O Brasil possuí em torno de 220 milhões de hectares de pastagens com 230 milhões de bovinos (IBGE). Esse cenário propicia termos o segundo maior rebanho bovino do mundo e o 1° em exportação de carne bovina. Países como: China (Hong Kong), México, Estados Unidos, bloco da União Europeia, Emirados Árabes Unidos, Canadá, Israel, Filipinas, Angola, Arábia Saudita são os nossos principais parceiros comerciais no ano de 2025. No artigo de hoje, falaremos mais sobre as principais raças recomendadas para exportação de carne bovina e muito mais!
Quais as principais raças desenvolvidas para exportação de carne bovina?
Existem dois grandes grupos de bovinos no mundo amplamente utilizados em sistemas pecuários: os zebuínos (especialmente de origem indiana: Guzerá, Gir, Sindi) e os taurinos (especialmente de origem europeia). Ainda nos bovinos europeus, temos a distinção entre bovinos britânicos: Aberdeen Angus, Hereford, Shorthorn, Devon, Belted Galloway; e bovinos continentais: Limousin, Charolês, Simental, Belgian Blue, Salers.
No Brasil, praticamente são criadas todas as principais raças de bovinos (zebuínas, britânicas e continentais) do mundo. No Sul do Brasil estão os criatórios de Aberdeen Angus, Hereford, Shorthorn, Devon, Belted Galloway, Limousin e Charolês. Já nas demais regiões do Brasil encontramos os zebuínos, especialmente o Nelore e suas cruzas, além de raças puras como Guzerá, Gir, Sindi, Brahman e Tabapuã.
As raças europeias são conhecidas pela carne marmorizada (exemplo: Angus e Hereford) e pelo alto rendimento de carcaça (exemplo: Limousin e Charolês); já as raças zebuínas são conhecidas pela rusticidade e eficiência na conversão de alimentos fibrosos (pastos) em carne (Nelore e Guzerá).
Podemos combinar as características desses grupos genéticos?
A resposta é SIM. Em 1940, a fazenda King Ranch (Texas – EUA) recebeu do Ministério da Agricultura o reconhecimento dos bovinos Santa Gertrudes como raça, sendo a primeira desenvolvida nos EUA. E por que estamos contando isso? Os bovinos Santa Gertrudes combinam 5/8 de genes Shorthorn (até a década de 30, a principal raça de corte dos EUA) e 3/8 genes Brahman, sendo esse grau de genes o mais indicado às condições produtivas do sul dos EUA.
Isso abriu a possibilidade da criação de novas raças, ditas então sintéticas. No Brasil, são criadas as raças Canchim (5/8 Charolês e 3/8 Zebu), Brangus (5/8 Aberdeen Angus e 3/8 Zebu) e Braford (5/8 Hereford e 3/8 Zebu), que combinam as características produtivas de ambos os grupos genéticos e podem ser criadas nos mais distintos biomas brasileiros.
Todas essas raças podem e são exportadas aos parceiros comerciais da carne bovina brasileira. Algumas têm distinção de raças, exemplo: carne Angus; outras, se atenderem critérios de acabamento, dentição e idade, são classificadas como boi China, novilho precoce; outras ainda com identificação geográfica: Carne do Pampa.
Além das raças sintéticas, também podemos explorar os benefícios da heterose (fenômeno em que os descendentes de um cruzamento entre raças geneticamente diferentes apresentam um desempenho superior em comparação com a média de seus pais). Exemplo: cruzamento de vacas Nelore (zebuína indiana), inseminadas com touros Aberdeen Angus (taurina britânica europeia; clássico).

Novilhas F1 de Nelore e Aberdeen Angus, Fazenda Morro da Lua, Pedra Preta – MT, cliente MPasto e Foscálcio.
Como suplementar e selecionar as melhores raças de gado de corte para exportação?
Na verdade, não existe uma raça mais ou menos destinada à exportação. A grande exigência dos mercados consumidores é que os bovinos sejam jovens, com abate até os 24 meses. Isso requer programação com silagem, suplementação e manejo de pastagens.
Com o objetivo de garantir que os bovinos sejam abatidos com no máximo 24 meses, é essencial planejar as metas de ganho médio diário (GMD) em cada fase do ciclo produtivo. As etapas consideradas são:
- Cria;
- Recria em área de integração lavoura-pecuária;
- Recria em remanga de resgate;
- Recria a pasto;
- Terminação.
No exemplo, consideramos outubro como ponto médio da parição, já que algumas vacas parem em agosto e outras em dezembro. A desmama ocorre em maio, seguida por três meses em pastos de integração lavoura-pecuária e dois meses em sistema de resgate.

Com o retorno das chuvas, a recria volta a ser feita em pastagens, e o confinamento inicia em maio, concomitante à seca. Dessa forma, antes dos dois anos (outubro), o GMD praticado em cada fase permitirá atingir o peso ideal para abate e exportação da carne.
Note que, com os dados sugeridos e com base na ciência, ao atingir 630 kg (em agosto), os bovinos já podem ser abatidos, ou seja, antes dos dois anos, considerando o manejo da fazenda e o momento de venda.
Assim, os produtos Mosaic tornam isso possível por meio da utilização de Foscálcio na mineralização e rações, além da linha de fertilizantes de alta performance (MicroEssentials, Aspire, Performa Bio e Excellen) para a adubação de pastagens, seja para pastejo propriamente dito ou para a confecção de silagem, feno e grãos.
Tal conjunto de soluções demonstra que a eficiência produtiva não depende apenas da genética, mas da integração entre nutrição, manejo e tecnologia. Ao alinhar práticas sustentáveis e planejamento estratégico, é possível atender às exigências dos mercados internacionais, garantindo animais jovens, bem-nutridos e com excelente desempenho. Essa combinação posiciona a pecuária brasileira como referência global, unindo ciência e gestão para resultados superiores.
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