O período de nascimento dos bezerros é considerado uma das mais importantes fases para o pecuarista de corte. De modo geral, ela indica o início de uma nova etapa dentro dessa pecuária, e todos os proprietários buscam que o animal esteja em boas condições até a etapa de desmame. Assim, para manter os animais nas condições adequadas, entender o manejo de bezerros de corte é fundamental. Rebanhos com animais que estão sempre adoentados e que demandam tratamentos constantes, geram altos custos e grandes perdas.
O manejo de bezerros de corte é tão importante pois, para crescerem saudáveis e desenvolver todo o seu potencial, os bezerros necessitam de cuidados especiais, principalmente nos primeiros momentos de vida. Assim, esses processos incluem cuidados que vão desde o parto, passando pelo planejamento dos pastos-maternidade e o manejo dos animais.
Quer aprender 3 práticas importantes que vão te ajudar com esta fase que é considerada uma das mais arriscadas na pecuária? Vamos lá!
1 – Uso da colostragem no nascimento dos bezerros
A ingestão do colostro é fundamental durante o primeiro mês de vida dos bezerros. Isso porque o primeiro leite reforça o sistema imunológico do animal. Somente com o colostro o filhote será capaz de desenvolver a imunidade por conta própria após este período. Além disso, a colostragem é essencial para que o manejo de bezerros de corte como um todo aconteça com sucesso. Isso se dá, uma vez que o alimento é rico em diferentes tipos de substâncias como gorduras, proteínas e anticorpos que protegem os bezerros contra doenças. Tudo isso levando em conta que, quanto maior a densidade da substância, maior é a qualidade.
O ideal é que os bezerros de corte façam a ingestão do colostro em até, no máximo, três horas após o seu nascimento. Além disso, devem permanecer junto da mãe durante um tempo para que possam mamar a vontade. Para fornecer um colostro de qualidade, o manejo alimentar das vacas também precisa ser bem feito. E vale ressaltar que sim, o manejo correto das fêmeas faz parte e é fundamental para o manejo de bezerros de corte.
2 – Cura adequada do umbigo
Após o nascimento dos bezerros, o cordão umbilical se rompe e deixa de receber sangue, tornando-se um tecido morto. Contudo, antes de estar completamente seco, ele pode ser considerado uma rica fonte de nutrientes. Ou seja, essa região se torna alvo fácil de contaminações, já que é fonte de alimentação para bactérias indesejáveis. Assim, para que o manejo de bezerros de corte seja bem sucedido é preciso evitar essa contaminação, já que ao entrar em contato com o organismo do animal, provoca diversos problemas.
Assim, a cura é feita por meio da imersão do umbigo em tintura de iodo em concentrações que variam de 5% a 7%, durante pelo menos 5 dias, ou até que ocorra a queda do cordão umbilical. Por mais simples que pareça, o procedimento precisa ser realizado por um profissional capacitado, evitando cortar o umbigo e usar a mesma solução de iodo mais do que uma vez.
3 – Foco na alimentação
Quem trabalha com pecuária de corte já sabe que o manejo nutricional é fundamental em diversas fases da criação. No período da gestação da vaca, a alimentação influencia diretamente na formação do bezerro e, também, na qualidade do colostro. Assim, a saúde das crias está diretamente ligada à nutrição desde antes do parto, já que o colostro, por exemplo, precisa ser nutritivo e com altos níveis de anticorpos para proteger os filhotes. Dessa forma, é seguro afirmar que o manejo de bezerros de corte, principalmente no que trata de sua nutrição, começa na gestação.
Com relação ao período após o nascimento dos bezerros, quanto maior for o peso almejado na desmama, mais indicado é substituir a ração por um alimento que forneça mais energia. Um sistema muito utilizado é o de creep feeding, já que nele o bezerro fica menos dependente do leite materno. Independente do sistema, o importante é investir em uma alimentação de qualidade que garanta a saúde do rebanho.
Artigo escrito por Vinicius Gomes | Especialista em Desenvolvimento de Mercado em Pecuária da Mosaic Fertilizantes.
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Graduado em Zootecnia pela Unesp, Mestre em Produção Animal Sustentável, Doutor em Zootecnia pela Unesp.
Trabalho desde 2009 com ênfase em Bovinocultura e Pastagem, atuando nos seguintes temas: produção de bovinos a pasto, suplementação animal, manejo de pastagem, nutrição animal, confinamentos, adubação de plantas forrageiras, alimentos volumosos conservados, avaliação de plantas forrageiras, sistemas integrados de produção agropecuária e extensão em projetos de difusão de tecnologias.