Capim-colonião: benefícios e manejo inteligente em pastagens produtivas

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O capim-colonião (Panicum maximum Jácq.) é uma gramínea forrageira africana que ganhou destaque no Brasil por sua alta produtividade (8 T de massa de forragem seca por hectare e taxa de acúmulo de 150 kg de MS por dia) e excelente adaptação às condições tropicais.

Ao longo dos anos, especialmente nas décadas de 60, 70 e 80, essa planta forrageira foi amplamente utilizada em sistemas de pastejo, especialmente em regiões de clima quente e solos ácidos. No entanto, apesar de seus benefícios, o capim-colonião também apresenta desafios que exigem atenção no manejo.

Neste artigo, você vai entender as principais características dessa forrageira, suas vantagens nutricionais, os riscos associados ao seu cultivo e as melhores estratégias a fim de aproveitá-la de forma eficiente e sustentável. Boa leitura!

Características agronômicas do capim-colonião

Antes de mais nada, é importante compreender as características morfológicas e agronômicas do capim-colonião. Trata-se de uma gramínea perene, que pode atingir até três metros de altura, formando touceiras densas e vigorosas.

Sua estrutura é composta por folhas largas, inflorescências abundantes e raízes profundas, nervura central da folha branca (bem característico da espécie), o que contribui na resistência à seca e capacidade de regeneração após cortes ou pisoteio.

Além disso, o capim-colonião tem propagação por mudas e sementes, contudo, a taxa de germinação pode variar bastante, dependendo de fatores como a qualidade da semente, as condições do solo e o clima; sendo mais usual estabelecê-lo por mudas.

Outro ponto relevante é sua capacidade de florescer continuamente, especialmente em temperaturas entre 20°C e 30°C, o que favorece sua adaptação a diversas regiões do Brasil e um desafio no manejo do pastejo, pois, não devemos deixar alongar o colmo (talo).

Ou seja, se o capim Colonião alonga o talo e emite inflorescência, isso nos dá uma pista: seu desenvolvimento é rápido, portanto a taxa de lotação, a fim de não permitir a alongação do talo, deve ser alta (5 a 8 UA’s, sendo 1 UA = 450 kg de peso vivo por hectare) conforme o nível de adubação.

Vantagens nutricionais e uso na pecuária

Quando se trata de alimentação animal, o capim-colonião oferece diversas vantagens. Em primeiro lugar, ele é altamente palatável aos bovinos, equinos e ovinos, o que facilita sua aceitação no pastejo, feno ou silagem.

Em segundo lugar, seu valor nutricional é elevado, especialmente em perfilhos jovens, que podem conter até 15% de proteína bruta (quando adubado com nitrogênio, de Mpasto Nitro e Excellen). Isso significa que, quando manejado corretamente, o capim-colonião pode contribuir significativamente no ganho de peso dos animais, especialmente bovinos.

Além disso, o capim apresenta boa digestibilidade e capacidade de emissão de novos perfilhos vigorosos, o que garante uma renovação constante da pastagem. O capim-colonião, assim como os demais Panicuns deve ser utilizado em sistemas de pastejo rotacionado, onde seu crescimento é controlado a fim de manter o valor nutricional da forragem. Pode ser utilizado na confecção de silagem e feno, pois, o capim-colonião responde a adubação e é capaz de produzir 36 T de MS por hectare, por corte.

exemplo de capim-colonião bem manejado

Exemplo de capim-colonião bem manejado por cliente Mosaic

Importância ecológica e recuperação de solos

Outro aspecto que merece destaque é a importância ecológica do capim-colonião. Graças à sua estrutura radicular profunda, essa gramínea contribui na estabilização do solo, evitando processos erosivos e promovendo a recuperação de áreas degradadas. Em alguns casos, o capim-colonião também é utilizado em práticas de fitorremediação, ajudando a remover metais pesados do solo e restaurar a qualidade ambiental de regiões afetadas por atividades industriais.

Portanto, além de ser uma excelente opção na pecuária, o capim-colonião pode desempenhar um papel relevante na sustentabilidade da pecuária, especialmente quando integrado a práticas de manejo consciente.

