Entender o que é uma planta forrageira e seu papel na agropecuária é indispensável para qualquer produtor. Isso porque essas plantas são fundamentais na alimentação de animais, como bovinos e ovinos. As forrageiras fazem toda a diferença nos sistemas extensivos e métodos mais tecnificados que incluem feno ou silagem.
Se você está curioso(a) para conhecer melhor sobre esse assunto, vamos lá! Este conteúdo reúne a escolha e o manejo das plantas forrageiras, oferecendo insights sobre práticas de prevenção de doenças e estratégias de armazenamento eficazes, além de muito mais.
O que é uma planta forrageira?
As plantas forrageiras são vegetações, tanto cultivadas quanto naturais, essenciais na alimentação de animais de criação como:
- Bovinos;
- Caprinos;
- Ovinos;
- Equinos.
Além disso, é importante dizer que elas têm um papel crucial em sistemas de produção extensivos que dependem principalmente de pastagens, mas também são fundamentais em sistemas mais tecnificados, como feno ou silagem, para compor a parcela volumosa da dieta.
De acordo com a EMBRAPA, as plantas forrageiras se classificam conforme a estação do ano em que se desenvolvem (seja inverno ou verão), o seu ciclo de vida (anuais ou perenes) e a família botânica a que pertencem. Entre as mais populares, encontram-se as gramíneas e leguminosas.
Quais são as plantas forrageiras?
Existem diferentes tipos dessa espécie de plantas, com características e classificações que as diferenciam de cada uma. A seguir, você pode encontrar uma visão geral e simplificada dos modelos.
Alfafa (Medicago sativa)
Características:
- Valor Nutricional: alta concentração de proteína (22 a 25%), vitaminas e minerais;
- Crescimento: necessita de solos bem drenados;
- Uso: a alfafa é frequentemente empregada na produção de feno, com uma parcela menor destinada à silagem e ao pastejo direto.
Classificações:
- Clima: temperado e seco;
- Família Botânica: leguminosa;
- Ciclo vegetativo: perene
Amendoim Forrageiro (Arachis pintoi)
Características:
- Valor Nutricional: possui uma digestibilidade que varia de 60% a 70%, apresentando um conteúdo proteico entre 13% e 25%;
- Crescimento: rasteiro, adaptados a diversos tipos de solo, inclusive ácidos;
- Uso: recomendada para o plantio em pastagens já existentes, assim como para estabelecer novos pastos em consórcio com gramíneas.
Classificações:
- Clima: tropical;
- Família Botânica: leguminosa;
- Ciclo vegetativo: perene
Brachiaria brizantha (c.v. Marandu)
Características:
- Valor Nutricional: proteína bruta (PB) na matéria seca 10%;
Crescimento: em touceira, tolerante a solos de baixa fertilidade e condições de seca; - Uso: excelente para a fase de desmame, cria, recria e engorda, como: pastejo direto, e feno.
Classificações:
- Clima: tropical;
- Família Botânica: gramínea;
- Ciclo vegetativo: perene.
Panicum (c.v.Mombaça)
Características:
- Valor Nutricional: teores de proteína bruta variando entre 10 e 12% ao longo do ano.
- Crescimento: touceiras robustas, com alta porcentagem de folhas;
- Uso: bem aceito por bovinos e bubalinos, podendo ser usado em consórcio com algumas leguminosas.
Classificações:
- Clima: tropical;
- Família Botânica: gramínea;
- Ciclo vegetativo: perene.
Cynodon dactylon (L.) Pers (grama bermuda)
Características:
- Valor Nutricional: 11 a 13% de PB e 58 a 65% de digestibilidade;
- Crescimento: prostrado com alta resistência ao pastejo e pisoteio, porém com alta exigência em fertilidade do solo;
- Uso: principalmente para bovinocultura leiteira como feno.
Classificações:
- Clima: tropical e subtropical;
- Família botânica: gramínea;
- Ciclo vegetativo: perene.
Como escolher a planta forrageira?
Ao escolher uma planta forrageira adequada, é essencial considerar vários fatores-chave. Primeiro, avalie a fertilidade do solo e o clima da região, pois diferentes forrageiras têm necessidades e adaptações variadas.
Além disso, é importante considerar o tipo de produção animal, seja ela de leite, corte ou mista, e o sistema de manejo adotado, como pastagem extensiva, intensiva ou sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP).
A escolha correta pode resultar em melhorias significativas na produtividade e na saúde animal, além de otimizar a utilização dos recursos naturais.
