A nutrição de suínos desempenha um papel fundamental na criação eficiente e na produção de carne de alta qualidade. Por isso, a escolha e a formulação de uma ração balanceada são determinantes para o crescimento saudável, a reprodução eficaz e a sanidade do rebanho.
Além disso, com o mercado suinícola em constante evolução, compreender os princípios nutricionais das rações torna-se essencial para produtores que desejam melhorar o desempenho dos animais e garantir produtos finais de excelência.
Ao longo deste artigo, você encontrará orientações práticas — desde a composição ideal das rações até as boas práticas de armazenamento — com o objetivo de otimizar a produção e elevar a qualidade da carne suína.
Importância da ração na nutrição de suínos
Ao longo dos anos, os suínos passaram por um processo rigoroso de seleção genética, visando atender às crescentes demandas do mercado por carne suína de alta qualidade. Como resultado, tornaram-se mais produtivos e eficientes. No entanto, essa evolução também trouxe mudanças significativas em suas necessidades nutricionais.
Nesse cenário, a ração balanceada deixa de ser apenas um suprimento básico e passa a ocupar um papel estratégico na produção. Mais do que fornecer nutrientes mínimos, ela é responsável por garantir energia suficiente para o crescimento, a saúde e o bem-estar dos animais — tornando-se, assim, um dos pilares da suinocultura moderna.
Ignorar esse aspecto pode acarretar sérias consequências: crescimento mais lento, baixa eficiência reprodutiva e maior tempo até o abate, o que impacta diretamente na rentabilidade da criação.
Por outro lado, quando bem formulada, a ração contribui para fortalecer a imunidade dos suínos, reduzir a incidência de doenças e promover um ambiente mais saudável. A presença adequada de proteínas, vitaminas, minerais e fibras é fundamental para garantir não apenas o desempenho zootécnico, mas também a qualidade final dos produtos suínos.
Qual a composição ideal da ração para suínos?
Definir a composição ideal da ração para suínos é uma tarefa complexa e multifatorial. Para isso, é necessário considerar uma série de variáveis, como idade dos animais, potencial genético, clima, fase fisiológica, disponibilidade de ingredientes e até mesmo o acesso à água.
Esses fatores fornecem os parâmetros necessários para estabelecer os níveis mínimos de garantia que devem estar presentes na ração, garantindo que ela atenda às exigências nutricionais de forma eficiente.
Independentemente da fase produtiva, a formulação adequada exige a combinação estratégica de alimentos proteicos, energéticos e minerais. A seguir, veja o papel de cada grupo de nutrientes:
- Proteínas: São fundamentais para o desenvolvimento muscular, a regeneração celular e o crescimento saudável dos suínos;
- Carboidratos: Representam a principal fonte de energia para as atividades diárias e o ganho de peso;
- Gorduras: Funcionam como fontes concentradas de energia, contribuindo para a densidade calórica da dieta;
- Vitaminas: Participam de processos metabólicos vitais e ajudam a manter a saúde geral dos animais.
Além disso, a composição da ração deve ser ajustada conforme a fase de desenvolvimento dos suínos, como:
- Ração pré-inicial e inicial para leitões;
- Ração de crescimento e terminação;
- Ração para gestação e lactação.
Outros fatores como raça, sexo, idade, estágio fisiológico e os objetivos da criação (ganho de peso, reprodução, qualidade da carne) também influenciam diretamente na formulação.
Portanto, contar com suporte técnico e ferramentas de análise nutricional é essencial para garantir que cada ração seja formulada com precisão, atendendo às necessidades específicas de cada lote de animais.
Outros fatores na formulação da ração para suínos
Para garantir uma criação econômica viável, é fundamental cuidar da alimentação das matrizes em gestação, considerando o estágio da prenhez. Esse cuidado nutricional influencia diretamente a saúde da matriz e o desenvolvimento dos leitões.
Quando se trata da alimentação dos leitões, especialmente nas fases de maternidade e creche, torna-se essencial oferecer dietas específicas. Nessa etapa, são utilizadas rações como a pré-inicial 1 e 2, que incluem ingredientes como soro de leite em pó e óleo vegetal ou gordura, formulados para atender às necessidades nutricionais dos leitões em seus primeiros dias de vida.
A escolha dos ingredientes, como milho e farelo de soja, depende da disponibilidade regional e da viabilidade econômica, sendo necessário avaliar constantemente o custo-benefício de cada componente.
Além disso, a nutrição mineral — incluindo fósforo, cálcio e sódio — é crítica para o desenvolvimento adequado dos suínos. Por isso, é importante conhecer a origem dos insumos e acompanhar as certificações de qualidade dos fornecedores, garantindo segurança e eficiência na formulação.
A Embrapa Suínos oferece orientações sobre uma ração básica para cada fase dos suínos, com microminerais e vitaminas frequentemente fornecidos na forma de núcleo ou premix, preparados pela empresa de nutrição animal que assiste o produtor.
Tabela de ração para suínos
É crucial destacar que uma ração equilibrada é essencial para o sucesso da suinocultura. Isso porque o desempenho de uma dieta é limitado pela falta de qualquer nutriente essencial, mesmo que todos os outros estejam disponíveis em quantidades adequadas.
Em outras palavras, o excesso de um nutriente não pode compensar a deficiência de outro. Cada componente tem sua função específica, e o desequilíbrio pode comprometer o crescimento, a saúde e a produtividade dos suínos.
Portanto, a busca pela composição ideal da ração deve ser tratada como uma questão de precisão e equilíbrio, visando garantir o desempenho zootécnico e o bem-estar dos animais em todas as fases de crescimento.
Na sequência, você confere uma tabela de ração com base nas informações da Embrapa, que apresenta o equilíbrio proteico necessário para cada estágio da suinocultura.