Desafios e riscos do capim-colonião

Apesar de todos os benefícios mencionados, o capim-colonião não está isento de desafios. Um dos principais problemas associados ao seu cultivo é a capacidade de se tornar uma planta daninha em áreas agrícolas. Como resultado, o capim pode competir com culturas como soja, milho e cana-de-açúcar por luz, água e nutrientes, comprometendo a produtividade agrícola.

Além disso, o capim-colonião pode atuar como hospedeiro de nematoides e outras pragas que afetam culturas comerciais. Outro risco está relacionado ao acúmulo de glicosídeos cianogênicos em suas inflorescências, que podem causar intoxicação em animais se consumidos em grandes quantidades.

Por isso, é fundamental adotar estratégias de manejo que evitem o florescimento excessivo e mantenham a planta em estágio vegetativo (exemplo: lotação rotativa).

Manejo eficiente: como controlar e aproveitar o capim-colonião

Diante desses desafios, o manejo eficiente do capim-colonião torna-se essencial. Uma das estratégias mais recomendadas é a lotação rotacionada, que permite controlar a altura da planta e evitar o florescimento. Com isso, é possível manter a qualidade nutricional da forragem e alta taxa de lotação.

Outra prática importante é a realização de roçadas periódicas, especialmente em períodos de crescimento acelerado. As roçadas ajudam a manter o capim em estágio vegetativo, favorecendo a emissão de perfilhos e melhorando a palatabilidade da planta.

No que diz respeito à adubação, o capim-colonião responde bem à aplicação de nitrogênio, que estimula o crescimento vegetativo e aumenta o teor de proteína bruta. O uso de potássio também é recomendado, pois melhora a resistência da planta ao pisoteio e favorece o desenvolvimento radicular. Para definir as doses ideais, é fundamental realizar uma análise do solo e considerar as condições climáticas da região.

Além da adubação, é essencial destacar a importância da calagem e da gessagem no preparo do solo. A calagem corrige a acidez do solo, melhora a disponibilidade de nutrientes e favorece o desenvolvimento das raízes, criando um ambiente mais adequado  ao crescimento do capim-colonião. Já a gessagem complementa esse processo, promovendo o fornecimento de cálcio e enxofre em profundidade, o que é especialmente útil em solos com deficiência desses elementos ou com alumínio tóxico em camadas mais profundas.

Essas práticas, quando combinadas, contribuem no equilíbrio químico do solo, aumentam a eficiência da adubação e garantem maior vigor e produtividade da pastagem. Portanto, investir em um manejo completo — que inclua correção da acidez, fornecimento de nutrientes e controle da estrutura da planta — é fundamental no sucesso do capim-colonião em sistemas intensivos.

Por fim, outro cuidado importante é a limpeza dos equipamentos agrícolas após o uso em áreas com capim-colonião, para evitar a contaminação cruzada entre diferentes talhões. Com planejamento técnico e manejo adequado, é possível aproveitar os benefícios dessa gramínea sem comprometer a produtividade das culturas agrícolas.

Conclusão

Deste modo, o capim-colonião se apresenta como uma gramínea versátil, produtiva e nutritiva, que pode trazer grandes benefícios na pecuária e na recuperação ambiental (Alta taxa de lotação e alta produção de forragem conservada). No entanto, seu cultivo exige atenção e manejo estratégico, especialmente em regiões onde há integração com culturas agrícolas. Ao entender suas características e aplicar práticas sustentáveis, produtores podem maximizar os resultados e garantir um sistema produtivo equilibrado e eficiente.

Se você atua com pastagens ou está em busca de alternativas a fim de melhorar a alimentação animal e a cobertura do solo, o capim-colonião pode ser uma excelente escolha. A fim de continuar a potencializar os resultados, é fundamental investir em um plano de adubação adequado — e é aí que a linha MPasto, da Mosaic, se destaca.

Com soluções específicas as pastagens, essa linha oferece os nutrientes essenciais no desenvolvimento vigoroso da planta, promovendo maior produtividade, qualidade da forragem e sustentabilidade do sistema. Ao integrar o capim-colonião com o manejo correto, você garante pastagens mais eficientes e animais bem nutridos.

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