A avicultura, como o próprio nome sugere, refere-se à criação de aves. Mas o que significa avicultura industrial? Neste artigo, exploramos o surgimento da avicultura industrial, seu significado e as práticas fundamentais que garantem sua sustentabilidade e sucesso.
Descubra como essa indústria evoluiu, os princípios que a sustentam e as melhores práticas que asseguram o bem-estar animal e a proteção ambiental.
O que é a avicultura industrial?
O termo “avicultura industrial” não tem um criador específico, mas começou a ser utilizado no Brasil por volta de 1970, quando o segmento foi impulsionado por políticas agrícolas de crédito subsidiado e pela instalação de frigoríficos no país. Além disso, na época houve uma articulação entre grupos nacionais e empresas estrangeiras produtoras de linhagens, facilitando a modernização e mecanização das práticas de criação de aves, segundo constatado por Rizzi, em 1993.
Hoje, a avicultura industrial é a prática de criar aves, especialmente frango de corte e galinhas poedeiras, em larga escala. Caracterizado pelo uso intensivo de tecnologia, controle rigoroso de condições ambientais e alimentação de alto valor nutritivo para maximizar a eficiência e a produção.
Quais são os tipos de avicultura industrial?
A avicultura industrial se divide em dois grandes grupos: a avicultura de corte e a avicultura de postura. Ambas compartilham algumas características comuns, como o uso intensivo de tecnologia, controle rigoroso de condições ambientais em galpões, manejo nutricional e práticas de manejo sanitário adequadas para garantir a saúde das aves e a eficiência da produção.
A avicultura de corte se destaca pela seleção de linhagens de frangos que apresentam rápido crescimento e baixo índice de conversão alimentar, além de um ciclo de produção mais curto, abatendo geralmente as aves entre 35 a 43 dias.
Já a avicultura de postura foca na criação de galinhas poedeiras, especializadas em alta produtividade de ovos. Nesse caso, as práticas incluem o uso de sistemas automatizados de coleta de ovos e uma maior duração do ciclo de produção, com as galinhas iniciando a postura por volta de 18 semanas e continuando por aproximadamente 12 a 14 meses.
Quais são as boas práticas na avicultura industrial?
As boas práticas na avicultura industrial começam com a aquisição das aves de incubatórios registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), garantindo que sejam livres de doenças como micoplasmoses, aspergilose e salmoneloses, e provenientes de matrizes vacinadas (EMBRAPA, 2006).
O transporte das aves deve seguir regras rigorosas para garantir seu bem-estar e saúde. No momento do alojamento, é essencial que equipamentos como aquecedores, ventiladores e bebedouros tenham sido testados previamente para garantir o funcionamento adequado.
Tanto na avicultura de postura quanto na de corte, é importante controlar a temperatura, a densidade de alojamento e a abertura dos cercados de proteção conforme a idade e a fase das aves, otimizando a ocupação da área disponível.
O monitoramento diário da saúde das aves, percorrendo os galpões, é fundamental para identificar rapidamente quaisquer sinais de doença ou estresse, garantindo a saúde e o bem-estar das aves.
Por último, mas não menos importante, deve-se implementar períodos de vazio sanitário, deixando os galinheiros vazios e desinfetados entre lotes de aves, essencial para quebrar o ciclo de doenças e parasitas.
Boas práticas ambientais e de bem-estar animal
- Adotar sistemas de reaproveitamento de água e técnicas de aspersão eficientes para reduzir o consumo de água.
- Utilizar fontes de energia renovável, como paineis solares, para reduzir a pegada de carbono da produção avícola.
- Adotar técnicas de reciclagem e reutilização, como a compostagem de aves mortas e a reutilização da cama de aves, para melhorar a sustentabilidade da produção.
- Implementar programas de bem-estar animal baseados em diretrizes internacionais, garantindo que todas as práticas atendam aos padrões de conforto e saúde das aves.
- Realizar a debicagem em poedeiras comerciais para reduzir as injúrias e a mortalidade causadas pelo canibalismo.
- O carregamento de frango de corte nos aviários deve ocorrer em condições calmas, com limpeza e descanso. A apanha das aves não deve ocorrer pela cabeça, pescoço, asas e cauda. No caso do carregamento pelas pernas, os carregadores devem respeitar o limite máximo de três aves por mão para evitar estresse e lesões.
Como melhorar a produtividade na avicultura industrial?
Respeitar os pontos supracitados já resulta em uma melhoria significativa na produtividade da avicultura industrial. No entanto, além disso, é crucial garantir que todas as exigências nutricionais das aves sejam atendidas.
A suplementação das aves deve ocorrer de forma balanceada e adequada às suas necessidades específicas. Essencial para promover um crescimento saudável e otimizar a produção de carne e ovos.
Utilizar tecnologia e inovação é um dos principais fatores que pode levar a uma melhoria substancial na produtividade. A automação de sistemas para alimentação, controle de temperatura e ventilação garante precisão e eficiência, reduzindo o trabalho manual e melhorando a consistência do ambiente de criação.
Implementar sensores e tecnologias de Internet das Coisas (IoT) para monitorar variáveis ambientais em tempo real, como temperatura, umidade e qualidade do ar, permite ajustes automáticos e imediatos nas condições dos galpões, criando um ambiente ideal para as aves.
Além disso, o uso de software de gestão especializado ajuda a gerenciar a produção, registrar dados e analisar o desempenho das aves, facilitando a tomada de decisões informadas.
Quais são os cuidados com o bem-estar animal na avicultura industrial?
No Brasil, existem normativas criadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), assim como diretrizes e legislações específicas de cada estado, que garantem o bem-estar de galinhas e frangos de corte. Além disso, várias cartilhas e guias foram desenvolvidos por instituições como a EMBRAPA para orientar os produtores sobre as melhores práticas de manejo e bem-estar animal.
Mas de modo geral, a legislação é baseada nas cinco liberdades que devem ser respeitadas:
- Liberdade de fome e sede: as aves devem ter acesso contínuo a água limpa e comida adequada para garantir que não sofram de fome ou sede.
- Liberdade de desconforto: as instalações devem proporcionar um ambiente confortável, com espaço suficiente e condições ambientais controladas.
- Liberdade de dor, lesões e doenças: prevenção e tratamento adequado de doenças e lesões, incluindo programas de vacinação e manejo responsável.
- Liberdade para expressar comportamentos naturais: as aves devem ter espaço e ambiente enriquecido para permitir comportamentos naturais como empoleirar-se e forragear.
Liberdade de medo e estresse: garantir um ambiente tranquilo e manejo humanitário para evitar medo e estresse nas aves.
Garantindo a Sustentabilidade na Avicultura Industrial
A avicultura industrial está constantemente em evolução, e assegurar o bem-estar animal e a sustentabilidade ambiental é fundamental para o sucesso a longo prazo. A implementação de boas práticas e o respeito às cinco liberdades garantem a saúde e a produtividade das aves, além de minimizar os impactos ambientais.
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