As doenças de gado leiteiro representam uma questão crucial para a bovinocultura de leite, já que sua presença pode acarretar sérios prejuízos. Compreender e conhecer as principais enfermidades que podem afetar o rebanho é essencial para garantir a sustentabilidade da atividade.
Neste artigo, desvendaremos os segredos para reconhecer os sinais indicativos de que algo não vai bem. Além disso, exploraremos as principais doenças que podem afetar o gado, fornecendo informações valiosas para que você possa implementar medidas preventivas e assegurar eficiência produtiva de sua propriedade.
Quais são os indícios que o gado leiteiro está doente?
Os indícios de que há doenças de gado leiteiro no rebanho podem variar conforme a enfermidade, mas existem alguns comportamentos gerais que podem ser observados. Um dos primeiros sinais é a falta de apetite. Além disso, um gado doente tende a perder peso, ficando com um escore abaixo do esperado.
Outro aspecto importante é a presença de pus nas fezes, sinal claro de que há uma infecção ou inflamação no trato gastrointestinal. Outros sintomas, também, podem ser observados, como febre, isolamento, dificuldade respiratória, claudicação e alterações nas secreções oculares e nasais.
É fundamental que os produtores estejam atentos a esses sinais e adotem medidas preventivas para minimizar o risco de doenças no rebanho. Para auxiliar o pecuarista, nós do Nutrimosaic oferecemos um conteúdo de qualidade abordando temas essenciais para o cuidado do rebanho. No entanto, é a realização de exames periódicos e a presença de uma equipe bem treinada que auxiliarão na detecção precoce.
Quais são as principais doenças no rebanho de leite?
Aqui, você encontrará informações cruciais sobre a mastite, febre do leite, infecções, pneumonia, verminose, doenças de casco e leptospirose. Compreender as causas e sintomas de cada uma delas permitirá agir preventivamente, minimizando riscos e protegendo eficientemente sua criação.
Mastite
Caracterizada por um processo inflamatório da glândula mamária, pode ser de origem fisiológica, traumática, metabólica e/ou infecciosa. Segundo a Embrapa Gado de Leite, a mastite bovina pode ser causada especialmente por bactérias, e se apresenta no rebanho de duas formas: clínica e subclínica.
A primeira possui quadro clínico característico de um processo inflamatório como dor, edema, aumento de temperatura, podendo ou não haver alterações das características do leite. Já a forma subclínica não apresenta sintomas clínicos evidentes.
Febre do leite
Doença bastante frequente nos rebanhos leiteiros, a hipocalcemia ocorre devido à alta mobilização de cálcio da corrente sanguínea para a glândula mamária, em virtude da produção e concentração de colostro e do leite no momento do parto.
A enfermidade pode ocasionar diminuição na ingestão de alimento, contribuindo para severos problemas metabólicos, como: síndrome da vaca caída, cetose, deslocamento de abomaso, retenção de placenta, prolapso e redução no desempenho reprodutivo.
Infecção (babesiose/ anaplasmose)
No Brasil, a babesiose é transmitida biologicamente pelo carrapato-dos-bovinos, enquanto a anaplasmose por insetos hematófagos, como a mosca-do-chifre, e caracterizam a condição infecciosa conhecida como tristeza parasitária bovina.
Os principais sintomas são: apatia, redução no consumo de alimento, queda na produção de leite, emagrecimento, desidratação, fraqueza, palidez das mucosas, pelos secos, problemas na motilidade intestinal.
Pneumonia bovina
Pode ser causada por infecções bacterianas, virais, ou até mesmo pela combinação de ambas, bem como por parasitas e fungos. Um dos principais fatores de risco ambientais que predispõem o gado a doenças respiratórias é a ausência de ventilação adequada nas instalações.
Além disso, condições frias e úmidas, mudanças na temperatura do ar, estresse e alterações no ambiente também são associadas a essa enfermidade. Os sinais clínicos típicos da pneumonia bovina incluem aumento da temperatura corporal, tosse, secreções, dificuldade respiratória, apatia e fraqueza.
Verminose
Estão entre as enfermidades mais comuns nos rebanhos bovinos, isso porque as larvas estão disseminadas nas pastagens e os animais sob pastejo estão continuamente se infectando.
