Quer conhecer as principais fontes de fósforo para bovinos? Unimos as principais informações sobre fósforo na alimentação animal, assim você não terá mais dúvidas sobre a importância deste mineral para o desenvolvimento dos animais. Não perca mais tempo, pois as informações que você procurava estão neste artigo! Boa leitura!
Qual a função do fósforo para bovinos?
O fósforo (P) é o mineral que tem maior número de funções conhecidas. É um dos nutrientes necessários nas transformações metabólicas de energia nas células, além de ser o segundo mineral mais abundante no organismo animal. Cerca de 80% desse elemento está localizado nos ossos e dentes dos animais conjuntamente com o cálcio.
O fósforo também é considerado importante para o crescimento de tecido muscular, sendo a segunda maior reserva orgânica deste mineral em termos quantitativos. É um dos componentes do DNA e RNA e colabora na formação das membranas celulares como componente dos fosfolipídios.
Berchielli e colaboradores descrevem esse elemento com funções significativas nas atividades dos microrganismos no rúmen principalmente para atender as exigências das bactérias celulolíticas.
As exigências de fontes de fósforo para bovinos são muito variáveis e definidas de acordo com diversos fatores, saiba quais são:
- Atividades fisiológicas/ idade do animal;
- Mantença;
- Ganho de peso;
- Produção de leite,
- Reprodução, entre outros.
Como a taxa de crescimento ósseo é maior nos animais jovens, um animal mais maduro requer relativamente menos P para cada quilograma de ganho de peso. Quanto maior o nível de produção, maiores são as exigências.
Quando há deficiência nutricional relacionada ao fósforo, além de falhas reprodutivas, problemas ósseos e baixa imunidade, há também uma piora na eficiência de absorção e utilização dos alimentos, causando um crescimento mais lento e redução na produtividade animal culminando em baixo desempenho.
Os sinais mais marcantes da carência de fontes de fósforo para bovinos revelam ossos fracos, engrossamento das articulações, ossos longos arqueados e malformações torácicas por causa da desmineralização.
Por ser um elemento essencial, ou seja, aqueles que têm a função biológica conhecida, o fósforo deve ser ofertado aos animais por meio da alimentação ou suplementação.
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Quais as principais fontes de fósforo para os animais?
Podemos dividir as fontes de fósforo em dois grupos a saber: Fontes Orgânicas e Fontes Inorgânicas. No grupo das fontes orgânicas as mesmas podem ser classificadas em fontes vegetais, quando se tratar de pastagens, milho, soja e as de fontes animais como por exemplo farinha de carnes, farinha de sangue ou farinha de ossos.
Para o grupo das fontes inorgânicas, temos os minerais como por exemplo as apatitas que dão origem aos fosfatos.
Particularidades de cada espécie devem ser mencionadas. É proibido a utilização de fontes de fósforo de origem animal para bovinos (exceto a farinha de ossos calcinada), pois podem causar a Encefalopatia Espongiforme Bovina mais conhecida como Mal da Vaca Louca.
Já para as aves e suínos devemos nos atentar aos grãos.
Apesar dos mesmos serem fontes de fósforo, esse encontra-se em forma de fitato que para ser digerido e absorvido por essas espécies necessita de uma enzima chamada fitase a qual não é produzida naturalmente sendo uma alternativa oferecer a esses animais fontes inorgânicas de melhor absorção.
Mais importante que o percentual presente no alimento ou o preço por kg da fonte de fósforo, é considerar sua biodisponibilidade pois, de nada adianta termos o elemento presente se o mesmo não será transformado em desempenho ou melhores índices produtivos correndo o risco do “barato custar caro”.
Cada fonte de fósforo tem sua biodisponibilidade que significa (grosseiramente) o quanto daquele nutriente ingerido é de fato utilizado pelo animal. As fontes vegetais apresentam uma biodisponibilidade de 60 a 70%. Já as fontes minerais podem apresentar de 30 a 90 % de biodisponibilidade dependendo da sua forma molecular, origem e processamento industrial.
