O manejo sanitário de bovinos não seria o que é hoje sem a vacinação. Já sabemos que para ter um rebanho sadio e livre de enfermidades é preciso fazer o manejo sanitário corretamente e, uma das formas de proteger os bovinos de doenças é através da vacinação! Saiba tudo sobre o tema neste artigo, boa leitura!
O rebanho bovino está sujeito a várias moléstias que trazem grande prejuízo à produção desses animais. Aplicar esforços na prevenção de enfermidades pode ser um dos maiores investimentos quando se trata em melhorias do estado de saúde dos bovinos.
Conheça duas doenças que possuem elevados índices de infecção:
Rinotraqueíte Infecciosa Bovina – IBR
A rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) é uma doença causada por um herpes vírus tipo I, no qual causa problemas no trato respiratório superior de animais jovens e adultos. Este vírus consegue atingir os gânglios nervosos e permanecer em estado de latência e ser novamente excretado em condições de estresse. Quando um animal é infectado ele será portador do vírus até o fim da sua vida.
O vírus da IBR também possui capacidade de infectar o sistema reprodutivo, causando também abortos, repetição de cio e morte de fetos, além da diminuição na produção leiteira e retardo no crescimento dos animais jovens.
Sua transmissão ocorre por secreções nasais, oculares e pela cópula e fetos abortados. Os sinais clínicos observados são enfermidades causadas no trato respiratório superior, os quais facilitam devido a imunidade comprometida dos animais, a entrada de bactérias e desencadeando infecções secundárias, acometendo na maioria das vezes os animais jovens.
Para controlar a doença é feita uma avaliação dos resultados laboratoriais do diagnóstico e a utilização de vacinas como instrumento de controle.
Diarreia Viral Bovina – BVD
A diarreia viral bovina (BVD) é uma doença causada por um pestivirus, que possui dois biotipos diferentes (citopático e não citopático), sendo uma das principais enfermidades de bovinos amplamente distribuída nos rebanhos de todo o mundo.
O vírus pode ser transmitido antes ou depois do nascimento. Em vacas prenhas, o vírus pode penetrar a placenta e chegar até o feto.
Depois do nascimento, são várias formas que o vírus pode atingir o animal, podem ser: através da urina, pelo contato direto com saliva, fezes, sêmen e leite de outro animal que esteja infectado, ou através de equipamentos e materiais utilizados no manejo por um animal doente, esses materiais podem ser agulhas, cabrestos, pipetas de inseminação artificial (IA), entre outros equipamentos.
As formas de transmissão são por secreções nasais e por cópula e os animais infectados excretam o vírus pela saliva, urina e pelo leite. O diagnóstico é baseado nos sinais clínicos e patológicos.
Quais são as vacinações de rotina que devem ser realizadas em gado de corte?
Existem diversos laboratórios disponíveis no mercado, fabricando vacinas contra várias doenças. Cada caso deve exigir uma conduta específica de acordo com a recomendação do Médico Veterinário. No território brasileiro, os animais são vacinados especialmente contra as doenças abaixo:
- Febre aftosa
Para essa enfermidade, o cronograma de vacina é definido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
- Brucelose
Para o combate da brucelose, a aplicação da vacina deve ser feita em dose única e, somente em fêmeas entre 3 e 8 meses de vida. É importante seguir a legislação vigente, pois a vacinação só pode ser aplicada sob a orientação de um médico veterinário.
- Clostridioses
A aplicação da vacina para combater a clostridiose, precisa ser realizada em todos os animais, pois essa enfermidade causa mortalidade muito rápido e sua erradicação é improvável, pois os esporos das bactérias estão espalhados pelo ambiente.
Recomenda-se que os bezerros recebam a primeira dose a partir dos 2 meses de vida e após 30 dias fazer um reforço nos bezerros que tem as mães vacinadas.
Na eventualidade da mãe do bezerro não ter sido vacinada e a região tiver altos obstáculos, a primeira aplicação da vacina pode ser realizada com duas semanas de idade, e o reforço após 30 dias. Em casos assim, é indicado realizar uma outra vacinação aos seis meses. Orienta-se revacinar todos os animais todos os anos.
- Botulismo
Nas regiões que o botulismo é recorrente, é necessário realizar a vacinação contra a doença. Em geral indica-se aplicações de duas doses iniciais com quatro a seis semanas de espaço e depois uma dose por ano em todo o rebanho.
- Leptospirose
Quando o animal tiver entre quatro e seis meses de nascido, é recomendado que a primeira dose da vacina contra leptospirose seja aplicada. O reforço deve ser feito após quatro semanas. É muito importante que todo o rebanho seja imunizado a cada seis meses ou em períodos inferiores, conforme orientação do médico veterinário.
- Raiva bovina
A imunização contra a raiva bovina é realizada em locais onde existem grupos permanentes de morcegos sugadores de sangue.
Em determinadas regiões, se eventualmente surgirem focos da doença, a vacinação acaba sendo obrigatória em 100% dos animais.
Independentemente do tempo de vida dos bovinos, a vacinação deve ser feita anualmente e todo o rebanho deve ser imunizado. O planejamento orientado é de duas doses iniciais, com intervalo de 30 dias e realizar uma revacinação anual de todos os animais.
A vacinação do rebanho deve ser associada à imunização dos outros animais que vivem na propriedade, tais como gatos, cães, equinos, suínos, ovinos e caprinos.
- IBR e BVD
É recomendado que a vacina seja feita no terceiro mês de idade, o reforço pode ser realizado depois de quatro semanas e a revacinação anual, com única dose. É fundamental que os animais que estão em fase reprodutiva sejam vacinados um mês antes do início da estação de monta
Qual o calendário de vacinação para o gado de corte?
Como fazer declaração de vacina do rebanho?
A declaração de vacinação nos bovinos deve ser acessada através do site da Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo – GEDAVE. Onde o usuário vinculado a Atividade Produtiva (AP) da Propriedade deverá acessar o menu:
Área Animal > Controles > Controle de Vacinação > Declaração de Vacinação – Febre Aftosa > Vacinação.
No site de acesso para o GEDAVE você encontrará todo o passo-a-passo para realizar essa declaração.
Como atualizar o rebanho bovino?
Produtor, para você declarar a vacina, é preciso fazer atualização de saldo, esse processo é obrigatório!
Será feito um alerta para o usuário de todos os rebanhos presentes na Atividade Produtiva (AP), como também, o saldo presente de cada rebanho de peculiar interesse do Estado e será preciso atualizar o armazenamento de todos eles.
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Artigo escrito pelos médicos veterinários do grupo de Parasitologia da Unesp FCAT – Dracena – SP – Isabela Cipriano, Giordani Mascoli e Tábata Alves.
Fontes:
Fundação ROGE
Ouro Fino Saúde Animal
Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo – GEDAVE
Embrapa Gado de Corte
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