Degradação do solo: causas, consequências e soluções

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A degradação do solo está associada à sua deterioração. Um solo degradado pode experimentar a perda de nutrientes e a desintegração de sua estrutura. Além disso, torna-se mais suscetível à salinização, bem como à diminuição de sua matéria orgânica e permeabilidade.

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O que é degradação do solo?

A degradação do solo pode ser caracterizada como todo procedimento vinculado à sua ruína. Nesse sentido, um solo degradado antes de receber essa notória classificação passou por perda de nutrientes e estrutura, acidificação, salinização, redução de matéria orgânica e impermeabilidade da água sobre o perfil. Contudo, essas consequências podem ser provocadas por fatores químicos, físicos e biológicos, que resultarão no esgotamento do terreno e da sua capacidade produtiva agronômica.

Causas da degradação do solo

O processo de degradação da pastagem é dinâmico e caracterizado por um conjunto de causas e efeitos que interagem e ocasionam a gradativa diminuição da sua capacidade de suporte ou do seu potencial de produção ao longo do tempo.

O reconhecimento dos motivos e a percepção dos procedimentos de degradação são fundamentais para o êxito de programas de conservação ou restauração da eficiência das pastagens.

A pastagem é considerada em processo de degradação quando a produção de forragem é insuficiente para manter um determinado número de animais, em uma mesma área, por um dado período de tempo, ou seja a balança começa a pender só de um lado, a demanda do rebanho fica maior que a capacidade de recuperação da pastagem.

No entanto, quando a disponibilidade de forragem seca diminui significativamente, ao ponto de ser perceptível pela redução da capacidade de suporte animal na área, a planta forrageira diminui drasticamente o sistema radicular, o perfilhamento, a expansão de novas folhas e os níveis de reservas de carboidratos nas raízes e na base dos colmos.

Dessa forma, o sucesso na recuperação de pastagens degradadas depende da eficácia com que se reconstitui o sistema radicular, o perfilhamento e outros mecanismos que a planta utiliza para prolongar sua persistência.

A determinação dos limites para a estabilidade produtiva das pastagens deve ser estabelecida com base nas condições ecológicas regionais. Assim, conceitos e referências de manejo, como pressão de pastejo, altura da pastagem, massa de forragem, períodos de descanso e de ocupação, podem ser cruciais para o sucesso da exploração pecuária.

Contanto que sejam implementadas práticas de manejo que sustentem o equilíbrio do sistema solo-planta-animal, é plausível estimar uma vida útil de 8 a 10 anos para a pastagem. Nesse período, torna-se desnecessário recorrer a medidas precipitadas ou emergenciais para garantir sua produtividade e persistência.

De acordo com diversos estudiosos, as causas da degradação geralmente estão associadas a fatores resultantes do estabelecimento e manejo das pastagens. Entre os mais relevantes, destacam-se:

  1. Emprego de germoplasma forrageiro com limitada adaptabilidade às condições edafoclimáticas do local onde foi introduzido;
  2. Características do solo: engloba aspectos químicos (como acidez e fertilidade), físicos (incluindo estrutura, densidade aparente, porosidade, textura, taxas de infiltração de água e profundidade) e microbiológicos (como biomassa e atividade microbiana);
  3. Erros no estabelecimento das pastagens: envolve questões como preparo, correção e adubação do solo; uso de sementes com valor cultural reduzido; densidade, sistemas e métodos de plantio inadequados; além de manejo inicial precoce e superlotação de animais na mesma área.
  4. Manejo e práticas culturais: Inclui o uso rotineiro do fogo para a remoção da forragem não consumida ou para o controle de plantas invasoras. Também envolve a escolha de métodos, épocas e a quantidade de roçagens, bem como a aplicação adequada de fertilizantes para atender às necessidades nutricionais das plantas forrageiras. A adoção de práticas de conservação do solo inadequadas também é um aspecto relevante;
  5. Ocorrência de pragas, doenças e plantas invasoras: Este é um fator crítico que pode afetar a saúde e a produtividade das pastagens;
  6. Manejo das pastagens: Envolve a gestão do superpastejo e a definição de períodos de descanso adequados, que devem ser compatíveis com a curva de crescimento das plantas forrageiras;
  7. Fatores abióticos: Estes incluem condições climáticas, como excesso ou falta de chuvas, além de questões relacionadas ao solo, como drenagem deficiente e compactação.

A taxa de degradação do solo é influenciada por vários fatores, incluindo a fertilidade do solo, a presença de pragas e doenças, e as práticas de manejo adotadas. Solos de textura mais argilosa e pastagens com alta demanda de nutrientes tendem a degradar mais rapidamente.

O impacto da compactação do solo causada pelo pastejo de animais geralmente se limita aos primeiros 10 cm do solo. Isso ocorre principalmente em áreas onde há uma redução drástica da cobertura vegetal, resultando em diminuição do crescimento radicular. Essa compactação é mais evidente durante períodos de alta umidade do solo, quando as pressões de pastejo são altas.

