Otimização na Suplementação da Pecuária Leiteira

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Explorar com eficiência máxima os recursos existentes, buscando alterar a eficiência do processo, sendo que os índices de produtividade devem ser adaptados para cada sistema.

O grande entrave para adesão de tecnologia é o medo do pecuarista em correr riscos. No entanto, este risco decresce à medida que acumulamos conhecimento e entendemos do sistema como um todo.

A adoção da técnica de suplementação alimentar deverá, antes de qualquer coisa, tornar a exploração mais lucrativa. O produtor deve utilizar esta tecnologia de tal forma que o ganho adicional, seja em carne ou leite, ultrapasse os gastos oriundos do uso de suplementos. A suplementação deve ser vista como um investimento, onde bem planejada, assegura a saúde do animal e o deixa apto para desempenhar sua máxima produção.

A palavra mais utilizada atualmente quando falamos de produção animal é “eficiência”. Cada vez mais o controle das etapas relacionadas à produção se torna imprescindível para o sucesso da exploração.

A eficiência reprodutiva é um dos principais fatores que influenciam a produtividade do rebanho leiteiro. Fatores sanitários, problemas na identificação do cio, e principalmente fatores nutricionais contribuem para atraso no retorno à atividade ovariana pós-parto, maior período de serviço e de intervalo entre parto, redução no período de lactação e menor produção de bezerros por ano e durante sua vida útil. Consequentemente, os custos de produção são elevados pela manutenção de animais com baixa produção no rebanho.

            Nutrição e reprodução são dois aspectos que possuem estreitos laços, em qualquer sistema de produção. O status nutricional do animal pode afetar o padrão de secreção e atividade dos hormônios que regulam o metabolismo. A nutrição exerce efeitos em todas as etapas relacionadas ao processo reprodutivo. Atua desde a manifestação de cio, o desenvolvimento folicular, qualidade dos gametas, taxa de ovulação, ambiente uterino, desenvolvimento do embrião, manutenção da gestação, aporte de nutrientes para o feto e para vaca e diminuição nos problemas pós-parto.

As exigências nutricionais de vacas de leite não são constantes ao longo do ciclo produtivo e, portanto, é fundamental conhecermos como isto ocorre, pois é essencial que aja uma estratégia nutricional para todas as etapas do processo.

Período Seco: O período seco dura 60 dias a fim de possibilitar a regeneração de células, uma boa produção de colostro, assegurar um bom desenvolvimento do feto e ainda completar as reservas corporais, caso a vaca tenha secado com o peso abaixo do desejado. É um período de ajuste final para que o animal chegue ao parto em boa condição corporal. Um nível nutricional alto no pré-parto possibilita boa porcentagem de cios até 60 dias da estação de monta, aspecto essencial para redução do intervalo entre partos.

Parto: A não reposição das reservas energéticas, oriunda de uma suplementação de energia insuficiente durante o final da lactação e/ou durante o período seco irá limitar a produção de leite na lactação seguinte, comprometer a reprodução, atrasando o retorno à atividade ovariana pós-parto, além de desencadear patologias como retenção de placenta, infecção uterina, entre outras.

Início de lactação (30 a 60 dias): Este é o período mais crítico do ciclo produtivo das vacas em termos de produção e eficiência reprodutiva. Após o parto, em um período muito curto, a vaca deverá estar pronta para uma nova gestação. Assim, uma nutrição inadequada nesta fase leva a menor produção de leite, menor peso do bezerro ao desmame e menor porcentagem de animais apresentando cio. A ração deve conter além de níveis elevados de energia, uma proporção adequada de proteína capaz de permitir que a vaca atinja um pico da produção de leite condizente com seu potencial genético. Vacas em início de lactação apresentam balanço negativo de energia, mas é importante destacar que a intensidade e a duração deste balanço dependem da condição corporal da vaca no parto, da alimentação pós-parto e da produção de leite.

Final da lactação: É uma fase onde boa parte dos animais já está gestante e a produção de leite sofreu uma redução considerável. A reposição de reservas para a nova lactação deve ser iniciada neste período, em que os animais ganham peso com maior facilidade. Deve ficar atento para o fornecimento de uma dieta equilibrada, evitando-se o excesso de acúmulo de gordura.

Atenção especial deve ser dada às novilhas, que ao parirem se tornarão primíparas (vaca de primeira cria), a categoria mais problemática do sistema de produção. A vaca de primeira cria possui requerimento nutricional superior ás fêmeas mais velhas por ainda estar aumentando sua massa corporal. Além disto, estão mais sujeitas a estresse e problemas de parto e geralmente levam desvantagem quando existe competição alimentar. Deve-se destinar a esta categoria animal as melhores pastagens e se necessário proceder a suplementação a fim de se evitar atraso no estabelecimento da próxima gestação.

A influência da suplementação do fósforo em gado leiteiro de alta produção tem foco na melhora do desempenho reprodutivo, que consiste na diminuição do intervalo entre partos, diminuição dos serviços por concepção e aumento na proporção de vacas prenhes em relação ao rebanho. Outro ponto em que esta suplementação exerce efeito é na qualidade do leite, principalmente na contagem de células somáticas, diminuindo sua concentração nos leites produzidos por vacas que ingeriram níveis recomendados de fósforo. Quando falta fósforo na dieta de um bovino ele desenvolverá apetite depravado (come terra, madeira, ossos, carniça), terá dificuldades para crescer, se reproduzir (a vaca ou novilha simplesmente não entram no cio) e terá sinais de fraqueza óssea: fraturas, dificuldade para andar e pastar. Pode ter manqueira ou passar a maior parte do tempo deitado, além disso, os ossos podem ficar moles ou deformados.

Antes que o fósforo suplementar possa produzir qualquer resposta significativa é preciso que outros nutrientes deficientes, principalmente proteína e energia, sejam adequadamente suplementados.

Tão importante quanto às características do alimento, o manejo alimentar e o manejo sanitário, a suplementação adequada de minerais, em especial do fósforo é indispensável para maximizar o desempenho e longevidade das vacas, lembrando que a melhoria na saúde dos animais e otimização da reprodução e produção de leite são os principais fatores para rentabilidade nas propriedades leiteiras.

Artigo escrito por Sabrina Coneglian | Especialista em Inovação e Desenvolvimento de Mercado – FEED
da Mosaic Fertilizantes.

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