Como escolher a melhor ração?
Como destacado anteriormente, a escolha cuidadosa da ração é um fator crítico na suinocultura. Para isso, deve-se considerar a idade dos suínos e seus objetivos específicos, como crescimento ou reprodução, garantindo que cada fase receba a nutrição adequada.
Nesse sentido, rações formuladas para cada etapa do ciclo produtivo asseguram que as necessidades nutricionais dos animais sejam plenamente atendidas, promovendo desempenho e saúde.
Além disso, a reputação do fabricante é um aspecto igualmente importante. É recomendável optar por empresas de ração com histórico comprovado de qualidade, que sigam rigorosamente as regulamentações de segurança alimentar e ofereçam suporte técnico confiável.
Essas medidas, quando adotadas de forma consistente, asseguram não apenas a saúde dos suínos, mas também a qualidade e a segurança dos produtos finais destinados aos consumidores.
Quais são as boas práticas na ração para suínos?
Além do cuidado na formulação da ração, é igualmente crucial atentar para a qualidade do produto acabado. Para isso, é importante prestar atenção especial aos seguintes pontos.
Armazenamento da ração
Nesse aspecto, os fatores mais importantes a serem considerados incluem:
- Ambiente controlado: escolha um local com temperatura e umidade estáveis, evitando variações extremas que possam comprometer a qualidade da ração;
- Proteção contra pragas: implemente medidas eficazes de controle de insetos e roedores, prevenindo a infestação e a perda de produto;
- Higiene e limpeza: mantenha o ambiente limpo e livre de resíduos, garantindo a integridade da ração e evitando a contaminação por microrganismos indesejados.
Evitando contaminação e deterioração
A melhor forma de evitar a entrada de ração contaminada por patógenos é realizar uma seleção criteriosa de fornecedores. Isso inclui optar por marcas confiáveis, que sigam rigorosos padrões de segurança alimentar em seus processos de produção.
Caso o produtor possua sua própria fábrica de ração, é altamente recomendada a implementação de um protocolo de Boas Práticas de Fabricação (BPF). Essa medida ajuda a minimizar os riscos de contaminação, assegurando que todas as etapas da produção sejam conduzidas de forma higiênica e controlada.
Ambas as abordagens são complementares e fundamentais para manter a segurança e a qualidade da ração, protegendo a saúde dos animais e a eficiência da produção na suinocultura.
Administração da ração
Para assegurar a qualidade na gestão da alimentação dos suínos, práticas como a programação alimentar e o monitoramento sistemático de fatores diversos são absolutamente cruciais.
Seguir boas práticas na alimentação dos suínos, com um horário regular, é fundamental para otimizar a eficiência da dieta. Isso ocorre porque o manejo sem uma rotina adequada pode levar ao desinteresse dos animais.
Quando a alimentação não é oferecida em intervalos corretos, os suínos têm maior probabilidade de refugar o comedouro, o que compromete o consumo e o desempenho.
Em relação à quantidade de ração, na fase de crescimento, o consumo médio à vontade é de aproximadamente 1,900 kg por suíno por dia.
Já na fase de terminação, esse valor aumenta, variando entre 2,900 a 3,100 kg por suíno por dia, dependendo da genética específica dos animais.
Monitoramento da alimentação
Monitorar o consumo de ração dos suínos é essencial para garantir que eles estejam recebendo a quantidade adequada de nutrientes em cada fase da produção. Esse acompanhamento permite ajustes precisos na dieta, promovendo saúde e desempenho.
A seguir, confira os principais passos para realizar esse monitoramento de forma eficaz:
Regulagem de cocho
Em primeiro lugar, é importante realizar a regulagem e o monitoramento periódico dos cochos de alimentação, avaliando quanto os suínos estão consumindo. Essa verificação pode ser feita por meio da observação direta ou com o uso de sistemas automatizados de medição, que oferecem maior precisão.
Acompanhamento de peso
Além disso, é recomendável pesar regularmente os suínos para verificar o ganho de peso. Esse controle ajuda a avaliar se a dieta atual está atendendo às necessidades de crescimento dos animais.
Registro de dados
Outro ponto importante é manter registros precisos do consumo de ração de cada lote de suínos. Esses dados são valiosos para análises futuras e para realizar ajustes na alimentação, conforme necessário.
Avaliação de sinais de problemas alimentares
Esteja sempre atento a sinais de problemas alimentares, como apetite reduzido, alterações no comportamento alimentar, diarreia ou perda de peso. Esses sintomas podem indicar falhas na dieta ou problemas de formulação.
Consulte um profissional
Por fim, ao detectar problemas alimentares ou desvios no consumo, é fundamental consultar um profissional especializado em nutrição suína. Esse suporte técnico pode ajudar a identificar a causa do problema e ajustar a formulação da ração de forma segura e eficiente.
Dúvidas adicionais sobre o assunto
A seguir, respondemos às principais dúvidas sobre a alimentação de suínos, com orientações práticas para quem busca melhorar o desempenho da criação:
Qual é a ração que o suíno come?
Suínos geralmente consomem rações comerciais formuladas para atender às necessidades nutricionais específicas de acordo com sua fase de crescimento. Essas rações são desenvolvidas por empresas especializadas e seguem padrões técnicos de qualidade.
Como formular uma ração para suínos?
A formulação de ração para suínos exige conhecimento técnico em nutrição animal e, por isso, é geralmente realizada por especialistas. É necessário considerar fatores como idade, objetivos produtivos, genética dos animais e ingredientes disponíveis.
Assim, seguir diretrizes técnicas e padrões nutricionais é essencial para garantir uma dieta equilibrada que supra as necessidades da categoria.
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