Um pasto de qualidade é aquele que oferece aos animais os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento e alcançar seu potencial produtivo, seja na produção de carne ou leite.
A pastagem é a base da alimentação dos ruminantes e uma pastagem de qualidade é extremamente importante para produção e rentabilidade do rebanho.
Neste artigo você vai saber mais sobre os porquês de cultivar um pasto de qualidade, os tipos de forragem e as principais espécies forrageiras cultivadas no Brasil. Boa leitura!
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Quais são os tipos de forragem?
As principais espécies de plantas forrageiras utilizadas para a produção de forragem em pastagens pertencem a duas grandes famílias: a das gramíneas e a das leguminosas.
Dentre estas, as gramíneas são as mais usadas para a formação de pastagens no Brasil.
As gramíneas distribuem-se por todo o mundo, englobando ao redor de 10.000 espécies, sendo que o Brasil possui cerca de 170 gêneros e 1.500 espécies de gramíneas.
Além disso, no Brasil, destaca-se a utilização das gramíneas (capins) forrageiras sob pastejo.
Vale destacar que existem outros tipos de forragem que podem garantir um pasto de qualidade, que são chamadas de leguminosas.
As ciperáceas e as cactáceas também podem servir para a alimentação dos animais ruminantes. Contudo, esses grupos de plantas são de uso mais limitado no Brasil comparativamente às gramíneas e sendo utilizados em regiões específicas.
Pasto de qualidade x escolha da forrageira
O melhor tipo de forragem é aquele que tem condições de produzir a maior quantidade de massa seca, com a melhor qualidade nutricional nas condições de solo e clima local, ou seja, existe uma forrageira adequada para cada região de produção.
É comum a recomendação de três ou quatro diferentes cultivares ou espécies de forrageiras para uma mesma fazenda. Isso porque ter mais de um tipo de pastagem na mesma propriedade pode ser vantajoso, pois a diversificação permite maior controle no manejo das pastagens e podem minimizar o ataque de pragas e doenças.
A escolha de uma espécie ou cultivar para a reforma ou estabelecimento de pastagem deve seguir uma análise criteriosa das condições de clima e solo do local, bem como do tipo de utilização pretendido e do manejo da pastagem a ser adotado.
Aqui estão alguns tópicos que são importantes se atentar para a escolha de uma ou mais espécies forrageiras para ter um pasto de qualidade:
- Ciclo produtivo e reprodutivo;
- Condições de solo e de clima favoráveis;
- Produção durante o ano e sua estacionalidade;
- Seu valor nutritivo no ponto ótimo de pastejo;
- Custos de implementação;
- Facilidade de manejo;
- Sua resistência a pragas e doenças;
- Aceitação pelo animal;
- Persistência da planta forrageira quanto ao pastejo e pisoteio.
Principais tipos de pastagem mais cultivados no país.
No Brasil mais de 50% das pastagens plantadas é de uma única cultivar de espécie exótica (advinda de outra região), a Urochloa (Brachiaria) brizantha cv. Marandu (COSTA et al., 2009).
Alguns problemas já estão acontecendo, como a síndrome da morte deste material na Amazônia Legal, cuja principal causa apontada é o mau manejo da pastagem agravado pelo encharcamento do solo (FRANCO, 2006; BARBOSA, 2006). E vem se mostrando suscetível quanto a cigarrinha da cana-de-açúcar (Mahanarva fimbriolata Stål), sendo observado em campo danos intensos (VALÉRIO, 2006).
No Brasil encontramos pouca diversidade de pastagens, pela utilização de uma quantidade reduzida de cultivares de poucas gramíneas forrageiras tropicais, acaba gerando grande fragilidade nos sistemas de produção animal em pasto, perante os estresses bióticos e abióticos.
Com as alterações climáticas globais, esses estresses bióticos e abióticos tendem a piorar, pois as mudanças climáticas causarão alterações no regime de chuvas, provocando secas em regiões que não tinham e muitas chuvas em outras áreas, além do aumento da temperatura, causando elevado casos de pragas e doenças.
Por isso vem a urgência de reproduzir cultivares de espécies e gêneros variados, cada uma com particularidades de adequação aos biomas e sistemas de produção.
As buscas por plantas forrageiras e a importância de estudar novas cultivares mais produtivas têm elevado de forma significativa, com dedicação para identificar espécies, gêneros e variedade de tipos de forragens mais ambientadas às condições dos abundantes ecossistemas.
