Suplementação para aves: vitaminas e minerais na dieta

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A criação de aves é uma atividade econômica cheia de obstáculos – nela, é necessário equilibrar uma variedade de elementos para alcançar os resultados desejados. Nesse contexto, a suplementação para aves na criação surge como um componente crucial.

Contudo, qual é a importância da suplementação vitamínica e mineral? Quais impactos elas podem ter na produção?

Para esclarecer essas e outras questões frequentes sobre o tema, elaboramos este artigo. Você descobrirá informações sobre os benefícios que as vitaminas e minerais podem proporcionar através da suplementação para as aves. Desfrute da leitura!

Qual a importância das vitaminas na dieta das aves?

As vitaminas na dieta das aves são substâncias orgânicas vitais para o metabolismo animal, sendo necessárias em pequenas doses e imprescindíveis para todas as funções fisiológicas, como:

  • Crescimento;
  • Desenvolvimento muscular;
  • Conservação e reprodução.

Elas são essenciais para o aproveitamento eficaz dos nutrientes da dieta, ressaltando sua participação direta ou como intermediários nas rotas bioquímicas.

A função metabólica desses nutrientes apresenta uma complexidade superior em comparação com outros. As vitaminas não são unidades estruturais ou fontes de energia, mas intermediárias, ou atuantes de reações bioquímicas cruciais. 

No contexto particular da nutrição de aves, as vitaminas desempenham um papel crucial, pois estão envolvidas em algumas vias metabólicas que estão diretamente ligadas aos processos produtivos e fisiológicos.

Várias vitaminas são vitais, pois estão envolvidas em reações fisiológicas cruciais para a sobrevivência do animal. A conexão com a dieta se dá porque a função delas está constantemente associada a algum nutriente – minerais, aminoácidos e lipídios.

Na prática, elas atuam de maneira integrada: seja no processo de absorção, seja desempenhando sua função no metabolismo do animal. Não é por acaso que as vitaminas se relacionam com os outros nutrientes presentes na alimentação das aves.

De acordo com a sua solubilidade, as vitaminas são categorizadas em:

Lipossolúveis: aquelas que se dissolvem em gordura, o que é uma característica relevante, pois possibilita seu armazenamento de forma orgânica. Fazem parte deste conjunto as vitaminas A, D, E e K.

Hidrossolúveis: São as vitaminas do grupo B e a vitamina C, que se dissolvem em água. Estas não têm a capacidade de serem estocadas no corpo, sendo absorvidas e eliminadas rapidamente.

Saiba mais detalhes de algumas vitaminas:

  • A vitamina D, por exemplo, está associada ao metabolismo do cálcio e à incorporação de minerais no esqueleto. Nas criações de aves de postura, ela tem um grande impacto na formação da casca do ovo e na mobilização dos minerais necessários para a sua constituição;
  • A vitamina E, em contrapartida, é essencial para a proteção das membranas celulares na defesa contra fatores que causam estresse oxidativo;
  • A vitamina K tem um papel significativo na coagulação do sangue – nas aves de postura, que passam por um processo de debicagem, ela se torna essencial para a recuperação após o procedimento de debicagem;
  • As vitaminas do grupo B estão relacionadas ao metabolismo e à saúde hepática.

Na avicultura, as vitaminas funcionam como elementos que fornecem suporte para assegurar que as rotinas fisiológicas cruciais para a manutenção do organismo ocorram. Afinal, cada uma delas desempenha uma ou mais funções fisiológicas importantes, que impactam na produtividade.

Logo, a suplementação vitamínica apropriada para cada estágio depende, também, de uma alimentação equilibrada para assegurar o desenvolvimento ótimo para as fases da vida do animal.

Qual é o papel dos minerais na suplementação para aves?