Um exemplo prático dessa decisão estratégica é a escolha do capim-mombaça para propriedades com produção leiteira ou sistemas de ILP.
O mombaça destaca-se em áreas de solo fértil, apresentando uma produtividade superior, especialmente em comparação com outras variedades do mesmo gênero. No contexto da pecuária de corte, ele permite ganhos médios de 700 kg de peso vivo por hectare por ano. Sua resistência medianamente alta à cigarrinha-das-pastagens também é um fator importante, e decisivo, principalmente em áreas endêmicas (EMBRAPA).
Importância do manejo adequado da planta forrageira
O manejo adequado de plantas forrageiras é um aspecto fundamental na produção agropecuária, pois visa maximizar a produção animal por unidade de área, sem comprometer a cobertura vegetal e a sustentabilidade do ecossistema.
Um manejo eficaz considera diversos fatores, incluindo os elementos ambientais que influenciam o crescimento da planta, como a luz.
É importante reconhecer que as plantas forrageiras não crescem de maneira uniforme ao longo do ano, elas são afetadas por variações sazonais, como a intensidade de luz, temperatura, disponibilidade hídrica e adubação das pastagens.
Esses fatores não só influenciam o crescimento da planta, mas também sua composição nutricional. Por exemplo, durante os meses de maior incidência de luz solar, muitas forrageiras têm um crescimento mais acelerado e podem oferecer maior valor nutritivo.
Práticas sustentáveis no manejo de forragens
O manejo das pastagens deve, portanto, ser adaptado para se alinhar com as variações mencionadas no tópico anterior. Isso implica ajustar a densidade de animais por área, o tempo de pastejo e a frequência de corte para feno ou silagem.
Em períodos de crescimento mais rápido, pode ser necessário aumentar a frequência de corte ou o pastejo. Em contrapartida, durante os períodos de menor crescimento, é crucial reduzir a pressão sobre a pastagem para evitar o esgotamento das plantas e consequentemente a degradação do solo.
Além disso, práticas como a rotação de pastagens e o uso de forrageiras mistas (gramíneas e leguminosas) podem contribuir para um sistema mais sustentável. A rotação permite uma boa recuperação da pastagem, enquanto a diversidade de plantas pode garantir uma oferta mais estável de forragem ao longo do ano, além de melhorar a qualidade do solo.
Prevenção de doenças nas plantas forrageiras
Naturalmente, um manejo adequado e sustentável das plantas forrageiras já constitui uma forma de prevenção de doenças. Uma vez que, práticas que fortalecem a planta, como a manutenção da saúde do solo, aumentam a resistência das forrageiras a doenças e pragas.
Mas, além disso, o monitoramento regular das plantas é essencial, pois detectar problemas nos estágios iniciais permite intervenções mais eficazes e menos invasivas.
A rotação de culturas é outra prática valiosa. Alternar diferentes tipos de forrageiras ajuda a quebrar os ciclos de vida de pragas e doenças que podem ser específicas de certas espécies.
Armazenamento da forragem
Todo o esforço dedicado à escolha e ao manejo correto da forrageira pode ser desperdiçado se ela não for adequadamente armazenada.
A vedação/diferimento de pastagem, por exemplo, é uma excelente opção para produtores que não dispõem de estrutura ou mão de obra para outro tipo de armazenamento.
Por sua vez, a fenação permite armazenar alimento para períodos menos produtivos e pode até se tornar uma fonte de renda secundária para a propriedade.
Além disso, a silagem representa outra técnica valiosa de armazenamento, sendo uma opção robusta para garantir o suprimento de alimento de qualidade, mesmo em épocas de escassez.
Cada uma dessas técnicas tem suas particularidades e benefícios, oferecendo aos produtores diversas opções para garantir a eficiência e sustentabilidade na alimentação animal ao longo de todo o ano, desde que feita de maneira correta.
Maximize o potencial das suas plantas forrageiras
A escolha adequada da planta forrageira, considerando o ambiente, o tipo de produção animal e o manejo adotado, é apenas o início. Práticas como a rotação de pastagens, monitoramento constante e armazenamento eficiente da forragem são essenciais para manter um sistema equilibrado e eficiente.
A adoção dessas práticas não apenas assegura a produtividade, mas também a rentabilidade do sistema produtivo. Para aprofundar seus conhecimentos e otimizar ainda mais a suas pastagens, convidamos você a explorar nosso E-book Adubação de Pasto | NutriMosaic, um recurso indispensável para todos que buscam excelência no manejo de forragens.
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