Silagem de capim elefante: a preferida dos produtores

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A base de alimentação animal na pecuária do Brasil é a pastagem. Por isso, em períodos com menor produção devido às condições climáticas, a alternativa é suprir o cocho com forragens armazenadas na forma de silagem. Ela pode ser utilizada tanto na atividade de leite quanto na de corte, com objetivo de evitar o uso de grãos e outros suplementos que aumentam o custo de produção.

Neste artigo, vamos descobrir mais sobre o processo de ensilagem bem como sobre os avanços e ótimos resultados obtidos através do uso da silagem de capim elefante devidamente adubada.

Ensilagem: o passo a passo para a obtenção de silagem

A silagem é descrita como um método de conservação de alimentos para alimentação animal. Assim, damos o nome de silagem ao produto pronto, enquanto ensilagem é o processo de confecção deste produto. 

Durante a ensilagem, realiza-se o corte da forragem no momento ideal. Então dá-se inicio ao abastecimento e compactação da forragem em um silo. Após a compactação iniciamos a vedação, que precisa garantir a anaerobiose (ausência de ar) dentro do silo para não deteriorar a forragem.

O passo seguinte é a conservação da forragem, feita através da fermentação lática que diminui o pH para valores menores que 5 em ambiente de anaerobiose. Esta fermentação preserva a forragem e inibe a proliferação de bactérias nocivas e causadoras de mofos, resultando em aumento de digestibilidade e teor de nutrientes do material conservado. Ademais, este silo precisa ficar fechado pelo menos 30 dias para que a forragem esteja completamente fermentada.

Por que a silagem de capim elefante está se destacando?

As principais forrageiras utilizadas para ensilagem são o milho, o sorgo e o capim elefante. Atualmente, o uso das silagens de capim elefante aumentou, ganhando a preferência dos produtores uma vez que a pecuária de corte precisa ser mais competitiva.

Além disso, o uso da silagem de capim elefante se destaca pelo aumento da produtividade e redução de custos do sistema. Outro fator que contribuiu para esse avanço de silagens de capim foi o aprimoramento das colheitadeiras mais eficientes. Elas picam a fibra do capim em tamanhos de até 3 cm, o que resulta na facilidade da compactação, da fermentação, da retirada do material do silo e da sua mistura com o concentrado.

O capim elefante está em destaque na produção de silagem devido a sua adaptabilidade, alta produtividade por hectare, valor nutricional bom, facilidade de se adquirir a muda, grande número de variedades (Napier, Cameroon, BRS Capiaçu, etc.), de simples cultivo e boa aceitabilidade pelos bovinos.

São várias as cultivares do capim elefante e a maioria delas pode ser utilizada para ensilar. Entretanto, as de porte anão não são recomendadas para a silagem do capim elefante, pois foram desenvolvidas para o pastejo.

BRS Capiaçu: capim elefante de alta produtividade

Assim, das cultivares citadas na literatura, a BRS Capiaçu (Pennisetum purpureum), lançada em 2015 pela Embrapa (desenvolvida pelo programa de melhoramento da Embrapa Gado de Leite), teve como objetivo ser mais uma alternativa para suplementação volumosa, encontrada tanto como capineira (que é cortada e servida aos animais no cocho) quanto na produção de silagem de capim elefante. Assim, em comparação com as demais variedades existentes, a BRS Capiaçu é 30% mais produtiva.

A planta do BRS Capiaçu possui porte elevado, folhas largas, compridas com touceiras eretas, de coloração verde com a nervura central de cor branca. Seus colmos são grossos, com internódios de coloração amarela e comprida.

Além disso, tem alta densidade de perfilhos basais e seu florescimento é considerado tardio. A propagação é realizada a partir dos colmos, reforçando que seu destaque se da pela sua resistência ao tombamento, touceiras eretas e densas, ausência de pêlos e pela facilidade de colheita mecânica. Superando a produção de biomassa do milho e da cana-de-açúcar, a BRS Capiaçu pode chegar a 50 t/ha/ano de matéria seca (MS) e 300 t/ha/ano de massa verde.

Observações importantes durante o cultivo

A silagem de capim elefante é a alternativa mais barata para suplementação do pasto no período de escassez da produção de forrageiras, por demonstrar maior produção de matéria seca a um menor custo quando comparado ao milho e a cana-de-açúcar.

Porém, mesmo diante dessas vantagens, teores de matéria seca não ultrapassando os 20% (ideal entre 28 a 34%) no ponto ideal de corte do capim elefante é uma característica que precisa ser levada em consideração. Então, se o capim for colhido muito cedo, haverá multiplicação de bactérias indesejáveis no silo, e isso prejudicará a qualidade da silagem do capim elefante e favorece à produção de grandes quantidades de efluentes.

Por que adubar o capim elefante

Assim, o uso de aditivos se faz necessário na silagem de capim elefante para aumentar o teor de MS e carboidratos solúveis da silagem e elevar a fermentação láctica. Segundo a literatura, a adição de 5% a 15% de aditivo sólido é suficiente para elevar a porcentagem de MS da silagem de capim elefante a um teor de MS considerado adequado.

Portanto, é necessário redobrar a atenção quanto a disponibilidade e ao custo do aditivo utilizado na silagem, pois estes irão influenciar nas quantidades de uso e custo da produção.

A idade de corte do capim elefante deve ser de 90 a 110 dias de crescimento (planta mais madura e menor quantidade de água) para a produção de silagem, estando próximo de 3,6 a 4,1 m de altura, chegando a produzir perto de 108,5 a 112,2 t/ha/corte de matéria verde e de 17,5 a 22,5 t/ha de matéria seca.

As médias de produção de proteína bruta (PB) encontradas na literatura do capim elefante com idade de 90 dias de crescimento pode variar de acordo com a espécie, sendo observado no Napier 6,7% de PB, no Cameroon 7,4% e na BRS Capiaçu 6,2%.

Essa variação no teor de PB e de MS ossila de acordo com a idade de crescimento. Por exemplo, na BRS Capiaçu com 90 dias foi observado 5,3 e 18%, respectivamente, enquanto que com 110 dias apresentaram teores de 5,1 e 20,4% de PB e MS.

Além do teor de MS, a adubação interferirá diretamente no valor nutritivo da silagem, alterando sua qualidade. Por isso, recomendados a utilização da linha MPasto, da Mosaic.

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Ela possui formulações idealizadas para o pleno desenvolvimento das pastagens, através de tecnologias e nutrientes mais eficientes aplicados ao campo, garantindo a nutrição adequada da forrageira e, consequentemente, do seu gado – que se tornará mais produtivo e rentável.

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