Os minerais ou combinações de minerais são constituídos por sódio (Na), cloro (Cl), magnésio (Mg), cálcio (Ca), fósforo (P), potássio (K),ferro (Fe), cobre (Cu), cobalto (Co), iodo (I), zinco (Zn), selênio (Se), enxofre (S), flúor (F), molibdênio (Mo), cromo (Cr), estanho (Sn), níquel (Ni), vanádio (V), manganês (Mn) e silício (Si).

Os minerais exercem uma função no corpo das aves, que podem ser assim caracterizados:

  • Função energética: transmissão de energia associada ao metabolismo celular, como no caso do fósforo (P);
  • Função plástica: componentes essenciais do protoplasma e das estruturas, tecido ósseo (Ca, P, Mg);
  • Função físico-química: auxiliam na manutenção e estabelecimento da pressão osmótica, além de serem necessários para a execução do equilíbrio ácido-básico (K, Na). Possuem um papel relevante no condicionamento da permeabilidade celular (Ca, Mg), assim como no controle da excitabilidade neuromuscular (Na, K, Ca, Mg);
  • Função operacional: os minerais contribuem para a formação de enzimas, vitaminas, secreções, hormônios e atuam como transportadores.

Os minerais, em sua passagem pelo corpo, não sofrem alterações, embora participem de ligações específicas, portanto, devemos compreendê-los de maneira distinta das substâncias orgânicas que, em seu metabolismo, passam por transformações intensas.

Para simplificar a compreensão da relevância e aprimorar o trabalho com os minerais, pelo menos 15 elementos minerais são identificados como nutricionalmente indispensáveis para os animais, entre os quais existem e foram classificados em: sete macroelementos (Ca, P, K, Na, Cl, Mg e S) e oito microelementos (Co, Cu, I, Fe, Mn, Mo, Se e Zn).

Quais as consequências de uma dieta deficiente em vitaminas e minerais para as aves?

A maioria das vitaminas não são produzidas pelo organismo do animal. Assim, é imprescindível a administração diária de suplementos vitamínicos em doses mínimas para prevenir o surgimento de carências ou condições adversas.

Essas vitaminas são encontradas nos alimentos principais, mas em quantidades insuficientes, tornando-se assim necessária a sua inclusão na alimentação. Apesar de sua relevância, a suplementação vitamínica tem um impacto reduzido, representando cerca de 0,05% do peso e 1,5% do custo total da ração.

Para além de prevenir sinais de carência ou diminuição na produção, o reforço de certas vitaminas é aplicado em quantidades superiores com o intuito de aprimorar a qualidade do produto final (por exemplo, vitamina E) ou com a finalidade de potencializar a imunidade das aves (por exemplo, vitamina C).

Dentre os sinais tradicionais de uma grave carência de vitamina D, encontram-se o raquitismo e a osteomalácia.

A falta de vitamina E manifesta-se em uma variedade de sintomas clínicos, incluindo: encefalomalacia, diátese exsudativa, dificuldades de eclosão, distrofia muscular e problemas de fertilidade em machos.

A ave é capaz de sintetizar o ácido ascórbico (vitamina C), no entanto, com o incremento da temperatura do ambiente, tanto a sua produção quanto a absorção podem ser diminuídas. Por essa razão, tem-se recorrido à suplementação para aves desta vitamina em circunstâncias de estresse térmico, atenuando dessa forma os efeitos nocivos provocados pela sua falta.

A vitamina B1, também conhecida como Tiamina, participa do metabolismo de carboidratos e do funcionamento adequado do sistema nervoso. As linhagens atuais podem requerer mais B1 devido ao alto índice de crescimento, e a falta desta vitamina está relacionada à síndrome de morte repentina. Problemas no sistema nervoso, atrofia e inibição do crescimento são também sintomas associados à falta de Tiamina.

A falta de B2 é uma das insuficiências mais comuns em campo, considerando que dietas à base de milho e farelo de soja. A vitamina B2 atua como cofator em vários sistemas enzimáticos, participando do metabolismo de proteínas e lipídios. Dentre os sintomas principais da deficiência, estão a inibição do crescimento, elevação da conversão alimentar e a deformação anormal dos dedos (para dentro).

