Recuperação de pastagem: o que é e como fazer

6 min de leitura

Você conhece o conceito de recuperação de pastagem? A pecuária nacional por muito tempo se sustentou apenas com a fertilidade natural de seus solos e teor de matéria orgânica dos solos recém-desmatados para estabelecer plantas forrageiras de alto potencial produtivo, com maior exigência em fertilidade do solo. No entanto, a adoção de técnicas de recuperação de pastagens tem se mostrado fundamental para garantir a produtividade e a sustentabilidade da atividade pecuária.

O modo extrativista esgotou a fertilidade dos solos, forçando os produtores rurais realizarem trocas sucessivas de capins forrageiros por outros menos exigentes, procurando compensar a longevidade de produção dessas áreas por forrageiras de menores produtividades e consequentemente diminuição da lotação animal e menor produção por área.

Mas com o passar dos anos, proibições de abertura de novas áreas começaram a se tornar realidade e novas tecnologias foram desenvolvidas, assim como manejos mais adequados foram implantados. A necessidade de se aumentar a produção devido a alta demanda da população fez com que investimentos começassem ser realizados para que o pecuarista continuasse com suas criações de modo mais sustentável e competitivo no mercado.

No entanto, muitas áreas de pastagem produtiva que ficaram por muito tempo sem os devidos cuidados, acabaram se transformando em pastagens degradadas, ou seja, improdutivas. O resultado disso são maiores dificuldades na recuperação dessas áreas.

Ao continuar lendo este artigo, você descobrirá valiosas informações sobre como revitalizar pastagens degradadas tornando-as produtivas novamente. Além disso, também conhecerá técnicas eficazes para realizar essa recuperação. Não perca a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto!

O que é uma recuperação de pastagem?

Vaca adulta e bezerro em pastagens degradadas com floresta ao fundo.

Antes de discutir o que é a recuperação de pastagens, é importante entender a degradação dessas áreas. A degradação da pastagem se refere à perda de vigor na forragem, queda na produtividade e redução do potencial natural de recuperação, resultando em dificuldades para atender às necessidades nutricionais dos animais e protegê-los contra pragas, doenças e plantas daninhas. Uma das principais causas deste cenário são práticas inadequadas de manejo.

Quando em fase de degradação de pastagem, a produtividade animal (carne) na fase de engorda produz em torno de 2 arrobas/ha/ano, enquanto a produtividade em pastagens recuperadas e bem manejadas alcançam, em média, 12 arrobas/ha/ano. 

Por outro lado, a ótica ambiental traz alguns agravantes, já pastagens degradadas e não recuperadas resultam em efeitos nocivos ao meio ambiente, com números elevados de malefícios nos recursos hídricos e agravamento das emissões dos gases do efeito estufa (GEE).

Dessa forma, frente as pastagens degradadas é necessário tomar a decisão de fazer a reforma ou recuperação desta área. Tanto uma quanto a outra têm vários fatores técnicos e econômicos a serem analisados antes da execução.

Muitas vezes a recuperação da pastagem já é suficiente para se alcançar altas produtividades novamente, tudo com menor custo quando comparado com a atividade de renovação da área.

Assim, recuperação de pastagem pode ser entendida como o restabelecimento e mantença da população de plantas já existentes, ou seja, a forrageira que já está implantada na área, utilizando-se de técnicas que promovam o retorno produtivo dessa pastagem, não havendo gastos com preparo de solo (operações de aração e gradagem na área) e aquisição de sementes. 

Como fazer recuperação de pastagens degradadas?

A alta lotação de animais nas pastagens e a falta de reposição de nutrientes através da adubação são as principais causas de degradação de pastagem no território brasileiro. 

No entanto, existem mais fatores que devem ser levados em consideração e contribuem para a degradação de pastagens, como por exemplo: 

  • Germoplasma não recomendado para o local; 
  • Formação inicial da pastagem ruim provocada pela não utilização de práticas de conservação do solo, preparação do solo, correção da acidez e/ou adubação, sistemas e técnicas de plantio, manejo animal no ciclo de formação; 
  • Uso rotineiro do fogo como prática de manejo, épocas e excesso de roçagens, uso errôneo da adubação de manutenção; 
  • Observância de pragas, doenças e plantas invasoras; 
  • Sistemas inadequados de pastejo; 
  • Escassez de medidas de preservação do solo após considerável tempo de utilização para pastagem, entre outros.

Assim, o primeiro passo é realizar o diagnóstico com informações sobre a região da área degradada, da propriedade e das pastagens que serão recuperadas, associados aos sistemas de produção mais praticados na região, mercados a serem atingidos, sistema de produção da fazenda, etc. 

Os índices zootécnicos serão determinados, sendo alguns deles: 

  • Lotação animal;
  • Natalidade;
  • Mortalidade;
  • Ganho de peso;
  • Entre outros.

