Vamos aumentar a taxa de lotação da fazenda com fertilizante NPK?

3 min de leitura

A taxa de lotação média nos pastos do Brasil é 0.93 unidade animal hectare (UA ha-1, ABIEC – 2024). Você acha esse valor alto ou baixo? A resposta é bem clara: depende. Se compararmos com a média mundo, 0.32 UA ha-1, é três vezes maior, se compararmos com o potencial que as gramíneas C4 tem, quando adubadas na estação das águas, esse valor está a 4, 6, 8 aquem do potencial.

Continue a leitura para entender como é possível aumentar a taxa de lotação da sua fazendo através da adubação com NPK.

Fatores relevantes para o crescimento do pasto

A unidade básica do pasto são os perfilhos. Portanto, pastos são comunidades de perfilhos, que tem seu crescimento regido por 6 fatores:

  • Luz;
  • Temperatura,
  • Umidade;
  • Densidade;
  • Fertilidade do solo;
  • Manejo.

Assim, dentre esses 6 fatores, luz, temperatura e umidade são difíceis de controlar, mas não impossíveis. Densidade do solo pode ser corrigida com utilização de implementos agrícolas e boas práticas de manejo.

Infelizmente, ainda são poucas as iniciativas de consultoria de manejo de pastagens no país, se comparadas à necessidade dos sistemas de produção zootécnicos. Assim, não podemos errar na construção da fertilidade do solo. Devemos ter como prioridade a aplicação de fertilizantes de alta disponibilidade, responsáveis por aumentar a taxa de lotação dos pastos brasileiros.

Qual o papel dos fertilizantes ricos em fósforo (P) e potássio (K) no aumento da taxa de lotação?

Antigamente o ditado dizia: “cerrado: nem dado, nem herdado” Isto hoje nos parece algo absurdo, pois trocou de patamar devido a construção da fertilidade do solo, inicialmente com calcário e gesso.

Vencida essa etapa, a próxima é a construção da fertilidade com fósforo (P). Afinal, a maioria dos solos do Brasil, são pobres no teor de fósforo, sendo que esse elemento é vital no desenvolvimento inicial das plantas forrageiras. Assim, a forma mais eficaz de aumentar os teores de fósforo da pastagem é utilizar fontes que sejam solúveis, acima de 85%, ou seja, fugir do convencional e utilizar tecnologia.

Outro nutriente que aumenta a fertilidade do solo e é extremamente utilizado pelas plantas forrageiras, é o potássio (K). Solos férteis tem de médio a alto teor de potássio, sendo esse elemento utilizado nos processos fisiológicos, especialmente abertura e fechamento de estômatos.

Além disso, o potássio também é vital na estruturação dos tecidos vegetais. Especialmente nas áreas destinadas a produção de silagem e feno, por dois motivos:

  • Evitar tombamento no momento da colheita;
  • É o elemento mais extraído depois do nitrogênio.

Adicionalmente, a inclusão do micronutriente boro (B) junto ao potássio é uma prática muito bem-vinda na adubação de pastagens, sendo o boro o micronutriente mais negligenciado nos solos brasileiros.

Solos férteis, ou seja, elevados em níveis de fósforo e potássio, podem ter 1 ou 1.3 UA ha-1 a mais, se comparado a solos deficientes nesses nutrientes.

Qual é a importância dos fertilizantes ricos em nitrogênio (N) no aumento da taxa de lotação da fazenda?

Sem dúvidas, o nutriente que mais promove o aumento da taxa de lotação é o nitrogênio. Fontes de nitrogênio com todo o grânulo revestido por tecnologia anti-urease e liberação lenta, retornam ao solo o máximo de nitrogênio possível. Assim, pensando em 100 kg de N ha-1 aplicados, teremos algo em torno de 98 ou 99 kg de N ha-1 disponível.

Já foram comparados elementos fundamentais da fertilidade do solo em áreas limítrofes, denominadas, Área Fértil e Área em Construção de Fertilidade. A Área Fértil manteve a taxa de lotação, no período das águas, de 3.3 UA ha-1, enquanto a Área em Construção de Fertilidade manteve 1.9 UA ha-1.

Assim, ao aplicarmos 75 kg de N ha-1, na Área em Construção de Fertilidade, foi observada a taxa de lotação 2.8 UA ha-1, ou seja, 0.5 UA a menos, quando comparado com a Área Fértil, sem nitrogênio.

Em ambas as áreas foi aplicado 150 kg de N ha-1, na área Fértil foi possível manter taxa de lotação de 5.8 UA ha-1 e na área em Construção de Fertilidade, 3.8 UA ha-1 (tabela 1), vale lembrar que 3.8 é quatro vezes maior que a média nacional.

Tabela de comparação de nutrientes em área fértil e em construção de fertilidade

Assim, a partir dos resultados supracitados fica clara a necessidade de construirmos a fertilidade do solo com cálcio, magnésio, fósforo e potássio; Dado esse passo, sem sombra de dúvidas, a utilização de nitrogênio aumentará a taxa de lotação dos pastos brasileiros.

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