente da mastite observada no rebanho é indiscutível o acompanhamento de um profissional para avaliar o tratamento dos animais infectados ou até mesmo a decisão de descarte de animais em caso de infecções crônicas.
Quais são as estratégias específicas de manejo da fazenda?
Como o gerenciamento do ambiente de ordenha, pode prevenir a ocorrência de mastite bovina
Conhecer a relação animal, agente etiológico e meio ambiente é fundamental para que a prevenção da mastite bovina na propriedade seja efetiva. O correto é promover treinamentos e capacitações dos funcionários, para que todos tenham o conhecimento da origem e identificação de ocorrência.
Posteriormente, o planejamento de um bom programa de controle e prevenção da mastite que vão desde adequações do ambiente, manejo de dejetos, a ida dos animais até a ordenha, identificação da mastite, preparação do úbere para a ordenha, desinfecção de tetas pré ordenha, desinfecção de tetas após a ordenha, manutenção dos animais de pé pós-ordenha, tratamento dos casos clínicos, terapia da vaca seca, descarte de animais, aquisição de novos animais, alimentação correta e monitoramento da mastite no rebanho.
Assim, recomenda-se que seja realizada uma ‘linha de ordenha’, com objetivo de controle da mastite dentro de um sistema de produção. O manejo consiste em ordenhar primariamente vacas sadias, posteriormente, vacas que já tiveram mastite e foram curadas, e por fim, vacas com mastite e as que ainda estão em tratamento da mesma. Em caso de severidade da doença no animal, estes devem ser ordenhados fora do local de ordenha do restante do rebanho para não contaminar o ambiente.
De que forma a qualidade nutricional do pasto impacta na saúde da glândula mamária das vacas e na prevenção da mastite bovina, e quais são os nutrientes-chave fornecidos pelos fertilizantes para pasto de animais que contribuem para a saúde do rebanho?
As vacas leiteiras, quando recebem uma dieta com a nutrição adequada, desempenham um papel essencial na capacidade de resposta a infecções, não apenas devido aos efeitos maléficos de dietas desbalanceadas, mas principalmente porque a ingestão de quantidades que não atendem as exigências nutricionais de nutrientes pode afetar significativamente a imunidade da glândula mamária.
Assim, é possível concluir que a nutrição adequada aliada a suplementação (principalmente de selênio, cobre, zinco e vitaminas A e E) ajuda a diminuir a susceptibilidade do rebanho a mastite, fortalecendo sistema imunológico do animal, auxiliando a manutenção ou a maior resistência da glândula mamária as infecções.
Sabe-se que quando o solo recebe adubação mineral o efeito é direto no crescimento e no aumento da produtividade de massa seca e teor de proteína da cultivar, pois em níveis de adubação adequado ocorre incremento na qualidade nutricional das pastagens, potencializando o desempenho e a produtividade animal. Diante dessa necessidade, a Mosaic Fertilizantes possui a linha MPasto destinada especialmente para as pastagens, com formulações que repõe a quantidade de nutrientes que as forragens precisam absorver para se nutrirem e se tornarem produtiva em quantidade e qualidade. Nessas formulações é possível encontrar fertilizantes que contêm em suas formulações macro e micronutrientes de acordo com a exigência de cada capim.
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