Pecuária intensiva e extensiva: entenda as diferenças

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Nas últimas décadas, o Brasil destacou-se por alavancar sua produção de carne bovina, influenciando no resultado do Produto Interno Bruto (PIB). Para quem deseja se desenvolver ainda mais nesse mercado, é essencial entender como funciona a pecuária intensiva e extensiva.

Nas últimas décadas, o Brasil consolidou sua posição como um dos principais produtores e exportadores de carne bovina do mundo. Mesmo diante de desafios climáticos que impactaram negativamente o desempenho da agropecuária em 2024 — com uma retração de 3,2% no setor — a produção de carne bovina seguiu em alta. O país registrou um crescimento expressivo no abate de bovinos, totalizando mais de 39,2 milhões de cabeças, o que representa um aumento de 14,9% em relação a 2023.

Esse desempenho reforça a importância estratégica da pecuária de corte para a economia nacional e evidencia o potencial de crescimento do setor. Para quem deseja se destacar nesse mercado cada vez mais competitivo, é essencial compreender as diferenças entre os sistemas de produção, especialmente a pecuária intensiva e a pecuária extensiva. Entender como cada modelo funciona, suas exigências e benefícios, é o primeiro passo para tomar decisões mais assertivas e alcançar melhores resultados na atividade pecuária.

Enquanto uma permite menor investimento em tecnologia, a outra traz vantagens no controle de gado e proporciona carnes de mais qualidade. Entenda como cada uma funciona.

O que é pecuária intensiva e extensiva?

Dentre os tipos de pecuária, podemos citar a intensiva e extensiva, as quais possuem suas respectivas características e diferenças.

Pecuária intensiva

A pecuária intensiva é a criação de gado em um sistema de confinamento e semiconfinamento, ou seja, a inserção de um maior número de cabeças em um menor espaço, que é por sua vez mais controlado.

Por trabalhar com um espaço reduzido, a pecuária intensiva permite maior controle sobre o gado e, consequentemente, dos resultados de engorda. Para que isso seja possível, a fazenda precisa usar tecnologia de ponta e de maneira intensiva, como mão de obra especializada, maquinário, infraestrutura, insumos, melhoramento genético e inseminação artificial.

No Brasil, a pecuária intensiva é utilizada, principalmente, para gado de leite e, embora, segundo dados da Embrapa, a maioria do gado de corte seja da pecuária extensiva, o investimento em ração e suplementação da criação intensiva proporciona menor tempo de engorda e melhores índices produtivos e financeiros, desde que muito bem manejada.

Pecuária extensiva

Mais popular no Brasil, a pecuária extensiva é a criação do gado em uma vasta extensão de pasto. Ou seja, é o exato oposto da anterior, já que permite mais cabeças em um espaço maior, não exige tanta tecnologia e, consequentemente, é mais em conta.

Segundo a Embrapa, no país, 95% da criação de gados de corte vêm da pecuária extensiva.

Quais as principais vantagens da pecuária intensiva e extensiva?

O maior benefício da pecuária intensiva é o elevado índice de produtividade, alcançado pelas estratégias nutricionais. Isso ocorre porque o sistema exige mais controle de alimentação, saúde animal e do bem-estar do animal, ligado a questões como temperatura, espaço e qualidade da água.

Dessa forma, o tempo até chegar ao peso ideal de abate é mais curto. Além disso, a pecuária intensiva pode oferecer melhor rendimento de carcaça no período de terminação.

Já a pecuária extensiva exige menor controle zootécnico. No caso da alimentação, o gado se alimenta, principalmente, do pasto disponível na propriedade, podendo ser feito também o uso da suplementação animal. Ela também é rentável, já que não necessita de alto investimento. Porém, o tempo para o retorno financeiro pode ser maior.

Como escolher entre a pecuária intensiva e extensiva?

Antes de optar por um modelo de produção — seja ele intensivo ou extensivo — é fundamental considerar uma série de fatores que influenciam diretamente a viabilidade e o sucesso da atividade. Entre os principais aspectos a serem avaliados estão o tamanho do rebanho, os objetivos da criação, o orçamento disponível e a disponibilidade de mão de obra.

A pecuária extensiva, por exemplo, é mais indicada para propriedades que dispõem de grandes áreas de pastagem. Nesse sistema, os animais são criados de forma mais natural, com menor densidade por hectare, o que reduz a necessidade de infraestrutura complexa. Como resultado, o investimento inicial tende a ser mais baixo, especialmente em relação a instalações, alimentação suplementar e manejo intensivo. No entanto, esse modelo pode apresentar menor produtividade por área, exigindo maior espaço para alcançar volumes significativos de produção.

Por outro lado, a pecuária intensiva é recomendada para produtores que buscam maior controle sobre todas as etapas do processo produtivo. Nesse sistema, os animais são mantidos em ambientes mais controlados, como confinamentos ou semi-confinamentos, o que permite monitorar de forma precisa a alimentação, a saúde e o desempenho zootécnico. Em contrapartida, esse modelo exige maior investimento financeiro e dedicação de tempo, tanto na implantação da infraestrutura quanto na gestão diária da operação. Além disso, demanda mão de obra mais qualificada para lidar com tecnologias, nutrição balanceada e práticas sanitárias rigorosas.

Portanto, a escolha entre pecuária intensiva e extensiva deve ser feita com base em uma análise criteriosa das condições da propriedade, dos recursos disponíveis e dos objetivos do produtor. Ambos os sistemas têm potencial para gerar bons resultados, desde que sejam bem planejados e adequados à realidade de cada fazenda.

Posso fazer a transição de pecuária extensiva para a intensiva?

É possível fazer a transição da pecuária extensiva para a intensiva, mas é necessário ter um bom planejamento. Afinal, o pecuarista precisa orçar antes e ter certeza de que pode investir nessa mudança.

Investimento

A pecuária intensiva exige mais investimento em tecnologia de última geração e mão de obra especializada. Esse investimento precisa ser feito a curto prazo: o pecuarista deve entrar no mercado já com os recursos necessários.

Apesar do gasto maior no primeiro momento, o pecuarista também poderá investir em um mercado que exige carnes de mais qualidade.

Conhecimento tecnológico

É importante que o pecuarista também entenda sobre os recursos utilizados em sua pecuária. Além de um investimento na produção em si, é preciso trabalhar o próprio conhecimento sobre as tecnologias empregadas.

Controle nutricional

Além do gasto com tecnologia, é essencial investir na qualidade da alimentação, genética, saúde e bem-estar animal.

Como a tecnologia pode auxiliar a pecuária?

Independentemente se a pecuária é intensiva ou extensiva, o uso da tecnologia pode otimizar a produtividade do gado.

Começando pelo pasto, o pecuarista pode começar pelas ferramentas de análise de solo, que ajudam a identificar quais áreas necessitam de mais fertilizante. Já para monitoramento e manejo de gado, drones, câmeras térmicas e de satélites são recursos que costumam ajudar.

Como visto, a escolha entre as pecuárias intensiva e extensiva depende de uma série de fatores, mas a qualidade do pasto é essencial. Base da alimentação do gado, ele precisa ser bem cuidado para possibilitar manter a nutrição e a rentabilidade do seu rebanho.

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