A adubação potássica é uma das técnicas para melhorar a qualidade dos pastos.
O cloreto de potássio é um adubo químico amplamente utilizado na agricultura, pois é um dos fertilizantes com maior concentração de potássio (60% de K2O), além de ser altamente solúvel e barato.
No entanto, existem alguns problemas associados ao seu uso, geralmente relacionado ao excesso de cloro presente na sua composição e seu elevado valor salino, que é de 116%.
Neste artigo vamos trazer mais informações sobre os fertilizantes potássicos e suas implicações. Boa leitura!
Para que serve o cloreto de potássio
O potássio (K) participa no processo fotossintético da planta, que é o processo de produção de energia. O K é absorvido pelas plantas em grande quantidade e é altamente móvel.
Quando entra nas plantas através das raízes, através da adubação potássica em pastagens, se direciona para o caule e folhas, tendo um papel muito importante no controle da entrada de água.
Ele também age no transporte de ácidos orgânicos e açúcares para outros órgãos da planta, entre outras funções. Mas para explicar melhor como funciona todo esse processo, traremos uma definição.
Você sabe o que são estômatos?
Os estômatos são pequeninas estruturas que estão presentes principalmente nas folhas e têm a função de controlar a entrada de gás carbônico e saída de oxigênio, além de também controlar o vapor de água nas plantas.
Sem a presença do K os estômatos não funcionam corretamente e se não funcionarem, a absorção de água será afetada e o processo de fotossíntese também!
A falta de adubação potássica nas plantas causa redução no processo de produção de energia.
Com menos energia, a planta começa a respirar mais intensamente, como um mecanismo de sobrevivência, mas essa respiração intensa faz com que a planta gaste suas reservas energéticas, que são os açúcares e óleos, e, consequentemente, a produção e produtividade acaba diminuindo.
Recomendação de aplicação dos fertilizantes potássicos.
É preciso conhecer as exigências nutricionais das plantas forrageiras, assim como manejar o solo de modo correto, fazendo sempre que necessário adubações.
Ter conhecimento dos aspectos nutricionais das forrageiras e cuidar do solo são fatores muito importantes, pois eles agem diretamente na produção e na qualidade das pastagens.
Para facilitar o manejo, podemos dividir as adubações em adubação de formação ou estabelecimento e adubação de manutenção.
Se pensarmos em solos mais pobres de nutrientes, as doses serão recomendadas de acordo com a quantidade de K disponível no solo e do tipo de pasto, que pode ser formado apenas por gramíneas ou pela combinação com leguminosas. Veja mais detalhes na tabela 1!
A adubação potássica poderá ser feita no momento do plantio, misturado com fertilizante fosfatado ou formulado (NPK).
Nos solos muito arenosos, é recomendado aplicar o adubo em cobertura, aproximadamente 45 dias após o plantio ou quando as plantas cobrirem mais de 60% do solo, visando reduzir as perdas por lixiviação.
Tabela 1. Doses de fertilizantes potássicos recomendadas para renovação de pastagens, levando em consideração o teor de K disponível no solo e tipo de pasto a ser formado.
A quantidade de potássio recomendada para manutenção varia de acordo com a disponibilidade de K no solo, do tipo de pasto e do grau de adubação nitrogenada utilizada nas pastagens. Os dados você pode verificar na tabela 2.
Doses maiores são indicadas quando se utiliza um grau mais alto de adubação nitrogenada (acima de 50 kg/ha de N) e em pastos com duas ou mais espécies numa mesma área.
A adubação potássica em pastagens deverá ser feita caso a análise de solo indique sua necessidade. A prática deve ser feita a lanço, em cobertura, no começo da estação chuvosa.
Tabela 2. Doses de potássio recomendadas para manutenção de pastagens, levando em consideração o teor de K disponível no solo, do tipo de pasto e do nível de adubação nitrogenada utilizado.
Com os resultados da análise de solos em mãos, especialmente quando existe a necessidade de aplicação conjunta de nitrogênio (N), fósforo (P) e/ ou potássio (K), o responsável pelo rebanho pode decidir por obter fertilizantes minerais simples e misturá-los desde que sejam de forma correta, ou então comprar fertilizantes formulados (NPK).
Os benefícios do uso de fertilizantes formulados NPK em comparação à mistura de fertilizantes simples na propriedade são:
a) uniformidade da mistura: nas fábricas que possuem máquinas adequadas para realizar as misturas, esse processo é muito eficiente, por isso a distribuição torna-se fácil;
b) conformidade: assim não há o risco de misturar fertilizantes que endurecem, atrapalhando a distribuição do adubo. Desta forma, evita-se perdas de algum nutriente útil;
c) poupança de tempo e dinheiro: pois não há a exigência de mão de obra da fazenda;
d) custo de aplicação baixo: pois os adubos formulados em fábricas são melhores. Por isso, a distribuição fica mais fácil e simples.
Não tem como falar de cloreto de potássio e não mencionar a relevância do potássio nas plantas e no solo. Diante de tantas informações, foi possível compreender a importância da adubação potássica? Continue acompanhando nossos conteúdos, sempre passamos informações relevantes que ajudarão no seu dia a dia.
Artigo escrito por Vinicius Gomes | Especialista em Desenvolvimento de Mercado em Pecuária da Mosaic Fertilizantes
Fonte: EMBRAPA, Circular técnica 46. Rio Branco, AC Dezembro de 2014.
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