Sucessão familiar no agronegócio: saiba como planejar

5 min de leitura

A sucessão familiar no agronegócio é um processo importante que permite a continuidade da gestão de fazendas e propriedades agrícolas de uma geração para outra. 

Mas você sabia que essa pode ser uma questão crítica? Isso ocorre, porque muitos agricultores enfrentam dificuldades ao tentar passar seus negócios para seus filhos ou outros membros da família.

Encontrar um propósito na atividade e mostrar para a próxima geração que o trabalho da pecuária impacta diretamente e indiretamente muitas pessoas no campo e na economia nem sempre é uma tarefa fácil.

A atividade tem mostrado que, além de ser rentável, deve desempenhar um papel social e sustentável importante para todo o país, trazendo benefícios para o produtor e sua família, que estarão à frente do negócio.

Os desafios são muitos para aqueles que querem continuar na atividade e sobreviver dela. Este assunto é interessante para você? Não perca a oportunidade de se aprofundar no tema, continue a leitura e expanda seus conhecimentos sobre sucessão familiar!

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O que é sucessão familiar na agropecuária?

A sucessão familiar no agronegócio é um processo de planejamento e transição de negócios ou bens de uma geração para outra. Isso geralmente ocorre em empresas familiares e é essencial para garantir a continuidade e a sustentabilidade do negócio.

Trata-se de preparar os herdeiros e familiares envolvidos para assumir a responsabilidade e o papel de liderança na empresa ou gerenciar os bens da família. 

A sucessão familiar pode envolver aspectos financeiros, legais, fiscais e emocionais, portanto, é crucial ter um plano bem estruturado e contar com a ajuda de consultores e especialistas no assunto.

Há muitas adversidades para aqueles que querem continuar na atividade agropecuária e sobreviver dela. Uma das grandes dificuldades é a intensificação na produção para aumentar os índices produtivos, sem que isso leve a compra de novas áreas, pois o maior ativo hoje na pecuária e agricultura é a aquisição de terras. Depois, em segundo lugar, vem a formação do próprio rebanho e estrutura para a fazenda como maquinários e implementos.

A implantação de tecnologia que promovam a conectividade da propriedade, a fim de coletar o maior número de informações e otimizar a mão de obra, já é uma realidade nas fazendas. Em todo o país, a mão de obra é escassa; portanto, precisamos utilizá-la de maneira eficiente e melhorar as tomadas de decisão que ocorrem ao longo do ano, com base nas tecnologias e dados coletados.

O bom uso de consultorias com técnicos especializados em áreas diversas na fazenda vai ajudar o produtor no andamento do negócio familiar e até mesmo para esclarecer e demonstrar ao produtor quais os melhores caminhos para ele tomar, pois isso vai impactar diretamente no sucesso ou insucesso do negócio.

Leia também: O que é e qual a importância do manejo de pastagem?

Quais são os principais desafios para a sucessão familiar no agronegócio?

Pequeno garoto alimentando gado com feno.

A Fundação Dom Cabral e a JValério Gestão e Desenvolvimento divulgaram uma pesquisa no ano de 2021 sobre governança e gestão do patrimônio das famílias do agronegócio, nesta pesquisa foram ouvidos 207 gestores em todo o território nacional na qual foram submetidos a análises qualitativas e quantitativas. 

Com mais de 80% dos empreendimentos agrícolas sendo comandados pelos fundadores, dos quais 41% são da primeira geração, 41% da segunda geração, apenas 16% são da terceira geração e 1% são da quarta geração em diante.

A pesquisa considerou a sucessão familiar no agronegócio como um dos maiores obstáculos para as famílias empreendedoras no setor agropecuário. No entanto, mais de 70% delas não possuem um conselho familiar estabelecido. Apenas e somente 7% possuem conselho constituído, que, pela pesquisa, é um índice bem baixo, considerando outras empresas familiares de outros setores da economia brasileira. 

O estudo indicou que 40% das empresas possuem um plano de sucessão, e que a passagem de liderança pode ocorrer no âmbito de pai para filho. Apenas 5% no estudo avaliaram a contratação de um executivo externo para gerir o negócio.

Conforme o levantamento, a média das instituições nos setores do agronegócio é de 66% na elaboração de um projeto de sucessão. Os negócios voltados à criação de animais são as que demonstram menor adesão quanto ao planejamento do processo de sucessão, que corresponde a apenas 20%.

Como planejar a sucessão familiar?

Ao estabelecer objetivos claros e promover o bem-estar no campo, conseguimos demonstrar que o caminho a seguir e os exemplos apresentados são viáveis. Mesmo que ocorram erros, podemos superá-los e aprender com as experiências.

A gestão do patrimônio foi citada na mesma pesquisa citada anteriormente como um dos desafios pelos entrevistados. Cerca de 26% apontaram a preocupação com a educação financeira e a preparação dos herdeiros no negócio, enquanto 23% veem a profissionalização da gestão do patrimônio financeiro como uma necessidade a ser trabalhada. 

Outro dado da pesquisa informa que apenas 38% dos participantes acreditam que os familiares estão preparados para gerir o patrimônio; contra 4% que reconhecem que não estão preparados, mas que há algum interesse, o que é muito positivo, e enquanto 34% entendem que nem todos os membros estão preparados, mas que buscam conhecimentos para agregar a sucessão familiar no agronegócio. Apenas 21% declararam não estar preparados e não tem interesse em conhecer mais sobre esse assunto.

Em 69% das mulheres participantes, o gênero não influencia nas decisões sobre o uso de recursos financeiros e investimentos em famílias empreendedoras do setor agropecuário. Além disso, 81% delas acreditam que este aspecto não tem importância no processo de sucessão familiar.

Na perspectiva das mulheres rurais, elas são identificadas nas propriedades devido à sua habilidade de liderar, independentemente do gênero. Surpreendente, 83% das que integram as gerações mais jovens encontram maior abertura para assumir posições de comando. Essa percepção revela importantes avanços e transformações culturais ocorrendo dentro do setor de agronegócio.

Desafios e impactos na sucessão familiar do setor da bovinocultura de corte

Em alguns setores da agropecuária, percebemos vantagens e desvantagens em relação a outros, o que pode afetar a sucessão familiar no agronegócio.

Por exemplo, na atividade da bovinocultura de corte, há ativos distintos e maior mobilização de capital voltada para o rebanho. O processo de padronização genética e produção de lotes homogêneos pode levar de 5 a 20 anos, dependendo da aptidão e nível de intensificação da fazenda. Ao alcançar essa padronização, o produtor obtém maior poder de barganha na venda dos animais e pode explorar novos mercados e nichos para agregar valor à sua venda.

As mudanças acontecem constantemente na pecuária devido aos ciclos e flutuações do mercado relacionadas à oferta e demanda de produtos de origem animal. No entanto, na pecuária de corte, como a criação de bezerros para venda, se ocorrer uma queda nos preços, o produtor pode considerar mudar para atividades de recria e engorda. Contudo, o investimento financeiro e o tempo gasto na formação do rebanho de vacas, dificulta uma mudança rápida nessa atividade.

Conforme observamos, o agronegócio apresenta diversos desafios relacionados à gestão e ao processo de sucessão geracional. Abordando alguns pontos fundamentais, podemos conduzir essa transição de maneira mais racional e bem-sucedida.

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