Você já ouviu falar dos aminoácidos limitantes para aves?
A nutrição animal representa em torno de 60% dos custos de produção. É muito importante formular dietas que sejam balanceadas a fim de que proporcionem um excelente desempenho produtivo e alta eficiência alimentar aos animais.
Um ingrediente muito importante na formulação de ração para aves que sempre merece atenção são os aminoácidos. É necessário um balanço nutricional entre aqueles que são classificados como essenciais e não essenciais para que nenhum deles seja limitante na ração.
Quer saber quais são todos os tipos de aminoácidos essenciais, não essenciais e limitantes para as aves? Além do conceito de proteína ideal para te ajudar a formular uma ração mais eficiente e com menor custo? Então leia nosso artigo!
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O que é um aminoácido limitante?
Os aminoácidos são as unidades básicas que constituem as proteínas. Embora existam mais de 700 tipos de aminoácidos na natureza, apenas 20 deles são responsáveis pela síntese proteica.
No caso das aves, elas não conseguem metabolizar todos os aminoácidos necessários para o bom funcionamento do seu organismo (sintetizam apenas 10), sendo necessário que aqueles não sintetizados sejam suplementados na ração das aves.
A partir disso, se criou duas categorias de classificação dietética quanto aos tipos de aminoácidos:
- Essenciais: aqueles não sintetizados ou sintetizados em baixa quantidade e/ou velocidade imprópria para as exigências metabólicas das aves;
- Não-essenciais: aqueles sintetizados pelas aves em quantidade e velocidade suficiente para as suas exigências metabólicas, não sendo necessário serem suplementados na dieta.
Os aminoácidos são muito importantes para os animais, pois estão diretamente ligados a renovação de tecidos (pelos, penas, escamas, epiderme etc.), e também à produção de fontes proteicas de grande valor nutricional para os humanos (carne, leite, ovos etc.).
Sendo assim, caso os aminoácidos não estejam em uma quantidade ideal na nutrição das aves a fim de proporcionar um máximo desempenho animal, estes são chamados de aminoácidos limitantes para as aves.
Quais são os aminoácidos essenciais para as aves?
Todos os 20 aminoácidos que fazem parte da síntese proteica são considerados nutricionalmente essenciais. Porém, como citado anteriormente, as aves sintetizam apenas 10 destes aminoácidos, o que fez com que fosse criada a classificação dietética de aminoácidos essenciais e não-essenciais.
São essenciais para aves os aminoácidos:
- lisina;
- metionina;
- triptofano;
- treonina;
- arginina;
- isoleucina;
- leucina;
- histidina;
- fenilalanina;
- valina.
São não-essenciais para as aves os aminoácidos:
- alanina;
- asparagina;
- aspartato;
- cisteína;
- glicina;
- glutamato;
- glutamina;
- prolina;
- serina;
- tirosina.
A glicina é classificada como um aminoácido condicionalmente essencial se a sua taxa de síntese não superar a taxa máxima de crescimento do frango de corte.
Já a tirosina e a cistina podem ser classificadas como “semi-essenciais”, desde que as suas sínteses possam acontecer a partir da fenilalanina e metionina, respectivamente.
Qual a sequência de aminoácidos limitantes para as aves?
Quando não é possível suprir a exigência de um aminoácido a partir dos ingredientes presentes na dieta, ele é considerado um aminoácido limitante. Neste caso, pode-se fazer o uso de aminoácidos sintéticos para complementar a formulação.
Em uma dieta baseada em milho-soja, a sequência de aminoácidos limitantes se dá por:
- metionina
- lisina
- treonina/triptofano
É necessário seguir esta ordem na hora de formular a dieta.
A exigência de aminoácidos pelas aves muda de acordo com alguns fatores, como idade, sexo, linhagens, entre outros.
No caso da idade, por exemplo, no período de 1 a 7 dias a glicina é considerada um aminoácido essencial, mas este torna-se um aminoácido não-essencial com o crescimento das aves.
A metionina é o primeiro aminoácido limitante para aves porque é aquele exigido em maior quantidade para a produção de penas. Além disso, está ligado diretamente também ao metabolismo lipídico, produção de anticorpos e respostas imunes.
Embora a lisina seja o segundo aminoácido limitante, ela é utilizada como aminoácido base na formulação de dietas que usam o conceito de proteína ideal. Isso porque ela está ligada, quase 100%, com a deposição proteica.
O conceito de proteína ideal x aminoácidos
As formulações de ração para aves eram feitas até então com o conceito de “proteína bruta” (quantidade de nitrogênio x 6,25). Deste conceito originavam dietas com uma concentração de aminoácidos superior em relação às exigências das aves.
Esse conceito agora está sendo substituído pelo de “proteína ideal”.
A proteína ideal objetiva formular rações a partir das exigências e ordem de limitação dos aminoácidos.
O aminoácido base utilizado neste conceito é a lisina, que é utilizada em uma relação de exigência com os demais aminoácidos.
Formular a partir da proteína ideal proporciona uma relação satisfatória entre os aminoácidos, o que leva a um cenário positivo de absorção e digestibilidade deles.
Utilizam-se na formulação aminoácidos sintéticos para esse conceito de proteína ideal.
Com a inclusão desses aminoácidos industriais na formulação e, conforme esses apresentem um custo competitivo dentro da dieta, maior será a chance de se reduzir os teores de proteína bruta da ração e os custos da fórmula.
Isso significa menor gasto metabólico dos animais para a digestão, menor excreção de nitrogênio com consequente redução da produção de amônia, bem como uma diminuição da ingestão de água, sem prejudicar os índices zootécnicos.
Estudos indicam que a redução de 1% de proteína bruta da dieta, face o uso de aminoácidos industriais, leve a uma diminuição de 12% de nitrogênio produzido pelas aves.
Este novo conceito está atrelado a uma nova realidade de produção, que busca por técnicas cada vez mais produtivas e rentáveis, mas que ao mesmo tempo, sejam sustentáveis.
Artigo escrito por José Pizol | Analista de Marketing Digital da Mosaic Fertilizantes
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