A degradação das pastagens ao passar dos anos tem se tornado um dos maiores problemas para a atividade pecuária. Aproximadamente 80 milhões de hectares de pastagens do Brasil são preenchidas com o capim-marandu, e isso representa cerca de 70% das pastagens cultivada nacionalmente. Essa vasta formação por uma única cultura, sendo desenvolvida em pastagens malformadas, acaba afetando a sustentabilidade desse sistema de produção. Por isso se faz necessária um sistema de rotação de culturas, você já ouviu falar em Integração Lavoura Pecuária (ILP)? Neste artigo abordaremos este tema, continue a leitura!
Graças aos grandes esforços necessários para a formação, recuperação e reforma de pastagens, têm-se pesquisado várias técnicas procurando diminuir parte desses esforços. A ILP se transformado numa opção próspera, pois beneficia duas atividades de relevância econômica, a produção de grãos e pecuária, possibilitando vantagens reciprocas ao produtor, especialmente nas regiões do Cerrado brasileiro.
Autores relataram que na maior parte da região do Cerrado brasileiro, as áreas utilizadas para produção de grãos permanecem em descanso aproximadamente oito meses, quando adota-se apenas uma safra por ano agrícola, em virtude das condições climáticas no início do outono, principalmente se refere à deficiência hídrica.
Mas o que é Integração Lavoura Pecuária (ILP)?
De acordo com a Embrapa, o sistema ILP baseia-se na administração de distintos sistemas produtivos de grãos, fibras, carne, leite e agroenergia, introduzidos na mesma área, em consórcio, em rotação ou em série. O ILP é uma alternativa interessante para a recuperação de áreas degradadas, através da intensificação da utilização da terra, visto que potencializa os efeitos cooperativos existentes entre as várias espécies vegetais, propiciando, de forma sustentável, maior produção por área. Esse sistema aperfeiçoa o uso do solo, com a produção de grãos em áreas de pastagens, e otimiza a produtividade das pastagens em consequência de sua renovação pelo melhoramento da adubação residual da lavoura, viabilizando maior ciclagem de nutrientes e o aumento da matéria orgânica do solo.
Pode-se dizer que o sistema ILP tem sido uma grande revolução na agropecuária, pois ele possibilita o aumento na lotação animal e, além disso, permite que seja produzido mais grãos na mesma área.
O cultivo do milho safrinha no sistema ILP
Em locais onde é possível fazer o cultivo de safrinha, opta-se pela produção de culturas forrageiras na entressafra em continuidade à cultura anual de verão. Podendo ser semeada no início do ano, como por exemplo, as culturas de sorgo ou milho safrinha. Também é possível escolher pelo cultivo consorciado da forrageira anual com uma cultura perene, visando a produção de forragem no período frio do ano e a criação de cobertura seca para a próxima estação chuvosa.
Deste modo, a associação de milho com forrageiras perenes no verão é uma alternativa para produção de forragem do outono até a primavera. O corte dessa forragem posteriormente servirá como volumoso aos animais, é uma opção ao invés de usá-la para fazer silagem.
Em locais que tem cultivos com solos corrigidos adequadamente, foi priorizado o sistema consorciado de culturas produtoras de grãos com forrageiras tropicais, especialmente as Brachiarias e Panicuns. Anualmente esse consórcio é estabelecido, podendo ser implementado conjuntamente à semeadura da lavoura anual, ou aproximadamente com 10 a 20 dias depois que a planta emerge e com o conhecimento do comportamento das espécies. Na disputa por fatores de produção, impede que a competição existente entre as espécies impossibilite o cultivo consorciado.
A presença de plantas forrageiras no sistema ILP
O sistema de consórcio, tem sido objeto de estudo de vários pesquisadores os quais relataram que, na maioria das pesquisas, a presença da forrageira não afetou a produtividade de grãos de milho. Verificou-se também, que em grande parte dos locais, ocorreram tendências ao aumento de produtividade no sistema consorciado, provavelmente em função da não aplicação de herbicida de gramíneas em pós-emergência, diminuindo possíveis sequelas que produz efeito tóxico nos vegetais.
De modo geral, as gramíneas forrageiras de clima tropical mostram demorado acúmulo de massa seca da parte superior da planta até 50 dias após seu desabrochamento, ao passo que maior parte das culturas de ciclo anual sofre interferência por disputa nesse período. No caso do cultivo consorciado, os resultados de pesquisa têm possibilitado constatar que a competição da planta forrageira com o milho pode ser aliviada com o uso de dosagens baixas de herbicidas pós-emergentes, como Nicosulfuron, ou ainda através da semeadura da combinação das sementes do capim-Marandu com fertilizante de semeadura em grandes profundidades que as sementes da cultura que produz grãos.
Outra forma de reduzir notadamente a competitividade entre as espécies quando consorciadas tem sido a semeadura da planta forrageira por ocasião da adubação de cobertura ou depois o desabrochamento do milho.
Assim, pode-se garantir que geralmente, os resultados estão relacionados à combinação de diversos fatores, como população da forrageira, disposição de semeadura (espaçamento entrelinhas), época de estabelecimento, plantas indesejadas e utilização de herbicidas, fertilidade do solo e condições relacionadas a água.
Artigo escrito por Vinicius Gomes | Especialista em Desenvolvimento de Mercado em Pecuária da Mosaic Fertilizantes
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