Esses parasitas internos se alimentam dos nutrientes consumidos pelos seus hospedeiros, que quando acometidos, apresentam diversos sintomas, como: perda de apetite, peso, diarreia, pelos secos e anemia.
Doenças de Casco
A causa destas é multifatorial, podendo ser atribuída à umidade excessiva, falta de saneamento, superfícies irregulares, bem-estar inadequado, predisposição genética e presença de agentes infecciosos no ambiente.
Animais que apresentam claudicação sofrem redução na produção de leite, exibem um pior escore corporal, têm intervalos mais longos entre os partos, maior número de serviços por prenhez e aumento no descarte precoce dos animais.
Leptospirose
É uma infecção causada por bactérias do gênero Leptospira. Ocasiona sintomas como febre, sangue na urina, meningite e morte. Os ratos se destacam entre os vetores, mas também é importante se atentar à: aquisição de possíveis animais contaminados, uso de sêmen infectados e acesso a áreas de alimentação e fonte de água infestada.
Segundo Cavalcante (2021), a doença apresenta duas formas: subclínica e crônica. A primeira ocorre em vacas não gestantes e não lactantes, as quais não apresentam sintomas, mas eliminam a bactéria. Na segunda forma, há abortos no terço final da gestação, febre, repetição de cio, retenção de placenta e nascimento de crias fracas.
Como fazer o controle de doenças em gado de leite?
É fundamental compreender que cada enfermidade possui seu protocolo específico de prevenção e tratamento. No entanto, algumas medidas gerais podem diminuir a prevalência da maioria das doenças no plantel. A vacinação em bovinos é uma medida cautelar importante, especialmente para doenças como leptospirose e pneumonia bovina.
Além disso, garantir uma boa higienização das instalações é essencial para evitar a proliferação de patógenos. Investir em treinamento e capacitação da equipe também é crucial para identificação e tratamento precoce. Limitar o acesso do gado a áreas de várzea, bem como realizar manejos preventivos.
Outras dúvidas sobre doenças em gados leiteiros?
Agora que já exploramos as principais doenças, suas causas, sintomas e as medidas preventivas essenciais, é hora de esclarecer algumas dúvidas bem comuns.
Quais são os agentes causadores de doenças nos bovinos?
Os agentes podem incluir diferentes tipos de microrganismos. As bactérias podem causar infecções, como a mastite. Já os vírus podem ocasionar problemas como pneumonia. Por sua vez, os protozoários podem ser responsáveis por doenças como a babesiose e a anaplasmose.
Como saber se a vaca está com infecção?
As infecções podem se manifestar de diversas maneiras, dependendo do tipo e localização da infecção. Alguns sinais gerais são:
- Mudanças no comportamento.
- Alterações na produção do leite.
- Inchaço ou vermelhidão em alguma parte do corpo.
- Presença de secreções anormais.
- Aumento de temperatura corporal.
Como saber que a vaca está com febre?
Para medir a temperatura, você pode utilizar um termômetro retal, que deve ser inserido no ânus do animal. É importante mantê-lo no local por alguns minutos para garantir uma leitura precisa.
Vale lembrar que a temperatura normal de uma vaca varia entre 38,5°C e 39,5°C (101,3°F a 103,1°F). Se a temperatura estiver acima desse intervalo, é um indicativo de que ela pode estar com febre.
O conhecimento é a chave para a produtividade
Em um mercado lácteo cada vez mais competitivo, a saúde do rebanho é um aspecto fundamental na garantia da sustentabilidade da produção. Conhecer e compreender as principais doenças que podem afetar os animais permite que os produtores ajam preventivamente, minimizando os fatores que causam prejuízos e garantindo bem-estar. Para obter mais conteúdos de qualidade sobre a saúde e manejo do gado leiteiro, este portal é uma fonte confiável de informações. Continue em nossa categoria de Gado de Leite e explore os materiais disponíveis sobre nutrição preventiva, sanidade, cuidados essenciais e outras informações valiosas para aprimorar sua produção leiteira.
Este artigo foi útil? Avalie