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Principais gêneros de pastagem plantados no Brasil.
Urochloa (Brachiaria)
Originária do continente africano, as plantas do gênero Brachiaria foram introduzidas no Brasil como forrageiras na década de 50, sendo responsáveis por uma grande revolução na pecuária do país e pela produção de um pasto de qualidade.
Trazidas pelo IPEAN – Instituto de Pesquisas Agropecuárias do Norte, a Brachiaria decumbens foi a primeira espécie introduzida no país, tendo num segundo momento outro ecótipo, conhecido como Basilisk, proveniente da Austrália e largamente disseminado.
A EMBRAPA lançou a B. brizantha cultivar Marandu em 1977 e, ela acabou se tornando a cultivar mais utilizada no Brasil. A partir do ano de 1960, espécies como a B. ruziziensis e B. brizantha foram introduzidas na pecuária nacional
Megathyrsus (Panicum)
Também conhecidas como colonião, as plantas do gênero Panicum são de origem africana e foram trazidas acidentalmente para o Brasil na época da escravatura.
Novas cultivares de Panicum maximum começaram a chegar ao Brasil entre 1960 e 1970, como o Green-panic, Makueni e Sempre Verde.
O Instituto Agronômico de Campinas – IAC e o Instituto de Zootecnia de São Paulo, difundiram diversos cultivares como a Tobiatã, Centenário, Aruanã e Centauros entre os anos de 1970 e 1980.
Em 1982, a EMBRAPA – Gado de Corte recebeu a coleção com 843 acessos do instituto Francês IRD, de Panicum maximum, na qual criaram vários trabalhos até o lançamento de outros cultivares como Tanzânia, Mombaça e BRS Zuri.
Você conhece o pasto sobre pasto?
Pasto sobre pasto é um conceito que une diversas práticas de manejo que proporcionam a utilização de mais de um tipo de forragem na mesma área e ao mesmo tempo.
O principal objetivo, além de oferecer alimentação equilibrada para os rebanhos, é continuar mantendo uma maior constância de produção de pasto ao decorrer do ano, reduzindo até mesmo os períodos de vazios forrageiros.
Aumentando e estabilizando a oferta de forragem, também possibilita grande oferta de biomassa para a microbiota do solo, ajudando na melhora da sua fertilidade e colaborando no controle de plantas invasoras.
Em outras palavras, auxilia na criação e manutenção de um pasto de qualidade.
A utilização de mais de um cultivar ou espécie na mesma área, no raciocínio do Pasto sobre Pasto, ajuda também na estabilização dos ganhos de peso de cada animal ao longo do ano.
A chance de combinar diferentes espécies forrageiras, começando um ciclo novo de crescimento do pasto sobre outro ciclo, sem retirar as diferentes plantas forrageiras em produção, tudo na mesma região, vem chamando a atenção dos produtores e técnicos por possibilitar a redução ou até mesmo a eliminação de diferentes formas de vazios forrageiros.
Por exemplo, no Sul do país, fazer isso é importante especialmente nas épocas de transição entre ciclos de produção de forragens de inverno para verão e vice-versa.
Diferença entre pasto e pastagem.
O pasto é a forragem que está ou vai estar disponível para os animais pastarem.
A pastagem é a unidade de manejo do pasto, que pode ser cercada com cochos de alimentação e aguadas para o uso dos animais em regime de pastejo.
Estabelecimento de uma pastagem
1º Retirar uma amostra de solo e enviar a um laboratório de análise certificado;
2º Preparar adequadamente o solo, com antecedência mínima de 90 dias, para que haja tempo para a decomposição da matéria orgânica, que pode prejudicar a emergência das plântulas;
3º Aplicar corretivos de solo (calcário, gesso, fosfatados de baixa) e fertilizantes caso necessário com antecedência mediante análise de solo;
4º Fazer terraços ou outras práticas conservacionistas, quando as condições de declividade e estrutura do solo exigirem;
5º Semear na época adequada para sua região, que de maneira geral compreende o início do período das águas;
7º Incorporar as sementes na profundidade recomendada para cada espécie;
8º Controlar pragas, principalmente formigas cortadoras e cupins;
9º Aguardar o porte ideal e altura para entrada dos animais.
Artigo escrito por Vinicius Gomes | Especialista em Desenvolvimento de Mercado em Pecuária da Mosaic Fertilizantes
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