O suplemento no período das águas deve ter menor teor de uréia e maior de energia. Entretanto, no terço final da estação das chuvas, quando o teor de proteína bruta das pastagens diminui, pode-se aumentar a inclusão da uréia no suplemento.
A suplementação alimentar durante o período das águas deve-se basear na utilização de proteína de baixa degradabilidade ruminal para atender os requerimentos do animal, pois, normalmente, as exigências dos microrganismos ruminais são atendidas pela proteína contida na forragem.
O emprego de suplemento energético pode melhorar o desempenho animal e a capacidade de suporte das pastagens, mas pode ocorrer o efeito substitutivo, no qual o animal passa a se alimentar do suplemento ao invés da pastagem, ocasionando uma redução no consumo de forragem.
Dessa forma, ao utilizar suplementação energética, principalmente quando a pastagem apresenta boa qualidade, deve-se considerar o aumento na taxa de lotação e, consequentemente, na produção por área.
O uso de suplementos proteicos eleva a ingestão de matéria seca dos animais que se alimentam de forragens com teor de proteína bruta inferior a 7%, e o uso de suplementos energéticos pode provocar redução da ingestão de forragem.
A redução no consumo de forragem associada à suplementação energética tem sido atribuída à modificação do ambiente ruminal provocado pelo amido. Observamos que a suplementação com grãos e farelos diminui o consumo de matéria seca da forragem e afeta a digestibilidade aparente da fibra em detergente neutro. Alguns autores relataram que, em resposta à suplementação energética, há uma progressiva diminuição no tempo de pastejo. Entretanto, outros autores verificaram que o uso de suplementos energéticos até 0,5% do peso vivo não alterou a ingestão e digestibilidade da matéria seca.
Contudo o tipo de amido e a forma de processamento pode causar alteração, a suplementação com grão de milho acima de 0,25% do peso vivo resultou em efeitos adversos na utilização da forragem; já para o trigo, houve efeito em doses acima de 0,34% do peso vivo.
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Suplementação proteica
A suplementação proteica não interferiu no consumo médio de forragem e o consumo total de matéria seca foi elevado com sua utilização, demonstrando efeito aditivo do suplemento sobre a ingestão total de alimentos, a qual promoveu um aumento no ganho de peso médio diário de vacas Nelore suplementadas.
Em alguns trabalhos sobre a suplementação alimentar de bovinos no período das águas, observou-se que a suplementação proteica diminui o tempo de pastejo e aumentou a eficiência de pastejo; da mesma forma a suplementação energética também diminuiu o tempo de pastejo. Entretanto, o aumento na concentração energética do suplemento não altera ou diminui a eficiência de pastejo.
Ao avaliarem o desempenho de novilhos em pastejo com forrageira de alta qualidade (20,7% de proteína bruta na matéria orgânica) com diferentes quantidades e tipos de suplementos (proteicos e energéticos), verificou que animais suplementados obtiveram desempenho maior comparado com os animais sem suplementação, mas não houve diferenças entre os tipos de suplemento.
Portanto, a suplementação alimentar depende da qualidade e quantidade da pastagem, do tamanho da área de pastagem, de recurso financeiro disponível, da condição sexual, idade, raça, estágio fisiológico dos animais, da infraestrutura e mão de obra, dentre outros fatores. A decisão de suplementar os animais e como fazer esta suplementação alimentar depende dos objetivos da propriedade que podem ser de melhorar o desempenho animal, abater animais mais jovens e obter carne de qualidade.
Artigo escrito por Vinicius Gomes | Especialista em Desenvolvimento de Mercado em Pecuária da Mosaic Fertilizantes
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