Ordenha de Leite: o que é e como funciona?

4 min de leitura

Na pecuária leiteira, a ordenha é mais que um simples procedimento; é um elemento vital para o sucesso do negócio. Sua relevância vai além da retirada de leite, influenciando na saúde geral do rebanho e na qualidade do produto final. 

Neste texto exploraremos os cuidados, técnicas e decisões ligados à ordenha, não apenas buscamos eficiência na produção, mas também considerando o seu impacto na saúde e bem-estar das vacas e na sustentabilidade da produção. 

O que é a Ordenha de Leite?

A ordenha, por definição, é o ato, processo ou efeito de extrair o leite das glândulas mamárias (tetas) de determinados animais, também conhecido como ordenhação.

Segundo a EMBRAPA, em pesquisa realizada em 2006, esse procedimento pode ser conduzido manualmente, quando realizado pelo ordenhador, ou mecanicamente, através do uso de ordenhadeiras. Em paralelo, a ordenha pode ocorrer naturalmente pelo bezerro durante o período de amamentação.

A forma como a ordenha é executada pode influenciar significativamente na quantidade e qualidade do produto final. Portanto, a atenção aos detalhes e às condições específicas durante o processo é crucial para garantir a obtenção de um leite de excelência.

Qual a importância de ordenhar o rebanho? 

A prática da ordenha dentro da unidade produtiva da bovinocultura leiteira assume um papel central. Nessa etapa da produção, é onde a vaca proporciona o retorno esperado da exploração leiteira, tornando-se um fator determinante para o sucesso e eficiência do empreendimento.

O cuidado com esse processo não apenas exerce uma influência direta na produção de leite, mas também impacta significativamente na qualidade do produto final (leite, queijos, requeijão, manteiga, etc.) e na saúde geral do rebanho. 

Dessa forma, a valorização da ordenha se revela essencial para a otimização da produção e para garantir a sustentabilidade econômica da bovinocultura leiteira.

Técnicas para ordenhar vaca

Na bovinocultura leiteira, nos deparamos com dois sistemas de ordenha distintos. Essas duas abordagens não apenas exercem influência na quantidade de leite ordenhado, mas também apresentam características únicas que merecem uma exploração mais aprofundada.

Ordenha Manual

  • É um método tradicional e artesanal, que requer que o ordenhador utilize suas mãos para extrair o leite da vaca.
  • Essa técnica oferece flexibilidade, podendo ser executada de várias maneiras, dependendo da habilidade do ordenhador ou do método escolhido na propriedade. Duas abordagens comuns para apreensão do teto são o “Punho Fechado”, onde se forma um anel entre os dedos polegar e indicador para evitar o retorno do leite ao úbere, e o “Polegar Totalmente Dobrado”, que fecha o teto com o auxílio dos dedos indicador e médio. Apesar de eficaz, este último método demanda esforço considerável sobre o polegar, sendo particularmente recomendado para tetos pequenos.
  • Quando executada com precisão, a ordenha manual destaca-se em relação à ordenha mecânica, oferecendo vantagens no controle de enfermidades e na prevenção da transmissão de doenças no úbere. No entanto, sua eficiência é limitada a um determinado número de vacas, após o qual é esperada uma queda na qualidade.

Ordenha Mecânica

  • A ordenha mecânica, conforme o próprio nome sugere, é um método de extração de leite realizada por uma máquina especializada. Nesse processo, as vacas são posicionadas de modo que em cada teto é fixada uma teteira que realiza a sucção de forma automática. 
  • No início do processo, as teteiras são adequadamente posicionadas nas tetas da vaca. A bomba de vácuo entra em ação, gerando uma pressão negativa que remove o ar do interior das teteiras e, consequentemente, da glândula mamária. 
  • A ordenha mecânica avança na eficiência operacional ao extrair leite de várias vacas simultaneamente, reduzindo o esforço humano e promovendo um produto mais limpo e seguro. Contudo, a execução inadequada pode acarretar riscos à saúde do úbere, resultando em perdas na produção e, em casos graves, no descarte prematuro dos animais afetados.

Boas práticas na ordenha de leite

Vamos explorar as boas práticas que garantem um processo harmonioso e maximizam a produção, segundo dados disponibilizados pela EMBRAPA no documento sobre boas práticas de ordenha:

1. O local e as pessoas envolvidas

O ambiente de ordenha é mais do que apenas o espaço físico; engloba fatores climáticos, nutricionais e até mesmo aspectos socioeconômicos e culturais. É vital considerar o papel do ordenhador, o ambiente onde os animais estão e a rotina de ordenha para garantir eficiência.

2. Treinamento constante sobre as melhores práticas

O sucesso da ordenha não depende apenas de equipamentos modernos, mas principalmente do ordenhador. Treinamento regular, conscientização sobre higiene pessoal e o manejo correto dos animais são essenciais. O estresse pré-ordenha, causado por agressões aos animais, pode prejudicar a liberação de oxitocina, afetando a produção de leite.

3. Mantendo o ambiente adequado

A qualidade do ambiente impacta diretamente na qualidade do leite. A sala de espera deve ser sombreada e confortável, com atenção à limpeza e ventilação. Evitar excesso de curvas na entrada ou saída da sala de ordenha é crucial. O controle de pragas e a higiene do local são medidas preventivas contra a mastite.

4. Higiene redobrada

A água utilizada na lavagem de utensílios e tetos, bem como na anti-sepsia, deve atender a padrões microbiológicos. A atenção à qualidade da água é crucial para evitar a transmissão de doenças e garantir a eficácia da limpeza.

Adotar boas práticas de ordenha não apenas assegura a qualidade do leite, mas também contribui para o bem-estar animal e a sustentabilidade da produção. O ordenhador, o ambiente e a rotina devem atuar em harmonia para alcançar resultados ótimos.

Cuidados na Ordenha de rebanho leiteiro 

Higiene na ordenha

A excelência na qualidade do leite e no bem-estar do rebanho leiteiro começa com um ordenhador devidamente treinado, comprometido em adotar práticas de higiene rigorosas no manejo do gado leiteiro.

A aplicação criteriosa de soluções antissépticas, tanto antes quanto após a ordenha (pré e pós dipping) nos tetos das vacas, não apenas previne infecções, mas também garante a segurança do produto final.

Os testes da caneca e Contagem de Células Somáticas (CCS) desempenham um papel crucial ao identificar precocemente problemas de saúde na glândula mamária das matrizes.

Cuidados com a vaca durante a ordenha

Manter a sala de ordenha serena, evitando estresses, é uma medida adicional que favorece um ambiente propício a uma ordenha eficiente e assegura o bem-estar do rebanho.

Alimentar as vacas após o processo não apenas promove o seu bem-estar, mas também contribui para a prevenção de mastites, garantindo um fechamento adequado dos tetos.

Esses cuidados, quando implementados com dedicação, não apenas garantem a produção de leite de alta qualidade, mas também preservam a saúde e o conforto do rebanho leiteiro.

Na criação de gado de leite a ordenha é ponto crucial, indo além do simples processo. Seu desempenho está ligado a fatores diversos, com destaque para a nutrição, sendo verdadeiro que “o lucro do pecuarista entra pela boca do rebanho”.

Investir em nutrição adequada não só impacta na qualidade e quantidade do leite, mas também na saúde geral do rebanho. 

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