As informações detalhadas das condições das pastagens, tais como:

  • Histórico da área;
  • Análise do solo;
  • Declividade do terreno;
  • Condições de conservação do solo;
  • Estádio de vigor e cobertura da pastagem;
  • Presença de invasoras;
  • Pragas;
  • Entre outros.

Após o diagnóstico e avaliação por profissionais competentes, dá-se início à recuperação das pastagens com o uso de operações, quantidades de insumos e manejo adotado daí em diante, com o objetivo primordial de restabelecer a produção de biomassa das plantas em um período determinado e com custos viáveis para o produtor, visando uma maior persistência da pastagem.

Para recuperação de pastagens degradadas, algumas técnicas são citadas, como por exemplo: uso do sistema Voisin, plantio de leguminosas nas áreas em degradação, utilização de grade pesada, ressemeadura da forrageira junto ao plantio de uma cultura anual, vedação por longos períodos e integração lavoura-pecuária.

Outras literaturas citam também a prática de recuperação de pastagens degradadas por métodos diretos e indiretos, categorizados de 3 maneiras diferentes:

  • Não destruição da vegetação;
  • Destruição parcial da vegetação;
  • destruição total da vegetação.

Qualquer uma das técnicas deve ser analisada com muita atenção, já que algumas delas não mudam ou não solucionam os fatores que dão origem às pastagens degradadas (manejo inadequado da lotação animal e da forragem e a fertilidade do solo). Ao invés disso, apenas mascaram a resposta da pastagem, adiando a recuperação por mais dois ou três anos.

Diferenças entre recuperação e reforma de pastagem

A diferença entre recuperação e reforma de pastagem é bastante clara. Por um lado, a reforma de pastagem consiste em remover a forrageira existente na área degradada, utilizando métodos como preparo do solo ou aplicação de herbicidas dessecantes. O objetivo é implantar uma nova forrageira no local, seja por meio de plantio direto, semeadura convencional ou plantio por mudas.

Por outro lado, quando falamos na recuperação de pastagens degradadas, o objetivo principal é preservar a população de forrageiras já presentes na área. Isso é alcançado através do uso de técnicas que promovem altas produtividades da forrageira degradada, sem recorrer a operações que revolvam o solo ou à aquisição de novas sementes, reduzindo os custos finais do produtor.

A decisão de recuperar ou reformar a pastagem pode ser feita através da observação da área afetada. Se houverem áreas com menos de 2 m² onde a forrageira principal está presente, pelo menos uma touceira/m² de capim-colonião ou capim elefante, ou pelo menos duas touceiras/m² de capim-braquiária, isso indica que a recuperação da área degradada deve ser realizada.

Quando os solos estiverem expostos ou cobertos por plantas invasoras maiores que 2 m² na área analisada, tiverem várias manchas com ausência de 1 m² da forrageira principal ou quando houver a necessidade de implantar uma nova forrageira resistente à pragas, recomenda-se a reforma da área de pastagem degradada.

Como evitar as pastagens degradadas?

Vacas em pastagem recuperadas verde e bonita

Assim, para evitar as pastagens degradadas é necessário seguir um processo baseado no conhecimento técnico, buscando maior eficiência em relação à produtividade vegetal e animal e evitando as principais causas de degradação.

Levando isso em consideração, é de grande importância saber qual é a forrageira mais adequada e adaptada ao local de implantação, bem como aos objetivos estabelecidos, para iniciar um sistema produtivo. 

Ao final, Uma boa formação inicial da pastagem é alcançada por meio da utilização de práticas de conservação do solo, preparo adequado do solo, correção da acidez, adubação e utilização de sistemas e métodos de plantio adequados, juntamente com o manejo adequado dos animais. 

É importante evitar práticas culturais prejudiciais, como queimadas, uso inadequado de métodos de roçagem e realizar adequadamente as práticas de adubação de manutenção. Em caso de ocorrência de pragas, doenças e plantas invasoras, medidas de controle devem ser tomadas desde o início. 

No entanto, quando a pastagem está saudável e bem nutrida, ela se torna mais resistente e capaz de enfrentar esses ataques prejudiciais. Além disso, é fundamental utilizar um manejo animal baseado na capacidade de suporte de cada área de pastagem.

Com o uso racional da área, respeitando princípios de sustentabilidade e respeito à produtividade vegetal e animal associado ao conhecimento e recomendações de um profissional da área, o sucesso na pecuária é garantido com retorno econômicos atrativos.

Assim, o método mais inteligente e duradouro, com respostas em curto prazo, é reconstruir e melhorar a fertilidade dos solos aliado ao manejo correto das forrageiras, respeitando o período de descanso necessário para a recuperação das pastagens degradadas.

Pensando nisso, a Mosaic Fertilizantes lançou no mercado a linha de fertilizantes especialmente desenvolvida para pastagens, chamada de MPasto. Essa linha se torna mais uma alternativa na solução do problema, com o objetivo de obter a fertilidade adequada dos solos para as cultivares implantadas na área, buscando ganhos tanto em produtividade vegetal quanto animal.

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