Nas últimas décadas, o Brasil destacou-se por alavancar sua produção de carne bovina. Para se ter uma ideia, o país cresceu 15,1% na agropecuária em 2023, influenciando no resultado do Produto Interno Bruto (PIB). Para quem deseja se desenvolver ainda mais nesse mercado, é essencial entender como funciona a pecuária intensiva e extensiva.
Enquanto uma permite menor investimento em tecnologia, a outra traz vantagens no controle de gado e proporciona carnes de mais qualidade. Entenda como cada uma funciona.
O que é pecuária intensiva e extensiva?
Dentre os tipos de pecuária, podemos citar a intensiva e extensiva, as quais possuem suas respectivas características e diferenças.
Pecuária intensiva
A pecuária intensiva é a criação de gado em um sistema de confinamento e semiconfinamento, ou seja, a inserção de um maior número de cabeças em um menor espaço, que é por sua vez mais controlado.
Por trabalhar com um espaço reduzido, a pecuária intensiva permite maior controle sobre o gado e, consequentemente, dos resultados de engorda. Para que isso seja possível, a fazenda precisa usar tecnologia de ponta e de maneira intensiva, como mão de obra especializada, maquinário, infraestrutura, insumos, melhoramento genético e inseminação artificial.
No Brasil, a pecuária intensiva é utilizada, principalmente, para gado de leite e, embora, segundo dados da Embrapa, a maioria do gado de corte seja da pecuária extensiva, o investimento em ração e suplementação da criação intensiva proporciona menor tempo de engorda e melhores índices produtivos e financeiros, desde que muito bem manejada.
Pecuária extensiva
Mais popular no Brasil, a pecuária extensiva é a criação do gado em uma vasta extensão de pasto. Ou seja, é o exato oposto da anterior, já que permite mais cabeças em um espaço maior, não exige tanta tecnologia e, consequentemente, é mais em conta.
Segundo a Embrapa, no país, 95% da criação de gados de corte vêm da pecuária extensiva.
Quais as principais vantagens da pecuária intensiva e extensiva?
O maior benefício da pecuária intensiva é o elevado índice de produtividade, alcançado pelas estratégias nutricionais. Isso ocorre porque o sistema exige mais controle de alimentação, saúde animal e do bem-estar do animal, ligado a questões como temperatura, espaço e qualidade da água.
Dessa forma, o tempo até chegar ao peso ideal de abate é mais curto. Além disso, a pecuária intensiva pode oferecer melhor rendimento de carcaça no período de terminação.
Já a pecuária extensiva exige menor controle zootécnico. No caso da alimentação, o gado se alimenta, principalmente, do pasto disponível na propriedade, podendo ser feito também o uso da suplementação animal. Ela também é rentável, já que não necessita de alto investimento. Porém, o tempo para o retorno financeiro pode ser maior.
Como escolher entre a pecuária intensiva e extensiva?
Antes de tudo, é preciso avaliar uma série de fatores, como o tamanho do rebanho, o objetivo com a criação de gado, o orçamento disponível e mão de obra.
A pecuária extensiva exige maiores áreas disponíveis, mas o investimento inicial é menor, principalmente em infraestrutura. Por sua vez, a intensiva precisa do controle preciso de todas as atividades realizadas na fazenda, o que demanda maior tempo e investimento.
Posso fazer a transição de pecuária extensiva para a intensiva?
É possível fazer a transição da pecuária extensiva para a intensiva, mas é necessário ter um bom planejamento. Afinal, o pecuarista precisa orçar antes e ter certeza de que pode investir nessa mudança.
Investimento
A pecuária intensiva exige mais investimento em tecnologia de última geração e mão de obra especializada. Esse investimento precisa ser feito a curto prazo: o pecuarista deve entrar no mercado já com os recursos necessários.
Apesar do gasto maior no primeiro momento, o pecuarista também poderá investir em um mercado que exige carnes de mais qualidade.
Conhecimento tecnológico
É importante que o pecuarista também entenda sobre os recursos utilizados em sua pecuária. Além de um investimento na produção em si, é preciso trabalhar o próprio conhecimento sobre as tecnologias empregadas.
Controle nutricional
Além do gasto com tecnologia, é essencial investir na qualidade da alimentação, genética, saúde e bem-estar animal.
Como a tecnologia pode auxiliar a pecuária?
Independentemente se a pecuária é intensiva ou extensiva, o uso da tecnologia pode otimizar a produtividade do gado.
Começando pelo pasto, o pecuarista pode começar pelas ferramentas de análise de solo, que ajudam a identificar quais áreas necessitam de mais fertilizante. Já para monitoramento e manejo de gado, drones, câmeras térmicas e de satélites são recursos que costumam ajudar.
Como visto, a escolha entre as pecuárias intensiva e extensiva depende de uma série de fatores, mas a qualidade do pasto é essencial. Base da alimentação do gado, ele precisa ser bem cuidado para possibilitar manter a nutrição e a rentabilidade do seu rebanho.
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