A adubação de base e cobertura são fundamentais para preservar a vitalidade e o desenvolvimento vigoroso das pastagens, garantindo uma nutrição apropriada para o gado. Que tal explorarmos mais profundamente o estudo da adubação de base e de cobertura para pastagens?
Segundo os dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Brasil possui o 2º maior rebanho bovino do mundo. Para o ano de 2023, as estimativas têm mostrado um crescimento potencial de 8% em relação ao ano de 2022.
Podemos dizer que nos últimos 30 anos o país passou por profundas mudanças no sistema produtivo e mais que dobrou o número de cabeças, intensificando o uso das pastagens por todo o Brasil.
Quando falamos de produção animal a pasto, podemos dividi-la em três etapas:
- 1) Crescimento, que nada mais é do que a produção de forragem;
- 2) Utilização, onde temos o consumo da forragem produzida;
- 3) Conversão, ou seja, transformação dos nutrientes da forragem consumida em carne ou leite.
Nesse contexto, o emprego de fertilizantes e corretivos agrícolas durante a etapa de crescimento estará diretamente relacionada com a produção de forragem, que após ser consumida pelos animais irá resultar em melhor desempenho e maior rentabilidade da fazenda.
Quais são os nutrientes aplicados na adubação de base e cobertura?
No Brasil, a pecuária baseada em pastagens, está normalmente localizada nas áreas onde os solos apresentam baixa fertilidade, com altos teores de alumínio, baixo pH, saturação por bases, cálcio e fósforo disponível, características que limitam o desenvolvimento das espécies forrageiras. Por esse motivo, é de extrema importância realizar previamente a correção desse solo com uso de calcário e gesso quando necessário.
É importante lembrar que não existe um nutriente mais importante que outro. Todas as plantas requerem níveis adequados de macro e micronutrientes para produzir.
Portanto, qualquer manejo nutricional deve ser realizado com base na coleta de amostras do solo. A partir desses resultados, e com a ajuda de um profissional da área, é possível interpretar os dados e fazer a recomendação dos nutrientes necessários. Isso deve ser feito levando em consideração a espécie forrageira e o nível de produção desejado.
Quando falamos em adubação para implantação ou reforma de pastagens, um dos principais nutrientes que precisamos ter atenção é o fósforo. Na planta, o fósforo está diretamente envolvido no processo fotossintético, transferência de energia para folhas e estruturas em desenvolvimento (ex. novas folhas após o pastejo), e principalmente no enraizamento e estabelecimento das pastagens.
O ideal é, sempre que o pecuarista investir em reforma de pastagens, incorporar o fósforo, uma vez que esse elemento é pouco móvel e necessita de contato direto com as raízes das plantas para ser absorvido. Já no caso de pastagens já estabelecidas, onde não existe a possibilidade de incorporação, o fósforo poderá ser aplicado a lanço e em cobertura.
O potássio é outro nutriente de grande importância para a adubação de base. Devido à forma de colheita da pastagem (pastejo), remover boa parte da área foliar, o potássio acaba sendo um nutriente com elevadas taxas de extração do solo. Esse nutriente está presente em praticamente todos os processos bioquímicos das plantas como, por exemplo: abertura e fechamento de estômatos, fotossíntese, regula a pressão osmótica e confere resistência ao frio e doenças.
Por ser um nutriente muito móvel, pode ser lixiviado conforme a textura do solo, quantidade de água e dose aplicada. Para evitar a lixiviação e garantir a absorção é necessário um bom desenvolvimento radicular da cultura. Pastagens com deficiência desse nutriente, normalmente apresentam colmos finos e mais propensos ao acamamento, folhas amareladas e com necrose.
Na implantação de pastagens, a adubação com potássio é normalmente feita no sulco e, como o cloreto de potássio apresenta 60% de K2O e tem alta salinidade, a indicação técnica para a adubação de base é não ultrapassar 60 kg/ha de K2O, para que o crescimento e desenvolvimento radicular das plantas não sejam prejudicados e a absorção de água e nutrientes não seja comprometida.
