A correção do solo através da calagem e da gessagem cria condições favoráveis para o estabelecimento de plantas vigorosas e bem estruturadas tanto na sua parte aérea (número e peso de perfilhos), quanto subterrânea (raízes).
A correção da acidez do solo cria condições para o aumento na disponibilidade de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S) às plantas, como também o aumento na assimilação destes nutrientes pela planta; aumenta os teores de cálcio e magnésio, aumenta a capacidade de troca de cátions (CTC) do solo, cria ambiente favorável para o desenvolvimento, crescimento e atuação das bactérias decompositoras de matéria orgânica do solo etc.
A gessagem promove a precipitação do alumínio ao mesmo tempo em que aumenta o teor de cálcio em camadas mais profundas do solo, criando um ambiente favorável para o crescimento do sistema radicular até camadas mais profundas do solo, condição que permite à planta maior tolerância aos veranicos (estiagem) e as secas.
A aplicação de fósforo por ocasião do plantio, junto às sementes ou às mudas, possibilita o crescimento e o desenvolvimento de um sistema radicular profundo, volumoso, pesado e vigoroso, ao mesmo tempo em que estimula o perfilhamento e desenvolvimento da parte aérea da planta, possibilitando o primeiro pastejo antecipado após o plantio.
As adubações de manutenção, de forma equilibrada, permitem aumentos na produção de forragem com maior valor nutritivo, maior vigor de rebrota da planta forrageira, que passa a ter condições de competir com as plantas invasoras, além de se tornar mais tolerante às condições de estresses bióticos (ataques de pragas, tais como os insetos pragas, e as doenças causadas por fungos) e, abióticos (variação brusca na temperatura ambiente, estiagens e secas prolongadas).
Estas respostas da pastagem resultam em maiores capacidades de suporte que possibilitam maiores taxas de lotação associado com maior desempenho animal (maior ganho de peso, maior produção de leite por vaca). Os aumentos destas duas variáveis, taxa de lotação e desempenho animal são determinantes para se alcançar altas produtividades por área.
No quadro abaixo um resumo das principais funções de nutrientes essenciais e uteis às plantas.
No quadro abaixo estão alguns exemplos práticos das respostas esperadas em uma pastagem adubada comparado com uma pastagem não adubada.
Entretanto para que estes ganhos sejam alcançados é preciso evitar os erros mais comumente cometidos no manejo da fertilidade dos solos da pastagem, tais como:
-não ter análise de solo para fazer as recomendações de correção e adubação;
-amostragem de solo de forma incorreta (épocas e profundidades de amostragem incorretas, número de amostras simples insuficiente para compor a amostra composta que é enviada para o laboratório);
-análise de solo incompleta, faltando textura, micronutrientes etc;
-aplicação de corretivos e fertilizantes em excesso (é menos frequente) ou em subdosagem (bem frequente);
-a correção e adubação de pastagens já em estágios avançados de degradação;
-não saber manejar o pastejo de forma que a colheita da forragem produzida seja colhida com eficiência;
-não ajustar as taxas de lotação à capacidade de suporte da pastagem, o que resulta em condições de superpastejo (taxa de lotação acima da capacidade de suporte) ou de subpastejo (taxa de lotação abaixo da capacidade de suporte).
-colocar animais de baixo potencial genético para pastejar em pastagens adubadas; Todos estes erros levam a frustrações e desanimo em relação à adoção da tecnologia de manejo de fertilidade de solos de pastagens.
Adilson de Paula Almeida Aguiar – Zootecnista, professor de Forragicultura e Nutrição Animal no curso de Agronomia, de Forragicultura e Pastagens e Plantas Forrageiras no curso de Zootecnia nas Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU); Consultor Associado da CONSUPEC – Consultoria e Planejamento Pecuário Ltda.
