A alternância de oferta de animais no decorrer do ano para o abate devido a sazonalidade de produção forrageira faz com que os criadores utilizem práticas de manejo distintas (como o confinamento de gado) para aumentar a oferta de animais na entressafra e melhorar a produtividade da cadeia com a redução da idade de abate.
O que é o confinamento de gado e qual é a sua relevância no Brasil?
Dentre as práticas utilizadas, o confinamento de gado tem sido uma excelente alternativa. É definido como confinamento de gado o sistema de criação em que lotes de animais são reunidos em currais ou piquetes com áreas determinadas, recebendo água e alimentação de qualidade em cochos. A dieta dos bovinos confinados é balanceada de acordo com a categoria, visando o melhor estagio produtivo possível para o abate.
A atividade de confinar bovinos no ano de 2023 representou 25% do total de abates bovinos brasileiros. O estado líder de confinamento no Brasil é o Mato Grosso com 1,47 milhão de cabeças, de um total previsto de 7,03 milhões de cabeças no país, seguido do estado de São Paulo com 1,19 milhão de cabeças confinadas, Goiás com 1,16 milhão, Minas Gerais com 820 mil e Mato Grosso do Sul com 730 mil cabeças.
O confinamento de gado brasileiro quase que em sua totalidade é realizado durante a época seca do ano, devido a menor produção forrageira para pastejo. É considerado um bom produto de confinamento animais saudáveis, fortes, possuindo bom desenvolvimento de carne e gordura suficiente para dar sabor e boa cobertura de carcaça.
No entanto, a prática de confinamento bovino é indispensável o conhecimento técnico e o acompanhamento de um profissional especializado, que lhe assegure as vantagens desse sistema de criação.
Vantagens e desvantagens do confinamento de gado
Ao conhecer mais sobre essa prática, o produtor naturalmente se pergunta quando deve fazer o confinamento de gado e quais são suas vantagens e desvantagens.
Assim, quando os bovinos são considerados ineficientes nas pastagens devido sua alta exigência nutricional e a baixa produção forrageira no período da seca, a prática estratégica de fazer o confinamento de gado acelera o crescimento bovino e a retira os animais mais pesados da pastagem no período.
Assim, pode-se dizer que as vantagens do confinamento bovino são: redução da idade de abate bovino, substituindo 8 meses de pasto por 80 dias de cocho, para elevar a eficiência produtiva; redução da taxa lotação e do consumo do pasto na época crítica do ano, elevando a produtividade da pastagem e reservando para outras categorias; menores despesas com reformas de pastagens degradadas; áreas de pasto livre para a prática de outras atividades, por exemplo, a lavoura; produção de carcaças maiores, padronizadas e com bons acabamentos; produção de carne em um período de maior déficit, favorecendo frigoríficos e o mercado consumidor; menor taxa de mortalidade devido ao controle sanitário; eficácia no uso de maquinários, insumos e mão de obra; expectativa de melhores preços e retorno rápido do capital investido.
Por outro lado, o confinamento bovino também pode apresentar desvantagens, tais como: alto risco do investimento e do custeio da atividade, por exigir maiores conhecimentos técnicos, mão-de-obra capacitada, equipamentos, instalações e ingredientes para formar a dieta mais cara; alto custo, especialmente na fase de implantação; possuir ou construir estrutura física segura e adequada para o bem-estar dos animais; rigoroso acompanhamento da evolução dos animais (tempo de ganho de peso e o consumo alimentar).
Condições ideais para realizar o confinamento de gado
Algumas das condições ideais para a realização do confinamento bovino são:
- Disponibilidade de animais com potencial ganho de peso;
- Disponibilidade de alimentos em quantidade adequada e gerência (planejamento e controle)
Além disso, preocupações relacionadas a saúde e bem-estar do gado confinado, são cada vez maiores por parte da sociedade e das vigilâncias que cuidam das criações de animais destinados a produção de alimentos.
Requisitos observados durante o confinamento
Assim, durante o confinamento estes são os requisitos indispensáveis para garantir o bem-estar e a produtividade do gado sem gerar impacto fisico:
- Saúde: identificação rápida e tratamento de animais doentes;
- Nutrição: adaptação de dietas;
- Meio ambiente proporcionar sombra, espaço, conforto térmico, drenagem e qualidade do ar;
- Comportamento: descanso, interações sociais e manejo.
Dentre esses tópicos, damos destaque especial para a nutrição. Afinal, proporcionar uma boa nutrição no sistema de confinamento de gado é impressindível para evitar distúrbios digestivos graves e outros problemas de saúde.
Como alimentar o gado confinado corretamente?
As dietas do gado confinado devem fazer com que ele tenha ruminação e satisfaça suas necessidades de mastigação com a oferta de fibra/volumoso em quantidade adequada. Além disso, deve-se oferecer água limpa e fresca em abundância.
Mesmo em confinamento, os bovinos possuem forte necessidade comportamental de pastorear para se alimentarem e descansarem, principalmente à noite. Sendo assim, é importante disponibilizar piquetes com pastagem de alta qualidade.
A Mosaic, com objetivo de assegurar produtividade de forragens, possui uma linha destinada para o pasto: a MPasto. Suas formulações garantem a elevada nutrição das pastagens e, consequentemente, um rebanho bem alimentado e mais produtivo.
Outro diferencial da linha MPasto é a sustentabilidade empregada em suas embalagens: além das sacarias com capacidade de 50kg, há também as big bags sustentáveis, evitando a emissão de mais de 6 toneladas de CO2 a cada dez mil unidades.
Efeitos do confinamento de gado na pecuária
Como resultado do confinamento temos a intensificação da produção de gado de corte. Assim, percebemos a elevação da produtividade e diminuição do ciclo de produção, que contribui para uma menor emissão de GEE por quilo de carne produzida.
Estudos mostram que o aumento na eficiência dos sistemas de produção é maior do que a alta emissão de GEE (gases do efeito estufa), pois a maior produtividade, reflete em queda de aproximadamente 17% na emissão de GEE por quilo de carne produzida.
Em outras palavras, quando se intensifica o sistema de produção via confinamento de gado, melhoramos a eficiência no uso de recursos, aumentamos a produção de carne, preservamos o meio ambiente e consequentemente, contribuímos para todo o ciclo da pecuária no país.