Na maioria das áreas de pastagens que apresentam sinais de compactação, a aplicação de fertilizantes e a vedação parecem ser medidas eficazes para reverter o processo de compactação.

Problemas secundários, como a presença de plantas invasoras, compactação e erosão do solo, ocorrem principalmente devido à perda da capacidade competitiva das pastagens, que é causada pela redução na fertilidade do solo.

Como a degradação do solo afeta a pastagem?

A longevidade produtiva de pastagens tropicais está fortemente atrelada ao manejo do solo. Esse manejo deve ser baseado em práticas que maximizem a ciclagem de nutrientes, minimizem suas perdas e priorizem a entrada desses nutrientes no sistema (por exemplo, por meio de adubações periódicas e do aumento da matéria orgânica no solo).

Em pastagens com relevo declivoso ou onde o solo tem textura mais arenosa, os cuidados com o manejo da fertilidade do solo devem ser redobrados, devido à maior susceptibilidade desses locais a perdas de nutrientes, erosão e lixiviação.

Embora a degradação do solo nem sempre seja um sinal de mudanças na fertilidade da maioria das pastagens tropicais, não se deve esquecer das práticas de manejo.

A adubação, principalmente a fosfatada, e no caso de pastagens manejadas frequentemente em um sistema mais intensivo de desfolha, também a adubação nitrogenada, geralmente seriam necessárias durante alguma fase de utilização do pasto.

Em solos mais ácidos e com altas concentrações de alumínio tóxico, como aqueles encontrados em alguns locais sob o ecossistema de Cerrado, a calagem e a gessagem também seriam práticas importantes no manejo da fertilidade do solo.

Desafios e estratégias para a manutenção da fertilidade do solo em pastagens tropicais

Para a maior parte dos solos da América Latina, a disponibilidade de fósforo na camada superficial do solo (na qual a maioria das raízes das plantas forrageiras está concentrada) é baixa. A grande maioria dos solos sob o ecossistema de Cerrado é ácida e álica, com saturação por alumínio maior que 50%.

A concentração de fósforo na solução desses solos é naturalmente muito baixa em virtude da elevada capacidade de fixação do nutriente pelas argilas e pelos óxidos de ferro e de alumínio. Por essa razão, o fósforo é apontado como o nutriente mais limitante ao estabelecimento e à manutenção sustentável da produção das pastagens plantadas no bioma Cerrado.

Na Amazônia brasileira, em pastagens formadas em áreas originalmente sob floresta, que sofreram corte e queima, a disponibilidade inicial de fósforo no solo é relativamente alta, devido à deposição das cinzas e à decomposição de resíduos da vegetação original.

Entretanto, ao contrário de outros nutrientes que geralmente são mantidos em níveis mais ou menos estáveis no solo da pastagem não adubada, a disponibilidade de fósforo diminui muito ao longo do tempo. Esse comportamento também é observado em outros biomas de floresta, como a Mata Atlântica, o que sugere que há um efeito comparável sobre a mineralização que ocorre com o fósforo disponível no solo previamente.

A queda do nível de fósforo no solo está frequentemente associada à queda de produção do capim e à degradação agrícola das pastagens. Nessas áreas, as gramíneas forrageiras respondem muito bem à adubação fosfatada, mas normalmente não demonstram a mesma intensidade de resposta à adubação com outros nutrientes, sugerindo que a baixa disponibilidade de fósforo no solo seria uma barreira para recuperar a produtividade de uma área.

A manutenção de níveis adequados de fósforo disponível no solo é um dos maiores desafios para quem maneja pastagens tropicais.

Embora pareça haver uma ciclagem de nutrientes no sistema de pastejo, com a ingestão de suplementos minerais pelos animais e o consumo de forragem que também contém níveis baixos de fósforo, que serão excretados através das fezes e da urina, a eficiência na reciclagem desse fósforo para o solo e até a planta se beneficiar dele é questionável.

Além de alterar profundamente o padrão de ocorrência do fósforo na pastagem, devido à constante distribuição irregular de dejetos, o gado também pode indiretamente aumentar o potencial de movimentação desse nutriente no sistema.

Isso ocorre porque o trânsito constante do gado na pastagem cria trilhas que servem de canais de escoamento para a água da chuva. O superpastejo e o pisoteio causam o aparecimento de áreas de solo descoberto e compactado, que são mais suscetíveis a perdas por escoamento do fósforo dissolvido e a erosão superficial do solo e de partículas de resíduos vegetais.

Como solucionar este problema?

Para mudar o cenário nas fazendas e impedir os processos de degradação da pastagem, a Mosaic Fertilizantes tem como ferramenta importantíssima para a recuperação de um solo produtivo os fertilizantes químicos sólidos.

Quando bem empregados nos sistemas produtivos, esses fertilizantes devolvem ao solo os nutrientes que foram extraídos ao longo do tempo, permitindo que a pastagem retorne à sua produtividade máxima. Isso proporciona mais massa de forragem de qualidade por área para os animais consumirem, resultando em maior produtividade animal.

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