Também é necessário se atentar para a questão de contaminantes dentro das fontes inorgânicas. Dos três tipos de rochas possíveis de se extrair fosfato: Ígneas, metamórficas e sedimentares, as primeiras são as que apresentam maior pureza. Dessa forma, os níveis de Flúor e elementos indesejáveis (Chumbo, Cádmio, Arsênio, Mercúrio) são baixíssimos.
A Portaria 359, de 9 de julho de 2021 (MAPA) preconiza uma relação fósforo/flúor mínima de 100/1 o que significa que as fontes de fósforo devem possuir no máximo 1% de Flúor em sua composição pois, em excesso pode ocasionar fluorose onde os principais sintomas são má mineralização óssea, fraturas, anomalias dentárias, manqueiras e diminuição do apetite. Já os suplementos de pronto uso devem atender o limite máximo de dois mil miligramas de flúor por quilograma de produto (IN 12 /2004, MAPA).
Estudos realizados pela Embrapa evidenciaram que vacas em reprodução começaram a exibir sintomas de intoxicação por flúor cerca de dois a três anos após o início do consumo de misturas minerais contendo fosfatos de rocha e, que fluorose dentária pode aparecer antes que a produção ou reprodução tenham sido afetadas.
Quando falamos em contaminação das fontes de P pelos elementos indesejáveis, temos que o alumínio e o ferro podem complexar o fósforo, reduzindo sua disponibilidade.
Também é preocupante o excesso de chumbo e cádmio nos produtos finais pois esses metais podem levar à uma menor absorção do fósforo devido à sua inter-relação, causar alterações no sistema reprodutivo dos bovinos, como o abortamento, baixa absorção de cálcio além dessa contaminação em cadeia poder chegar ao organismo humano.
Fosfato bicálcico para bovinos
Do total do rebanho brasileiro (224,6 milhões de cabeças – IBGE 2021), 90% têm sua produção exclusivamente em pastagens. Nas forrageiras, o teor de fósforo depende diretamente da sua disponibilidade no solo bem como do déficit hídrico e da maturidade da planta que podem resultar em diminuição no teor do elemento.
Como no Brasil 80% dos solos agricultáveis têm baixo teor de fósforo, consequentemente as forrageiras não fornecem mais do que 0,15% de fósforo, o que corresponde a 1,5% de P/kg de MS de capim. Deste modo, é extremamente importante o fornecimento de P para os animais através da suplementação (Butolo, 2010).
Como fontes de fósforo para bovinos, o fosfato bicálcico é uma das matérias-primas mais utilizada nas misturas minerais para suplementação de ruminantes no Brasil. As suplementações podem ser classificadas de acordo com a classificação do MAPA, 2004 em:
- Suplementos minerais;
- Suplementos minerais com ureia;
- Suplementos minerais proteicos;
- Suplementos minerais proteico- energéticos.
Para cada tipo de suplemento, um nível de fósforo mínimo é obrigatório pela Instrução Normativa 12/2004.
Considerando que a ingestão de um certo suplemento mineral em bovinos a pasto se limite a um consumo mínimo de 70 gramas por animal por dia, o mesmo deve conter no mínimo 40 gramas de P/ kg de produto quando se tratar de suplementos para bovinos de corte e 73 gr/kg de P para quando se tratar de bovinos leiteiros.
Os animais ainda podem receber o fósforo necessário via concentrados ou rações. Importante salientar que do ponto de vista industrial, o fosfato bicálcico pode ser utilizado tanto para a fabricação de suplementos quanto de rações. Já o fosfato monocálcico deve ser utilizado somente em suplementos que contenham farelos e ainda nas rações evitando-se assim problemas de empedramento.
Por fim, de nada adianta adquirir suplementos minerais adequados se ele não chegar até a boca do animal. Pensando nisso, é importantíssimo que as propriedades possuam uma rotina de “salga”, com cochos de espaço linear adequado (mínimo de 5 centímetros para suplementos minerais e até 30 cm para concentrados) e de preferência cobertos para proteger o produto das intempéries.
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