Na eventualidade de não haver uma adequada suplementação para as aves, podemos observar os sintomas comuns de carências em aves, que são detectáveis em um processo de desnutrição e ausência de alguns microelementos minerais. Veja a seguir:

  • Insuficiência de selênio: comprometimento da reprodução em fêmeas e infertilidade em machos; danos nos vasos sanguíneos, pancreatite;
  • Insuficiência de manganês: ovos com casca fina, diminuição na produção de ovos, elevação da mortalidade embrionária e anormalidades ósseas;
  • Insuficiência de ferro: anemia e descoloração de penas vermelhas;
  • Insuficiência de ferro: anemia e descoloração de penas vermelhas;
  • Insuficiência de zinco: aumento do tarso, penas mal formadas, descamação da pele e anormalidades embrionárias;
  • Insuficiência de iodo: hiperatividade da tireoide, elevação da mortalidade embrionária e retardamento da postura;
  • Insuficiência de cobalto: anemia.

A maior parte dos minerais essenciais são encontrados nas proporções adequadas para nossas aves, em dietas equilibradas, sementes, frutas, vegetais e farinhadas. É crucial manter uma alimentação saudável e limpa, para que elas possam sempre extrair o máximo de benefícios do alimento que está sendo oferecido.

A importância da água e dos eletrólitos para a saúde das aves

Vamos explorar mais profundamente o papel crucial que cada mineral desempenha nas aves, detalhando mais minuciosamente a sua contribuição para o funcionamento do organismo.

Que tal discutirmos a relevância da água avicultura e dos eletrólitos? No corpo, os fluidos são soluções de composição complexa e mutável, nas quais a água e os eletrólitos formam a parte mineral mais significativa.

A água é o componente mais predominante no corpo das aves, constituindo cerca de 65% a 85% do organismo, com uma pequena variação dependendo da espécie, mas com uma grande variação em relação à idade.

A relevância da água pode ser mais bem entendida considerando suas propriedades:

  • A água é um solvente excepcional, caracterizada por uma elevada constante dielétrica, viscosidade reduzida e uma tensão superficial adequada;
  • Ajuda na dissociação de sais em íons, como o sal de cozinha em Na+ (sódio) e Cl- (cloro);
  • Apresenta um calor específico bastante elevado que possibilita uma grande absorção de calor, auxiliando na termorregulação;
  • Fornece proteção física aos órgãos e facilita a lubrificação de articulações e tendões;
  • Contribui para a visão como componente do meio transparente do olho e está quimicamente engajada no processo de digestão.

As demandas de água no corpo são supridas pela água potável, água presente nos alimentos consumidos e pela água metabólica. As perdas de água podem acontecer através das vias renais, cutâneas e pulmonares.

É crucial que a água destinada às aves seja potável, precisando ser limpa nos aspectos físicos, químicos e microbiológicos, proporcionando um sabor agradável e não devendo, em nenhuma circunstância, exibir algum cheiro. A temperatura recomendada para fornecimento é de 5º a 18º C.

Em certos momentos, as aves podem ficar um tempo sem comida, já que possuem reservas corporais, mas provavelmente não resistirão à ausência de água, portanto nunca permita que o bebedouro fique vazio.

Os bebedouros devem ser mantidos sempre limpos e as caixas e reservatórios devem passar por manutenção pelo menos a cada seis meses, para que as propriedades físico-químicas da água não se modifiquem. Isso é essencial para preservar a saúde geral das galinhas.

Agora que você está ciente da importância de fornecer uma dieta balanceada com suplementação para aves, pode garantir o desenvolvimento ideal delas em todas as fases da vida. A falta de suplementação vitamínica e mineral adequada pode resultar em prejuízo à saúde das aves, crescimento insuficiente e baixo desempenho produtivo. Portanto, é importante garantir que as aves recebam todos os nutrientes necessários para a sua saúde e bem-estar.

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