Devido aos grandes investimentos necessários para a formação, recuperação e reforma de pastagem, têm-se buscado diversas técnicas visando a diminuição desses fatores. A integração lavoura-pecuária (ILP) tem se tornado uma opção vantajosa, beneficiando duas atividades de importância econômica, como a produção de grãos e a pecuária, proporcionando ganhos mútuos ao produtor, principalmente nas regiões do bioma Cerrado.
Acompanhe a leitura para entender melhor sobre a recuperação e reforma de pastagens.
Alternativas de recuperação das pastagens
Como alternativa para recuperação das pastagens degradadas, iniciou-se o consórcio de culturas graníferas (milho, sorgo, milheto, arroz e soja) com forrageiras tropicais, principalmente do gênero Urochloa (syn. Brachiaria), em sistema de ILP. O consórcio pode ser implantado simultaneamente à semeadura da cultura anual, ou cerca de 10 a 20 dias após a emergência desta, e o conhecimento do comportamento das espécies, na competição por fatores de produção, evita que a competição existente entre as espécies inviabilize o cultivo consorciado.
Tal técnica permite a antecipação na formação da pastagem para pastejo, silagem, silagem seguida de pastejo, fenação e ainda, formação de palhada para a continuidade do sistema de plantio direto.
Tal sistema tem sido objeto de estudo de vários pesquisadores os quais relataram que, na maioria dos estudos, a presença da forrageira não afetou a produtividade de grãos de milho. Também verificaram que na maioria dos locais, ocorreram tendências ao aumento de produtividade no sistema consorciado, provavelmente em função da não aplicação de herbicida graminicida em pós emergência, reduzindo possíveis efeitos fitotóxicos.
De maneira geral, as gramíneas forrageiras tropicais apresentam lento acúmulo de massa seca da parte aérea até 50 dias após a emergência, enquanto a maioria das culturas anuais sofre influência por competição nesse período. No caso do cultivo consorciado, os resultados de pesquisas tem possibilitado constatar que a competição da planta forrageira com o milho pode ser amenizada com a utilização de subdoses de herbicidas pós-emergentes, como Nicosulfuron, ou ainda por meio da semeadura da mistura das sementes do capim com fertilizante de semeadura em maiores profundidades que as sementes da cultura produtora de grãos.
Outro modo de diminuir consideravelmente a competitividade entre as espécies quando consorciadas tem sido a semeadura da planta forrageira por ocasião da adubação de cobertura ou após a emergência do milho.
Assim, pode-se afirmar que, no geral, os resultados estão associados à combinação de vários fatores, como população da forrageira, espaçamento entrelinhas da cultura granífera, época de implantação, plantas daninhas e aplicação de herbicidas, fertilidade do solo e condições hídricas.
Artigo escrito por Vinicius Gomes | Especialista em Desenvolvimento de Mercado em Pecuária da Mosaic Fertilizantes
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