Caso a pastagem já esteja implantada e a dose recomendada é feita apenas para a manutenção da produtividade, a aplicação nesse caso pode ser feita sob cobertura sem necessidade de incorporação.
O uso de adubação nitrogenada é uma prática que melhora a produtividade e a qualidade das pastagens, sendo responsável por incrementos significativos na produção de massa seca, o que permite aumentarmos a taxa de lotação e o ganho animal por área. Porém, vale lembrar que sua eficiência está diretamente ligada à temperatura e à disponibilidade hídrica.
Outro nutriente que devemos levar em consideração para a produção de pastagens é o enxofre. Esse nutriente é essencial na formação de proteínas e está envolvido na fotossíntese das plantas.
O fornecimento de enxofre tanto pela adubação de base e cobertura potencializa a produção de massa de folhas e melhora o perfil de proteína dessa forragem, consequentemente teremos maior produção, aumento na taxa de lotação e ganho de peso animal.
Além dos macronutrientes descritos acima, os micronutrientes também desempenham algumas funções importantes nos processos metabólicos e fenológicos, que vão desde ativações enzimáticas até a produção e regulação de fitormônios.
Dentre os micronutrientes de maior importância para plantas forrageiras, podemos destacar o ferro, manganês, molibdênio, boro e zinco. Portanto, caso a análise de solo tenha apontado a necessidade de correção de micronutrientes no solo, essa correção deve ser feita juntamente com a adubação de base, utilizando formulações de NPK com base micrada (fonte de micronutrientes).
Como e quando fazer adubação de cobertura na pastagem?
A partir do estabelecimento da pastagem, a adubação de cobertura é fundamental para assegurarmos o bom desenvolvimento e produção de massa de forragem.
A quantidade de fertilizante em cobertura a ser aplicado ira depender das condições do solo, do tipo de forrageira, do sistema de produção e da produtividade esperada pelo pecuarista. Essa adubação é normalmente feita utilizando nitrogênio e potássio, porém, dependendo da necessidade da área podemos utilizar outros nutrientes em conjunto, como, por exemplo, o enxofre.
A recomendação técnica para evitarmos as perdas e termos uma máxima produção de forragem é realizar a adubação de cobertura na época das águas. Em caso de implantação ou reforma de pastagens orientamos que o pecuarista aplique o fertilizante em cobertura 30 a 40 dias após o plantio, quando cerca de 70% da área já estiver coberta pela cultura.
Para pastagens já estabelecidas, aplicar o fertilizante após as primeiras chuvas (entrada da primavera). O ideal é dividir a dose a ser aplicado no ano após cada ciclo de pastejo, com pasto rebaixado ou dividi-la em 3 aplicações ao longo da estação chuvosa.
Quais são os benefícios da adubação de base e cobertura?
Podemos dizer então que os benefícios obtidos através da adubação de base e cobertura são:
- Aumento da produção de massa de forragem/ hectare e ganhos significativos no valor bromatológico quando o manejo do pastejo eficiente é aplicado em conjunto com a adubação, convertido em maior produção animal por área.
- Aumento da produção de forragem para ser utilizada durante o período de seca, com uso de adubação estratégica no fim do período das águas;
- Produção de volumoso suplementar;
- Uso de cultivares forrageiras mais exigentes e também de maior produtividade em solos de baixa fertilidade natural.
Quais fertilizantes indicados para adubação de base e cobertura?
A recomendação de adubação de base e cobertura não é uma receita de bolo, cada solo, região, cultivar, sistema de produção apresenta suas particularidades. Por esse motivo, busque sempre a orientação de um profissional da área para auxiliar na correta recomendação da adubação de base e cobertura e também do manejo do pasto e do pastejo que deverá ser adotado após a aplicação do fertilizante.
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